
Os produtores brasileiros não aceitam a declaração de conformidade, alegando que a fruta equatoriana é portadora de doenças e que a liberação das importações os coloca em desvantagens competitivas, devido aos custos de produção bem menores no Equador e de subsídios concedidos naquele país. O presidente da Confederação Nacional dos Produtores de Banana, Dirceu Colares, informou ontem que as instituições representantes dos bananicultores preparam parecer técnico para ser entregue ao governo em 10 dias com base no alerta contra a fruta importada feito por fitopatologistas de diversos estados.
Mais de 500 produtores são esperados no protesto em Janaúba de uma série de municípios do Norte mineiro, de Jaíba e Varzelândia. “O problema da concorrência está na desigualdade de condições , além do risco fitossanitário e do fato de que o Equador vai acabar trazendo outros produtos, como manga, limão, abacaxi e mamão”, afirma. Segundo Dirceu Colares, para lidar com os efeitos da alta umidade que caracteriza o clima daquele país, as lavouras locais recorrem ao processo de pulverização durante 50 vezes por ano, ante a média de três períodos de aplicação de remédios na lavoura brasileira, e ainda assim têm despesas inferiores as do Brasil.
RANKING A pressão é também grande sobre o governo brasileiro, tendo em vista que a produção equatoriana está concentrada nas mãos de cinco grandes empresas americanas, que respondem por 80% da produção mundial de bananas. Terceiro produtor da fruta no mundo, depois da Índia e da China, o Brasil produz 7,5 milhões de toneladas por ano. Minas Gerais está entre os principais fornecedores, com 2,3 mil produtores, responsáveis por 360 mil toneladas anuais e 60 mil empregos na cultura.
