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Estado de Minas

Caixa Econômica cria linha exclusiva para clientes comprarem veículos

Iniciativa dará um novo gás às montadoras, que vêm sofrendo com a retração do consumidor, diz Anfavea


postado em 05/04/2014 06:00 / atualizado em 05/04/2014 07:36

Prestes a elevar novamente a alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, o que deverá ocorrer em junho, o governo resolveu dar mais uma mãozinha ao setor automotivo. A Caixa Econômica Federal criou uma linha de financiamento exclusiva para que 4 milhões de seus 12 milhões de clientes, em todo o país, possam comprar carros e motos, novos ou usados. Elogiada pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, a iniciativa dará um novo gás às montadoras, que vêm sofrendo com a retração do consumidor e acumulam nos pátios um estoque suficiente para 48 dias de vendas.

“Gostaria que todos os bancos entrassem, mas é uma experiência que estamos fazendo”, disse Moan. A oferta ficará em vigor de 10 a 13 de abril. Os clientes da Caixa que aderirem terão prazo de 60 meses para pagar o financiamento, que terá juros de 0,93% ao mês e cobrirá 90% do valor do veículo. Todas as montadoras podem aderir ao programa da Caixa, desde que ofereçam alguma vantagem a mais ao comprador. A julgar pelas declarações do presidente da Anfavea, não deve ser nada muito animador. “Pode ser qualquer benefício, como um tapete”, explicou Moan.

Com a ação da Caixa, o dirigente tem a expectativa de um aumento significativo das vendas. Em março, a comercialização de automóveis novos recuou 7% em relação ao mesmo período do ano passado, acumulando queda de 2,1% no trimestre. O setor, que já foi beneficiado várias vezes pela redução do IPI, passou a sofrer com a recomposição do tributo, iniciada pelo governo em janeiro com o objetivo de engordar o caixa da União e ajudar no cumprimento das metas fiscais.

De acordo com a Caixa, o benefício não é exclusivo para a Anfavea. Segundo a instituição, toda as concessionárias poderão aderir ao plano. A assessoria do banco informou ainda que realiza duas vezes por ano o Salão Auto Caixa, no qual oferece crédito para a compra de veículos.

Desde novembro passado, quando recebeu do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o aviso de que o imposto voltaria a subir, Moan deixou claro que, para se reequilibrar, o setor dependeria de algum tipo de reforço. “Em março, tivemos o impacto completo do aumento do IPI de janeiro, e também da obrigatoriedade de equipar todos os carros com airbags e freios ABS”, disse ele, ontem.

Pé no freio


A retração do mercado interno e a crise econômica argentina estão atingindo em cheio a indústria automobilística. No primeiro trimestre, a produção de veículos caiu 8,4%, pressionada pelos fracos resultados de março, segundo a Anfavea. Somente no mês passado, a queda foi de 17,6% em relação a março de 2013. As montadoras produziram 799,9 mil veículos nos três primeiros meses do ano, ante 862 mil no mesmo período de 2013, com quedas em todos os segmentos: carros e comerciais leves, caminhões e ônibus.

A fraqueza no início deste ano já se reflete no nível de emprego do setor. A Mercedes Benz informou ontem que iniciou os preparativos para lançar um programa de demissão voluntária (PDV), uma vez que identificou um excedente de 2 mil trabalhadores em sua fábrica de caminhões e chassis de ônibus em São Bernardo do Campo (SP).


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