
Técnicos da Previdência estimam que, desde ontem, o segurado que contribuir por 35 anos e requerer a aposentadoria aos 55 anos terá de trabalhar mais 153 dias corridos se quiser manter o valor de benefício. Para se ter ideia do impacto, se o trabalhador com salário médio de R$ 1 mil tivesse se aposentado na semana passada, garantiria rendimento de R$ 716,93. Agora, o contracheque será de R$ 705,69, ou R$ 11,24 a menos. No caso de um segurado com 60 anos e 35 de contribuição, o tempo de permanência na ativa será de mais 173 dias para que a aposentadoria não seja reduzida.

Follador explicou que, como o brasileiro viverá mais cinco meses, em média, o gasto com aposentadoria também subirá. Por isso o tempo de contribuição passa a ser maior. Pelas contas dele, em média, a perda do valor do benefício será de 0,25% a 1,67%. "Do ponto de vista da Previdência é correto exigir mais tempo para a aposentadoria. Para o segurado, é ruim", avaliou.
NA ATIVA
O chaveiro Sebastião de Oliveira Castro, de 54 anos, não quer ouvir falar de aposentadoria. “Enquanto tiver força e saúde vou trabalhar”. Ele, que contribui com a Previdência há pelo menos 20 anos, reclamou que não é possível sobreviver com o valor do benefício. “Deixei de contribuir um tempo, voltei, mas não levo fé nisso. No fim das contas, a gente recebe uma mixaria. Gosto do que faço e vou continuar com a mão na massa”, comentou.
Para o comerciante Raimundo Ivan Felix Teixeira, de 47, o fato de o brasileiro viver mais é positivo, uma vez que a qualidade de vida e as perspectivas de trabalho e saúde melhoraram nos últimos anos. Entretanto, ele destacou que cada vez mais é difícil conseguir se aposentar. “Eu contribuo há mais de 20 anos com o INSS, trabalho 15 horas por dia e vou receber um benefício pequeno. Vou me aposentar, mas sei que não vou ficar em casa encostado”, afirmou.
