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Estado de Minas

Mercado espera queda de 0,3% no PIB do terceiro trimestre de 2013

Entretanto, governo olha pelo retrovisor e vê alta de 2,5% sobre 2012


postado em 03/12/2013 06:00 / atualizado em 03/12/2013 07:29

"O fundo poço é agora, em 2013. A partir deste ano, é possível pensar que a crise será superada e deixada para trás" (foto: AE)
Brasília – Tão logo começar a trabalhar hoje, por volta das 7h, a presidente Dilma Rousseff deverá receber uma ligação do Rio de Janeiro, de assessores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao telefone, os técnicos lhe comunicarão que, sob seu governo, o Produto Interno Bruto (PIB) poderá ter encolhido entre julho e setembro, resultado de políticas de estímulo que fracassaram na missão de estimular o desenvolvimento econômico do país. Duas horas mais tarde, às 9h, o órgão estatal vai divulgar, para o restante do país, as estatísticas oficiais que devem mostrar uma retração da economia na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano. “Hoje, a única divergência em relação ao PIB, seja dentro ou fora do governo, é sobre o tamanho dessa queda”, resumiu o economista Mansueto Almeida, também ele um integrante do governo, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).

Nove entre dez analistas de mercado apostam que as riquezas geradas por empresas, famílias e governo encolheram até 0,3% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. A voz dissidente, o um de 10, acredita em estabilidade, ou seja, crescimento zero no período. Mais otimista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, citou ontem estimativas sob a perspectiva favorável ao governo. Para ele, o país cresceu entre 2012 e 2013, na passagem de julho para setembro. “O crescimento está projetado em 2,5%”, disse ele, em uma apresentação para um grupo de 200 empresários na manhã de ontem, em São Paulo.

No evento, o ministro destacou que os investimentos mostram elevação neste ano, após a queda em 2012, devido aos estímulos do governo para o setor privado financiar a aquisição de máquinas e equipamentos a juros subsidiados. “Só a agricultura crescerá mais”, afirmou, prevendo expansão entre 6% e 7% para o campo. Na avaliação dele, está havendo um novo movimento de queda na economia internacional. “Percorremos a segunda perna descendente do W e o fundo poço é agora, em 2013. A partir deste ano, é possível pensar que a crise será superada e deixada para trás”, apostou. Sobre o resultado trimestral do PIB, porém, o ministro preferiu o silêncio.

O governo comemora, no entanto, a revisão na base de dados relativa a 2012. Segundo antecipou há um semana a presidente Dilma, em entrevista ao jornal espanhol El País, o IBGE deverá divulgar hoje que o crescimento do ano passado foi de 1,5% e não de 0,9%, como se acreditava até então. Ainda que significativamente maior, o novo número também gera desconforto ao governo, uma vez que os 1,5% foram justamente a previsão tachada como “piada” pelo ministro da Fazenda, quando um banco suíço mencionou em relatório sua previsão para o desempenho da economia brasileira em 2012.

Cautela
A nova estatística oficial, ainda que mais favorável ao governo, não provocou entusiasmo no mercado, que viu a reavaliação do PIB com certa cautela. “A despeito das elucubrações sobre as causas das revisões que serão feitas (nas séries históricas do IBGE), não teremos como saber (neste momento) a origem da mudança dos indicadores”, disse a economista Silva Matos, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. É possível, portanto, que os dados que indicam queda no terceiro trimestre do ano possam ser reavaliados hoje, abrindo uma trincheira de esperança no governo. Reservadamente, técnicos da equipe econômica dizem esperar, no máximo, estabilidade do dado ou, na pior hipótese, ligeira queda do PIB.

Interesse nas estradas

Cinco grupos empresariais apresentaram propostas para o leilão das BRs 060, 153 e 262, sendo os dois últimos trechos em território mineiro. O consórcio selecionado para operar os 1.176 quilômetros que cortam também o Distrito Federal e Goiás será o que apresentar o menor valor para a tarifa, sendo o teto fixado em R$ 5,94 para cada 100 quilômetros. Os envelopes serão abertos amanhã na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

A Queiroz Galvão Desenvolvimento de Negócios se juntou à Construtora Queiroz Galvão e Ecorodovias, Coimex, Rio Novo, Tervap, Contex Engenharia, A. Madeira e Urbesa formam o consórcio Via Capital. Invepar, Companhia de Participações em Concessões e Triunfo Participações e Investimentos (TPI) apresentaram propostas individuais. Depois de ser escolhida para operar o aeroporto do Galeão e a BR-163, em Mato Grosso, a Odebrecht ficou de fora do processo. O mesmo é válido para a CCR, empresa selecionada para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.

Trata-se do quarto lote do Programa de Investimento Logístico licitado pelo governo federal. A BR-050 foi arrematada pelo Consórcio Planalto; a BR-262, entre Minas e o Espírito Santo, encerrou sem vencedores, e a Odebrecht venceu a BR-163. Neste ano, também serão leiloados outros dois trechos de rodovias: a BR-163, trecho em Mato Grosso do Sul, marcado para 17 de dezembro; e o da BR-040, entre Brasília e Juiz de Fora (MG), em 27 de dezembro.

Quanto ao último lote, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou ontem que as propostas serão entregues dia 23, na Bolsa de Valores de São Paulo, das 9h às 12h. Até sexta-feira, os interessados podem solicitar esclarecimentos sobre o edital. Depois disso, um relatório será publicado com todas as respostas referentes ao processo.


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