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Estado de Minas FALTAM 200 DIAS

Turistas devem preparar o bolso para visitar BH durante a Copa

Tarifas de hotéis e passagens aéreas para época dos jogos estão até 475% mais caras do que as praticadas agora pelas empresas


postado em 24/11/2013 00:12 / atualizado em 24/11/2013 08:05

Os fanáticos por futebol em todo o mundo podem começar a preparar o espírito – e o bolso – para a Copa de 2014. A 200 dias do grande Mundial, que promete movimentar o país, os preços de hotéis, casas para alugar, albergues e passagens de avião estão em escalada. Nos hotéis, a diferença entre os valores cobrados hoje e os preços para os dias de jogos mais disputados em Belo Horizonte chega a variar 475%. Nas passagens aéreas entre a capital mineira e as outras cidades-sede dos jogos, a variação de preço entre fevereiro de 2014 e junho e julho já chega a 182,7%. Nos próximos meses, a tendência é de que essa variação fique maior.

A definição de muitas tarifas depende ainda do sorteio dos oito grupos da Copa, a ser feito em 6 de dezembro pela Fifa. No hotel Ouro Minas, as reservas de quartos para as oitava de final (28 de junho) e 8 de julho (semifinal) estão fechadas até o dia do sorteio. As diárias dos quartos para as datas vão custar a partir de US$ 1 mil (R$ 2,3 mil), podendo chegar a US$ 8 mil (R$ 18,4 mil) nas suítes presidenciais. O valor é 475% acima da tarifa inicial do Ouro Minas, hoje de R$ 400.
De qualquer forma, a ocupação no hotel nos dois últimos jogos em Belo Horizonte já chega a 80%. “É preciso fazer reserva técnica para os demais quartos. Temos senso de responsabilidade, pois há possibilidade de demanda de autoridades”, afirma Alisson Martins, gerente nacional de vendas do Ouro Minas, que conta com 346 quartos. Nos primeiros jogos da Copa, a diária vai custar a partir de US$ 700 (R$ 1,61 mil) no hotel. “Os preços foram definidos depois de pesquisa em alguns países, como Alemanha e África. Fizemos investimento grande no hotel, que deve chegar a R$ 6 milhões. E o grande evento que teremos no próximo ano é a Copa”, explica Martins.

No Bristol Pampulha Lieu, no Bairro Ouro Preto, de 60% a 70% dos 59 quartos já estão reservados. “Parece que as pessoas só estão aguardando os sorteios dos grupos para confirmar as reservas”, diz Morvan Luiz, gerente-geral do hotel, que é um dos mais próximos do Mineirão. As diárias atualmente custam de R$ 250 a R$ 300. No período da Copa, os valores foram reajustados para R$ 500 a R$ 700 por quarto, alta de 100%.

Brasileiros, argentinos e norte-americanos são os principais clientes no San Diego Suítes para a Copa. A diária do hotel passou de R$ 250 hoje para R$ 400 nas datas dos jogos, alta de 60%. “Nos outros mundiais constatamos que nos períodos entre os jogos havia evasão grande, pois as reservas do cliente corporativo não aconteceram. Vamos tentar vender atrativos culturais e gastronômicos para isso não acontecer aqui”, diz Rodrigo Mangerotti, superintendente da rede Arco, responsável pelo San Diego.

Vaga em quarto - Os moradores da região da Pampulha aproveitam o Mundial também para ganhar uns trocados a mais. O médico e ator Diógenes Alcântra tem uma cobertura de 250 metros quadrados no Bairro Ouro Preto. No imóvel, de três quartos, cabem seis pessoas, e ele vai ser alugado durante junho e julho. Alcântra já definiu o valor da diária: US$ 150 (R$ 345) por pessoa. O preço é 165,38% acima do valor de período normal, quando cobra R$ 130 pela diária. “A procura tem sido grande para o período da Copa, de gente do Brasil e de outros países. Acho que até janeiro ou fevereiro já vou ter fechado tudo”, observa Alcântra.

O servidor Vítor Maurício Freire Machado mora com a mulher e uma filha em casa no Bairro Santa Amélia, Pampulha. No período da Copa, vai sair e alugar o imóvel. Ele afirma que na casa cabem oito pessoas e a diária vai custar em torno de R$ 500 por pessoa, com café da manhã incluído. “Aqui na Pampulha esse negócio tem sido comum”, diz.

Alta até em albergues

A confirmação da vinda da Seleção Argentina para a Cidade do Galo começa a movimentar o mercado imobiliário de Belo Horizonte. A delegação deve chegar à cidade 20 dias antes do início da competição, que vai ser aberta em 12 de junho. A imobiliária Lar Imóveis foi consultada por um grupo de cinco jornalistas argentinos que buscam imóvel mobiliado na capital. A locação está prevista para 45 dias e o valor a ser pago ainda está em negociação. É provável que o preço de uma casa varie de R$ 15 mil a R$ 25 mil por mês. “A tendência é que comece a ter procura maior a partir de agora. Por isso, estamos fazendo trabalho com os proprietários dos imóveis para mobiliar as unidades”, afirma Luiz Antônio Rodrigues, diretor-presidente da Lar.

A inflação para a Copa chegou também aos albergues. No Minas Hostel, na Floresta, o preço mais barato em quarto coletivo (seis pessoas) no período do mundial é R$ 109 por pessoa. A alta é de 180% em relação aos dias atuais, quando é possível alugar um quarto por R$ 39. O preço da suíte saltou de R$ 119 para R$ 299. “Já reservei cerca de 30% do hostel para a Copa. Acredito que até março tudo vai estar fechado”, afirma o proprietário, José Florêncio da Silva Neto.

O Ginga Hostel, na Serra, está quase cheio para a Copa. O albergue recebeu reservas de turistas da Austrália, Canadá, Alemanha, Índia, Malásia e Inglaterra. “Quando sair o sorteio dos grupos, acho que vai encher tudo”, diz a proprietária, Natália Farina. O hostel conta com três quartos coletivos e duas suítes e tem capacidade para 26 pessoas. A vaga no quarto coletivo, que hoje custa a partir de R$ 40, saltou para R$ 120 no período do Mundial, alta de 200%. No privativo o preço subiu de R$ 90 a R$ 110 para R$ 300 e R$ 330.

No Sorriso do Lagarto, no Bairro São Pedro, as reservas para a Copa começaram a ser feitas na semana passada. “Desde julho já tinha a demanda. Acreditamos que vai lotar tudo, temos demanda forte para isso”, diz Tatiana Cristina de Oliveira, proprietária do hostel. O preço da cama no quarto coletivo (10 a 12 pessoas) passou de R$ 35 para R$ 65 no hostel, aumento de 185,71%. O valor cobrado pelo quarto triplo teve reajuste maior: passou de R$ 120 para R$ 450, aumento de 275%.

Voo caro - Quem não se preparar, corre o risco de pagar também tarifas aéreas muito elevadas durante o Mundial. A reportagem do Estado de Minas comparou o preço cobrado em fevereiro de 2014 e durante o Mundial, em junho e julho. Quem for de Fortaleza (CE) para Belo Horizonte em fevereiro, por exemplo, vai pagar o valor mais barato de R$ 520 pela ida e volta pela TAM. Já no período do Mundial (entre junho e julho) o mesmo trecho sai por R$ 1,47 mil pela Avianca, alta de 182,70%.


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