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Estado de Minas

Expansão da economia tem fôlego curto no Brasil


postado em 29/10/2013 06:00 / atualizado em 29/10/2013 07:16

O consumo dos brasileiros cresce há três anos, dando contribuição decisiva para a expansão da economia e, se os economistas estiverem certos, ainda vai ajudar o país a fechar 2013 no azul. Os gastos, que no começo da década saíram de 61,9% do Produto Interno Bruto (o PIB, que mede a produção de bens e serviços) para 59,9% em 2007, voltaram a subir a 60,3% em 2011. No ano passado, chegaram a 62,3% e, no primeiro semestre de 2013, estavam em 63,3%. O economista Alex Agostini, da Austin Rating chama a atenção para a desvantagem de que o consumo tem tiro curto, enquanto o estímulo aos investimentos, que podem gerar mais produção e um círculo promissor e sustentável de emprego e da renda, não está caminhando na mesma velocidade.

“Com todo o estímulo que o governo deu ao consumo, as compras vão perdendo o ritmo com a inflação mais alta. As empresas passam a não contratar tanto e diminuem os investimentos”, afirma o economista. A expectativa para 2014 é de que os investimentos na economia voltem a crescer, com os leilões realizados pelo governo na área de infraestrutura. Até lá, o comércio conta com aumento das vendas, de olho nos grandes indicadores que influenciam o desempenho do setor, o emprego e a renda.

Se os dois índices se mantiverem e a inflação ficar limitada a 6% no balanço deste ano, os supermercados deverão atingir a projeção de crescimento de receita entre 3% e 4%, informou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada. Os supermercadistas de Minas traçaram meta ainda mais ousada, de expansão do faturamento até 4,5%, computando entre 6% e 8% de crescimento no período do Natal, destaca o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. “Há empresas apostando em aumento de 15% dos negócios motivados pelas festas de Natal”, afirma Rodrigues.


Para Fábio Bentes, da CNC, se as estatísticas não indicam crise no consumo e no comércio, é necessário considerar que a expansão está mais branda. A receita do setor, que ficou abaixo dos 4% de janeiro a agosto, frente ao igual período de 2012, vinha crescendo 8% ao ano, em média, desde 2007. A inflação média dos preços do varejo deverá encerrar 2013 em 7,3% e, para complicar o quadro de perspectivas, o crédito está ficando mais caro, com a taxa Selic chegando a 9,5% ao ano, no quinto aumento consecutivo.

Mais dinheiro para comprar

Entre novembro e dezembro, serão injetados na economia do país R$ 143 bilhões com o pagamento do 13º salário a 82,3 milhões de brasileiros, que terão um rendimento adicional médio de R$ 1.740. Os números, divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), indicam que o montante corresponderá a 3% do PIB. O estudo mostra ainda que 70% desse valor deve ser pago em 30 de novembro e 20 de dezembro (datas limite para pagamento da primeira e da segunda parcela do benefício). Em Minas, serão R$ 12,9 bilhões pagos a 8,8 milhões de beneficiários. Ou seja: 10,7% do total pago no país.

De acordo com Fernando Duarte, economista e supervisor técnico do Dieese/MG, no estado o pagamento do 13º salário responderá por 2,9% do PIB, e terá valor médio de R$ 1.375. No entanto, ele explica que, embora o valor da remuneração fique abaixo da média nacional, ele pode ser considerado expressivo. “Minas, em termos gerais, tem um valor médio equivalente a 83% da média nacional”, diz. Ainda de acordo com Duarte, colaboram para o rendimento médio menor o fato de o estado ter mais aposentados pelo INSS que a média nacional, com remuneração mais próxima do salário mínimo, e o próprio mercado de trabalho, que paga salários mais baixos que em outras regiões do país.


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