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Estado de Minas

Fusão da Vivo e TIM será barrada no Brasil

Na Europa, dona da Vivo, quer assumir a Telecom Italia, da TIM.


postado em 25/09/2013 06:00 / atualizado em 25/09/2013 07:27

Brenda Rungue teme a queda da qualidade dos serviços(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Brenda Rungue teme a queda da qualidade dos serviços (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Brasília e Belo Horizonte – “Do ponto de vista da lei brasileira, um grupo não pode ser controlador do outro e manter duas empresas aqui.” A frase do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, deixa claro que o acordo de US$ 600 milhões, que abriu caminho para a Telefónica, dona da Vivo (líder do mercado de telefonia celular no país), se tornar acionista majoritária da Telco, holding da Telecom Italia, proprietária da TIM, resultará em mudanças na distribuição do mercado de telefonia móvel no Brasil. Ele informou que o governo acompanha de perto os desdobramentos da negociação.

Mas, antes mesmo de o acordo ter sido anunciado na noite de segunda-feira, o governo brasileiro já tinha alertado a Telefónica, ainda em 2012, que, caso prospere a sua investida para adquirir o controle societário da Telecom Italia, o grupo espanhol terá que se desfazer de um dos negócios no Brasil. “Como a fusão das companhias não é possível por razões concorrenciais nem é permitida, por lei, a sobreposição de frequências, se houver confirmação do negócio, a Telefónica terá seis meses para decidir entre devolver a outorga da TIM para nova licitação ou vendê-la a um terceiro, de fora desse mercado”, sentenciou uma fonte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo a autoridade, a TIM teria de ser oferecida apenas à brasileira GVT, que não opera com telefonia celular, ou a grupos estrangeiros interessados em ingressar nesse mercado no país, como a inglesa Vodafone ou a egípcia Orascom.

Bernardo acrescentou que a Anatel e provavelmente o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vão analisar os fatos. Os dois órgãos informaram que ainda não se pronunciariam sobre a notícia, sem descartar a abertura de processo administrativo tão logo os negócios se consolidem. “Se confirmar a compra de controle, haverá uma concentração muito grande no mercado brasileiro na mão de um só grupo, de mais de 50%, além da diminuição de um concorrente. Isso é algo muito negativo”, observou o ministro. Segundo dados de julho da Anatel, Vivo e TIM teriam mais de 55% do total de participação no mercado brasileiro.

Em Minas Gerais, de acordo com a Anatel, a Vivo aparece com a maior parte do mercado de telefonia móvel, 31,6% e 8,1 milhões de clientes. Em segundo lugar, está a TIM, com 27,4% do mercado e 7,1 milhões de clientes. TIM e Vivo, juntas, respondem por 59,07% das linhas de celulares do estado, atingindo 15,2 milhões de usuários.

Analistas lembram que a eventual compra do controle da Telecom Italia pela Telefónica implicaria, além da complexa análise antitruste no Brasil, um desafio à manutenção da qualidade dos serviços prestados no país. “Não por acaso, a lei não permite uma só empresa deter um espectro superior a 80 megahertz (MHz)”, lembra a fonte da Anatel. Analistas lembram que esses movimentos dependem de autorização não só dos órgãos reguladores e de defesa da concorrência italianos, mas também dos do Brasil e da Argentina, onde há participações cruzadas nos respectivos mercados.

O acordo anunciado na Europa, agora garante o aumento da participação da Telefónica na Telco. E a espanhola terá a opção, a partir de 1º de janeiro de 2014, de comprar o restante das ações (veja quadro).

Para o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, fusões de grandes empresas não são interessantes para o consumidor. “Isso diminui a concorrência e o usuário fica com menos opção de escolha.” Para a operadora de caixa Brenda Alice Rungue, cliente da TIM, a fusão gera o temor de que as operadoras passem a oferecer um serviço de menor qualidade.


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