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Estado de Minas

Balança comercial tem maior resultado negativo em 18 anos no acumulado de 2013

Déficit acumulado de janeiro a agosto é de US$ 3,7 bilhões, o pior desde 1995


postado em 03/09/2013 06:00 / atualizado em 03/09/2013 07:13

Nem o aumento de 100% no embarque de milho, que tem peso destacado na balança brasileira, freou a queda das exportações no acumulado do ano(foto: FERNANDO WEBERICH/CNH/DIVULGAÇÃO)
Nem o aumento de 100% no embarque de milho, que tem peso destacado na balança brasileira, freou a queda das exportações no acumulado do ano (foto: FERNANDO WEBERICH/CNH/DIVULGAÇÃO)
Brasília – Os ventos não andam favoráveis ao comércio exterior brasileiro. A balança comercial continua registrando os piores dados da história diante do aumento das incertezas no cenário internacional. O déficit acumulado de janeiro a agosto, divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), de US$ 3,7 bilhões, é o pior desde 1995. Apesar de o oitavo mês ter sido o segundo melhor do ano, com um saldo positivo de US$ 1,2 bilhão entre o volume de mercadorias que entraram no país e o de itens que saíram, esse resultado é o pior desde 2002, quando o saldo foi de US$ 1,6 bilhão.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, tentou minimizar esses dados ao apresentar transparências que mostravam que, se não fosse o petróleo, o saldo da balança acumulado seria positivo. "Esse comportamento da conta petróleo leva a um déficit de US$ 16,3 bilhões e isso superou o superávit de US$ 12,6 bilhões dos demais produtos da balança", explicou Godinho. Ele afirmou que considera essa situação "conjuntural". A aposta do governo é no aumento da produção de petróleo no país, e, consequentemente, o aumento do refino doméstico pela Petrobras. "Essa é a expectativa com a qual trabalhamos. Não podemos afirmar que isso ocorrerá", afirmou. Entretanto, dados divulgados ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram o contrário, com queda de 2,4% na produção de petróleo em julho frente a igual mês do ano passado.

Godinho destacou que desvalorização do real ainda não teve reflexo na balança, mas o governo também espera que as importações diminuam no curto prazo em função da alta do preço dos produtos importados. "Se ele (o dólar) se mantiver em um patamar atual teremos esses efeitos no curto prazo. A tendência é de redução das exportações a longo prazo", completou, usando esses fatores como base para prever um "superávit pequeno" neste ano.

Na avaliação do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o resultado da balança era esperado, mas vai ser muito difícil reduzir a conta petróleo e obter um saldo positivo na balança até o fim do ano. "Agosto foi o auge do represamento da contabilização das importações de combustíveis. Era a menor base possível, portanto, vai ser difícil que essa conta diminua em 2013", alertou ele, lembrando da manobra contábil que o governo fez em 2012 ao permitir que a Petrobras adiasse o envio à Receita Federal dos dados de compra de petróleo e derivados no exterior. Isso fez com que entrassem na conta deste ano US$ 4,5 bilhões de importações de óleo combustível realizadas no ano passado. "Isso está prejudicando o saldo comercial deste ano. Se tivesse ocorrido no ano passado, o governo não teria esse problema", destacou.

IMPORTAÇÕES No acumulado do ano, as importações aumentaram 10,1%, para US$ 160,4 bilhões. Já as exportações caíram 1,3%, na comparação com o mesmo período de 2012, chegando a US$ 156,7 bilhões. O aumento de 100% nos embarques de milho, um dos principais destaques da balança, não conseguiu ajudar a reverter essa queda. "O envio da soja, cuja tonelada é mais do que o dobro da do milho, está quase no fim e devem terminar este mês. Já foram embarcados 37 milhões de toneladas e acredito que não passe de 39 milhões de toneladas. Ou seja, deverá ajudar pouco para o superávit", afirmou Castro, da AEB.

O especialista alertou que o último trimestre é, tradicionalmente, de maior volume de importações. O secretário do MDIC reconheceu que será um desafio conseguir um saldo positivo na balança que eles prevêem. "Tem mais importação no fim do ano. A alta do dólar pode mitigar a concentração de importação. E isso está na nossa equação", afirmou. Os produtos manufaturados foram os que mais tiveram queda nas exportações este ano. O volume embarcado de janeiro a agosto deste ano recuou 5,9%, para US$ 19,7 bilhões. Entre os destaques, óleos combustíveis tiveram um tombo de 31,8%; aviões, de 28,5% e máquinas para terraplanagem, de 26,1%.


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