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Estado de Minas TRABALHO

Mulheres bem arrumadas se sobressaem profissionalmente, diz estudo

Estudo revela que 85% das mulheres que vão ao salão de beleza acham que as bem-arrumadas se sobressaem profissionalmente


postado em 01/09/2013 07:36 / atualizado em 01/09/2013 08:04

"A pessoa que está com unha feita, maquiada e cabelo escovado passa a ideia de organização", diz Andréa Mendes, recepcionista, que gasta R$ 40 quinzenalmente no salão (foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
O salão de beleza deixou de ser supérfluo. A maioria das profissionais atuais enxerga a aparência como forte ferramenta para se dar bem no mercado de trabalho. E a preocupação não faz parte apenas do ambiente de grandes executivas e mulheres de classe A. Hoje, as pertencentes à classe C passaram a ser as maiores consumidoras dos serviços de beleza do Brasil e lideram a maioria absoluta da frequência nos salões do país. Elas capricham no visual, com unhas bem pintadas, cabelos escovados, luzes e sobrancelha definida.

Pesquisa feita pelo Data Popular, instituto que pesquisa a baixa renda no país, mostrou que 32,2 milhões de brasileiras acima dos 18 anos foram aos salões nos últimos 30 dias antes do levantamento, realizado em 44 cidades do país. Além disso, a pesquisa mostrou que 64% das frequentadoras dos salões trabalham e 85% acreditam que as pessoas bem-arrumadas se dão melhor profissionalmente.

O estudo apontou ainda que a maioria absoluta (83%) das frequentadoras dos salões de beleza pertence à classe C. “Os números vieram para ficar e não representam apenas a vaidade. As mulheres estão enxergando a beleza como investimento na qualidade de vida e no próprio trabalho. É uma plataforma para melhorar de vida”, afirma Renato Meirelles, presidente do Data Popular. A média de frequência da classe C aos salões de beleza é bem próxima da alta, ficando em torno de duas vezes ao mês. “O tipo de salão é diferente, mas a frequência é quase a mesma”, ressalta Meirelles.

A preocupação das mulheres com a aparência faz sentido. Nas agências de recrutamento e consultorias de recursos humanos há unanimidade na relação direta das oportunidades com boa aparência. “Sem dúvida nenhuma, é uma arma. A pessoa tem que parecer ser bem-sucedida. Se ela estiver desleixada, deprimida e malvestida, nenhuma empresa vai querer. Se passar a conotação de que não está bem consigo mesma, ela não vai conseguir ter bom desempenho no trabalho”, diz Maria Antonieta Barbosa Rossi, uma das diretoras do Instituto de Desenvolvimento e Gestão Empresarial (Idege).

A profissional que consegue equilibrar a vida pessoal com a profissional é a desejada, avalia Maria Antonieta. “A roupa, por exemplo, não precisa ser cara. Tem que ser adequada e depende mais de bom senso. E se a pessoa já vem naturalmente com esse ‘desconfiômetro’, a chance de se dar bem no ambiente corporativo é maior”, diz.

BELEZA E FELICIDADE
A recepcionista Andréa Luciana de Moura Mendes, de 40 anos, acredita que a aparência influencia muito no ambiente profissional. “A pessoa que está com unha feita, maquiada e cabelo escovado passa a ideia de organização”, diz. Ela busca estar sempre assim. De 15 em 15 dias ela vai ao salão, onde faz escova , hidratação e unha. Total da conta: de R$ 35 a R$ 40. De quatro em quatro meses faz ainda luzes e escova progressiva e desembolsa mais R$ 150. Andréa tem faixa salarial de até R$ 1 mil e acredita que a aparência é importante em todas as profissões. “Quando estou mal-arrumada, não fico feliz. Quando me cuido, fico melhor comigo mesma”, afirma.

Consultora de imóveis, Tânia Silva e Souza não descuida da aparência:
Consultora de imóveis, Tânia Silva e Souza não descuida da aparência: "Não deixo um centímetro de fio de cabelo branco sem pintar. Caso contrário, fica parecendo desleixo" (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
A imagem e a produtividade

O cuidado com a aparência vale para todos os níveis hierárquicos, ressalta Lara Castro, da Rhumo Consultoria. “A grande questão colocada é a seguinte: se a pessoa não cuida dela, será que vai cuidar do trabalho?”, indaga Lara. Ele ressalta que até mesmo no momento da admissão a pessoa com melhor aparência pode ser escolhida em detrimento de outras.
“A imagem é a primeira coisa a trabalhar. E a saúde física é muito ligada à emocional. Se a pessoa não está bem fisicamente, pode não estar bem emocionalmente. E tudo isso impacta na produtividade das organizações”, diz Lara.

As regras para vestir melhor muitas vezes são explícitas nas organizações, divulgadas até mesmo em jornais internos. “Outras vezes, são ditas nas conversas de corredores”, explica Lara. Ela afirma que algumas empresas chegam a fazer convênios com salões de beleza e consultorias para ensinar o que deve e não deve ser usado.

A consultora de imóveis Tânia Maria da Silva e Souza, de 53 anos, tem faixa salarial entre R$ 7 mil e R$ 8 mil e trabalha com clientes mais exigentes. “São pessoas que olham a aparência. Por isso, não deixo um centímetro de fio de cabelo branco sem pintar e estou sempre maquiada e cabelo arrumado. Caso contrário, fica parecendo desleixo”, diz. Ela acredita que é preciso se sentir bem para ter sucesso no ambiente profissional.

Tânia frequenta o salão de beleza todas as semanas. Lá, faz sobrancelha, retoque de raiz, pé e mão e mechas. “À medida que vamos ficando mais velha, ficamos ainda mais vaidosas. É uma preocupação crescente, pois o mercado está cada vez mais competitivo”, afirma.

A advogada Cecília de Pádua Wanderley Alcântara, de 28, mora em Montes Claros , no Norte de Minas. “As pessoas julgam muito pela aparência, principalmente no interior”, diz. Cecília tem renda em torno de R$ 3 mil. Ela faz pé e mão toda semana e luzes de três em três meses. “Na advocacia, o marketing é você”, conclui. (GC)


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