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Estado de Minas

BC começa reunião do Copom e prepara decisão sobre juros

Mercado espera alta a 9%


postado em 27/08/2013 20:18

O Banco Central do Brasil iniciou nesta terça-feira uma reunião de dois dias durante a qual pode decidir por uma nova alta da taxa básica de juros de 0,5 ponto, a 9% ao ano, para combater a inflação, estimam analistas.

Diante da forte desvalorização do real em um mercado muito volátil devido ao rumo da política monetária nos Estados Unidos e uma inflação acima do centro da meta, analistas esperam que o Banco Central decida pela quarta alta consecutiva da taxa Selic este ano.

"Para esta reunião esperamos uma alta de 0,5 ponto para uma taxa de juros de 9%. E para o final do ano acreditamos que a taxa ficará em 10% ao ano", declarou à AFP, Alex Agostini, economista chefe da agência de classificação de risco Austin Rating.

"A grande preocupação ainda está na resistência da taxa de inflação. Por isso, acreditamos que, em 2014, a taxa de juros estará um bom tempo com dois dígitos", acrescentou. A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) será feita na noite de quarta-feira, após o fechamento dos mercados.

Os operadores e analistas de mercado consultados na pesquisa semanal Focus do Banco Central destacam uma alta da taxa de juros a 9% ao ano. O Brasil acumulou uma inflação de 6,27% em 12 meses em julho, abaixo, mas muito próximo do teto da meta do governo de 6,5%. O centro da meta oficial para a inflação é de 4,5%.

Preocupado com a alta dos preços, o Banco Central elevou em julho a taxa de juros anual a 8,5% de um mínimo histórico de 7,25% vigente até abril. Contudo, além da inflação, analistas destacam que na decisão do Copom deve pesar também a forte desvalorização atual da moeda brasileira, em seu menor valor em quatro anos frente a um dólar fortalecido pela perspectiva de um ajuste na política monetária nos Estados Unidos.

Este ajuste implicaria um corte das injeções de liquidez que o Federal Reserve (banco central norte-americano) realiza através de milionárias compras mensais de títulos do Tesouro e, por outra parte, taxas de juros mais altas.



Isso reduziria o fluxo de capitais, sobretudo, em relação aos mercados emergentes como Brasil, Rússia ou Índia, cujas moedas caem em relação ao dólar. "É preciso ver como o efeito do câmbio vai ser transmitido aos preços. Esse é o primeiro (ponto). Em segundo lugar, quando efetivamente ocorrer a mudança na política monetária dos Estados Unidos, será necessário decidir que passos tomar", comentou Agostini.

"A desvalorização foi forte, mas é porque também há um cenário de grande especulação", acrescentou. O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, disse recentemente que a queda do real ainda não repercutiu na inflação, ao encarecer os produtos importados.

O real caiu na semana passada a 2,45 por dólar, seu menor valor desde dezembro de 2008. A queda levou o Banco Central a anunciar uma estratégia de intervenção no mercado de câmbio com ofertas diárias de dólares que no total disporá de até 55 bilhões de dólares até o final do ano.

"A grande expectativa é que o real vai continuar caindo. Os fatos do exterior pesam mais que os internos nesses movimentos do mercado", acrescentou Agostini. "Lá fora haverá melhores oportunidades para os investimentos", disse. O Brasil enfrenta, além disso, um decepcionante ritmo de crescimento econômico, de apenas 0,6% no primeiro trimestre em relação ao anterior.


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