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Estado de Minas

Empresários e profissionais investem em serviços específicos para idosos


postado em 03/08/2013 06:00 / atualizado em 03/08/2013 09:08

Eurico Magalhães, de 70 anos, pratica equitação ao lado da terapeuta Karla Oliveira(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Eurico Magalhães, de 70 anos, pratica equitação ao lado da terapeuta Karla Oliveira (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Há pouco mais de um mês, Eurico Magalhães, de 70 anos, se matriculou em equitação para a terceira idade. A indicação que o levou a aliviar o estresse no Centro Equestre Schwenck, na Pampulha, veio de um médico. Mas a prática, mais que um remédio, está agradando ao aposentado além do esperado. O contato com os animais, com a natureza e o esporte equestre o faz lembrar de bons momentos da infância, contribui para o equilíbrio emocional e no combate de doenças como a depressão. O programa Equitaqualy faz parte de um pacote de novo serviços desenvolvidos para atender um mercado em expansão no país, o da chamada maioridade.

Os maiores de 60 anos movimentam ao ano mais de R$ 400 bilhões no país. Dos 22,3 milhões de consumidores que compõem essa população, 17,8% estão nas classes mais ricas (A e B) e 70,4% na chamada nova classe média, segundo dados do Instituto Data Popular. De acordo com especialistas, a oferta voltada para essa faixa etária ainda é tímida. Faltam produtos de fato desenhados para os mais velhos e quem consegue vencer a barreira pode se beneficiar.

“O mercado de produtos e serviços para idosos ainda é restrito. E falta profissional capacitado, pois o estudo sobre envelhecimento é muito recente”, afirma a gerontóloga Viviane Café. A especialista em envelhecimento diz que no Brasil, há dez anos, não havia profissional capacitado para trabalhar com a terceira idade. A oferta passou a ocorrer com o aumento da expectativa de vida da população. A média de esperança de vida para os nascidos em 1980 era de 62,60 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para quem nasceu em 2012, a média passou para 73,95 anos e, em 2050, o IBGE prevê que a expectativa salte para 81,29 anos.

A terapeuta ocupacional Karla Oliveira, apostando no avanço da faixa etária no Brasil, desenvolveu no haras Schwenck o projeto Equitaqualy para terceira idade, com participação de equipe multidisciplinar. Ela acredita que à medida que os benefícios da prática se tornarem conhecidos, sua demanda tem potencial para até superar a capacidade máxima de atendimento. O valor da mensalidade é próximo de R$ 500, com sessões uma vez por semana. Karla diz que o trato com os animais faz parte da história de muitos mineiros. Para a terapeuta, resgatar essa memória em contato com a natureza e associada aos estímulos rítmicos e balançantes da equitação é um investimento também capaz de devolver ao aluno (prática preventiva) ou ao paciente equilíbrio, força, autoconfiança e boa dose de qualidade de vida.

Seu Eurico se aposentou no setor financeiro, mas continua firme na ativa. Ele, que já chegou a gerenciar equipe com mais de 100 funcionários, operando em renomadas instituições do país, considera que a atividade o acalma. “Quando criança, entre 10 e 12 anos de idade, costumava viajar para Curvelo e lá andava a cavalo. Acredito que o investimento financeiro compensa, traz um grande bem-estar.

Dança lucrativa

Marca registrada da terceira idade, a dança de salão ganha fôlego entre os maiores de 60, público fiel e que não para de crescer. Elaine Reis, dona da academia Pé de Valsa, em Belo Horizonte, treinou equipe especial de dançarinos para animar os bailes de uma população que corre do chá de cadeira. Ela conta que, diante da grande demanda, formou equipes treinadas para atender os bailes da terceira idade em clubes e associações de aposentados e para animar aniversários de 80 anos. Ela oferece ainda o serviço avulso, que custa R$ 140 por três horas. “Geralmente três aposentadas se unem e contratam um dançarino para os ritmos específicos. Sempre avisam o que querem dançar, como tango e bolero, e atendemos a todos. A população que viveu os anos dourados gosta de dançar”, aponta.

Robson Naziazeno é professor de dança de salão e folclórica. Ele tem cerca de 96 alunos idosos, entre 65 e 92 anos. “A dança oferece aos idosos melhor condicionamento físico e revitalização da autoestima”, afirma o professor. Com frequência, Naziazeno promove bailes para o convívio com outros grupos da terceira idade. Ele conta que nos últimos tempos tem dado preferência às aulas nas praças da Liberdade, do Papa e da Pampulha. “É uma forma de propagar a dança de salão”, diz.
O valor mensal do curso, com duas aulas por semana, sai por cerca de R$ 180. “Os idosos estão mais abertos para esse tipo de serviço. Quando me procuram, querem se divertir. E o melhor lazer para a terceira idade é viajar e dançar. Eles se comunicam e trocam muitas informações durante as aulas”, observa o professor. Forró e bolero são os ritmos preferidos pelos alunos.


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