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Estado de Minas

Rombo histórico de US$ 43,5 bi na balança comercial

Balanço semestral das transações do Brasil com produtos e serviços, além da transferência de renda, foi o pior desde 1947


postado em 24/07/2013 06:00 / atualizado em 24/07/2013 07:32

As remessas de recursos de empresas estrangeiras ao exterior e o peso das importações de combustíveis levaram o rombo das transações correntes do Brasil com o mundo à marca de US$ 43,5 bilhões no primeiro semestre. Foi o pior resultado da série histórica do indicador mantida pela Banco Central (BC) desde 1947. O indicador retrata a entrada e saída de produtos e o balanço de serviços, como viagens e aluguel de equipamentos, além da transferência de renda, incluindo o pagamento de juros. O valor recorde, divulgado ontem pela instituição ontem, supera em 72% o déficit registrado nos seis primeiros meses de 2012, de US$ 25,2 bilhões.

Apenas em junho, o saldo negativo foi de US$ 3,95 bilhões, montante pouco inferior ao registrado em igual mês do ano passado (US$ 4,4 bilhões) e que ficou abaixo do previsto pela autoridade monetária (US$ 5,4 bilhões) para o período. A conta capital e financeira do país, que revela o fluxo de entrada e saída de investimentos, ficou positiva em US$ 2,7 bilhões em junho, quantia insuficiente para cobrir o déficit nas transações correntes. Com isso, o resultado negativo nos últimos 12 meses até junho chegou a US$ 72,5 bilhões.

Apesar desses números, o governo ainda mantém a estimativa para o ano de uma perda de US$ 75 bilhões. Já o mercado financeiro aposta em um número pior: déficit de US$ 90 bilhões. O descasamento das estimativas oficiais e de analistas se deve a uma leitura mais otimista por parte da equipe econômica de alguns números melhores registrados em junho no balanço de pagamentos, entre os quais o saldo da balança comercial, que registrou superávit de US$ 2,3 bilhões. Esse bom resultado, no entanto, não foi suficiente para reverter o prejuízo registrado no ano, um rombo de US$ 3 bilhões.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, permanece na expectativa de dias melhores para a balança comercial. "A reação das exportações no mês passado, acompanhada de uma desaceleração nas importações, contribuiu para o melhor desempenho", disse. Maciel frisou também que o saldo comercial de junho, o melhor desde setembro de 2012, ainda foi impactado pela parada técnica de plataformas exploradoras de petróleo, forçando nível de importação do combustível maior que o estimado. "Com base nessas variáveis é que mantemos a projeção de que o saldo da balança comercial fique positivo em US$ 7 bilhões no fechamento do ano", acrescentou.

Gasto alto no exterior


Apesar de o dólar permanecer na casa de R$ 2,20, os gastos dos turistas no exterior continuaram em alta, sem mostrar ainda qualquer tendência de desaceleração. Em junho, despesas de brasileiros com viagens internacionais somaram US$ 1,9 bilhão. O valor inédito para o mês é 14,5% superior ao apurado em junho de 2012. No acumulado do primeiro semestre, a cifra também é recorde: US$ 12,33 bilhões, uma alta de 15,2% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. Quando se observa o saldo na conta turismo, que contabiliza também os gastos de viajantes estrangeiros ao Brasil, o número ficou positivo em US$ 1,5 bilhão apenas em junho.


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