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Estado de Minas

Minas quer pão de queijo até no Cazaquistão

Fabricantes querem que iguaria mineira seja conhecida mundialmente. Alta do dólar deve elevar exportações


postado em 21/07/2013 06:00 / atualizado em 21/07/2013 07:15

Linha de produção de pão de queijo: com dólar na casa dos R$ 2,20, empresas mineiras também planejam conquistar paladar dos chineses (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 3/8/11)
Linha de produção de pão de queijo: com dólar na casa dos R$ 2,20, empresas mineiras também planejam conquistar paladar dos chineses (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 3/8/11)


Embalados pelo sonho de transformar o pão de queijo em iguaria tão conhecida quanto o croissant francês ou o hambúrguer americano, os fabricantes do quitute típico de Minas Gerais se animam a expandir as exportações com a alta recente do dólar. A Forno de Minas está definindo os acertos finais de seu primeiro embarque para os Emirados Árabes, sétima fronteira derrubada pela fábrica de Contagem, na Grande BH, depois da abertura de mercados no Canadá, Estados Unidos, Portugal, Uruguai, Chile e Inglaterra. A Clap Alimentos, dona da marca Maricota, acaba de desembarcar no Cazaquistão e concluiu o processo de registro do produto na China, com a experiência de vendas concretizadas na Arábia Saudita em 2012 e em Dubai neste ano.

Se a valorização do dólar se firmar, os contratos no exterior tendem a crescer também na Pif Paf Alimentos, que exporta pão de queijo para Estados Unidos, Angola, Japão e França. A Forno de Minas tem um plano ousado de triplicar as exportações nos próximos nove anos, para apurar 25% de seu faturamento no exterior, com vendas de pão de queijo e folhados, informa o diretor-presidente da empresa, Hélder Couto Mendonça. A receita mineira abre caminho para os outros produtos e todos os itens tendem a ganhar com a alta do dólar, mas desde que a cotação da moeda norte-americana se estabilize.

“O dólar na casa dos R$ 2,20 nos torna mais competitivos, mas é importante manter os preços constantes quando se atua no comércio externo”, afirma Mendonça. Do ponto de vista da estratégia das vendas no exterior, o desafio da marca é não ficar presa ao consumo das comunidades de brasileiros. Com vendas regulares para os EUA há 13 anos, a Forno de Minas tem grande penetração no chamado segmento étnico. A nova estratégia de expansão das vendas requer investimentos em divulgação e marketing. Não foi por outro motivo que a empresa fez neste ano a sua primeira campanha publicitária em países importadores da iguaria.

Os embarques devem chegar a 110 mil caixas de pão de queijo em 2013. Para o diretor de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da empresa, Ricardo Machado, o pão de queijo tem potencial para se tornar um produto global. Além do sabor, conta com as vantagens de um panificado que não contém glúten e não sofre fermentação, podendo sair do freezer para o forno. “Em cada país adotamos uma política para nos adaptarmos ao mercado local e aos hábitos de consumo. O importante é ter um parceiro que conheça a cultura daquele mercado”, afirma Machado. Em Portugal, por exemplo, o pão de queijo da marca é vendido por uma grande rede de supermercados e servido pronto nas padarias das lojas. O Oriente Médio será atendido por um distribuidor especializado da região.

Chuna cobiçada

Com a marca Maricota, a Clap Alimentos conquistou vendas regulares de pão de queijo há dois anos em Moçambique e Angola e está testando o mercado da África do Sul. Entusiasmado, o diretor de Negócios Internacionais da empresa, Júlio Cezar Ribeiro, diz que a companhia trabalha com a meta de repetir em 2013 o volume embarcado no ano passado na proporção de 8% do faturamento, contando com a abertura de novos mercados.

“Pretendemos dar mais atenção agora ao Oriente Médio, com a atuação de um agente local que conhece a cultura da região. É uma fronteira nova que trouxe perspectivas para o negócio do pão de queijo”, afirma. Na Ásia, tanto a marca Maricota quanto a Forno de Minas ainda estão tateando no mercado mais almejado, a China, atraídas por um gigantesco espaço de consumo. Vencer as diferenças culturais para atacar o maior parceiro de comércio de Minas Gerais com o exterior não será o bastante.

Cezar Ribeiro conta que a Clap cumpriu os requisitos legais para obter registro nos órgãos competentes do país asiático, mas precisa reduzir o tempo que o produto permanece no forno para ter chances de penetrar no mercado consumidor por meio do chamado food service, o segmento dos restaurantes, lanchonetes e padarias. Para Hélder Mendonça, da Forno de Minas, trata-se, a rigor, de vencer o desafio de uma população que não tem o hábito de consumir produtos assados.

 A Pif Paf Alimentos, produtora de aves, suínos e bebidas, vendeu 100 toneladas de pão de queijo no exterior no ano passado, volume que representou 5% da produção. A alta do dólar favorece a política da empresa de atuar no mercado internacional. “Não temos dúvida do grande potencial do pão de queijo”, afirma o diretor comercial da empresa, Edvaldo Campos.


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