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Estado de Minas

Inflação e juros sufocam famílias

Dados do BC mostram que dívidas com os bancos superam a marca de 25% do PIB , além de inadimplência resistente


postado em 26/06/2013 07:21 / atualizado em 26/06/2013 07:29

Brasília – Sufocadas pela inflação e pela alta de juros, as famílias se enrolaram de vez financeiramente. Além da dificuldade de pagar as contas no fim do mês, os brasileiros se mantêm presos à ciranda de dívidas que se acumula em ritmo acelerado. O total de débitos das pessoas físicas somente com os bancos rompeu em maio a marca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), representando pouco mais de um quarto de todas as riquezas produzidas pelo país.

Os números divulgados ontem pelo Banco Central acerca das operações de crédito consolidadas no mês passado revela um cenário preocupante do orçamento doméstico, agravado pela falta de perspectivas de melhora da economia a curto prazo. As transações na modalidade de crédito rotativo, quando o consumidor paga 20% da fatura do cartão no vencimento e deixa o restante para depois, bateram recorde e já somam R$ 137,7 bilhões – no ano, o salto é de 9,2%.

A situação de endividamento se agravou e atingiu um ponto fraco da atividade: a inadimplência, que se mostra resistente. Pela primeira vez desde dezembro do ano passado, o índice que mede o calote aos bancos não recuou na comparação mensal e sustentou o nível de 7,5% nas operações com recursos livres, ou seja, quando são excluídas as transações referentes a créditos rural e habitacional e a empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Nas operações com cartão de crédito, que cobram juros médios de 10% ao mês, a inadimplência cresceu pela segunda vez consecutiva frente ao mês anterior e chegou a 26,3%. Quando se trata da modalidade de crédito rotativo, a mais preocupante, o calote alcança 35,1%. Quer dizer que mais de um terço das pessoas que decidem pagar somente o mínimo da fatura no dia do vencimento não estão conseguindo arcar com os compromissos, tornando a dívida ainda maior. Para piorar o quadro, levantamento do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que 72% dos brasileiros não sabem quanto pagam de juros no cartão de crédito em caso de pagamento mínimo da fatura.

Com a renda comprometida pela alta de preços, os brasileiros se veem com a corda no pescoço. O crédito renegociado, resultado da intenção do consumidor em quitar os débitos, avança mês a mês. Em maio, esse valor chegou a R$ 21,7 bilhões, enquanto no mesmo período do ano passado não passava de R$ 17,7 bilhões. A expansão de 22,5% em um ano ilustra a corrida aos bancos na tentativa de conseguir juros reduzidos e mais prazo para pagar. Entretanto, pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que o número de endividados recuou em junho ante maio, chegando a 63%, mas superou os 57,3% observados em igual mês de 2012.

ALÍVIO
O recuo na taxa ´média de juros, que em 12 meses acumula queda de 3,6% nas operações com pessoas físicas, é considerado um alívio no momento em que a economia brasileira passa por um cenário “bastante delicado”, como definiu o presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira, Edmilson Lyra. “A população está endividada e ainda há de se levar em conta o aumento expressivo da inflação, que tem corroído o poder de compra dos brasileiros”, afirmou.
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