O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o início da negociação de um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), a ser concluído em dois anos, não desvia o foco da Casa Branca em sua prioridade máxima e mais imediata nesse campo: fechar um tratado comercial com outros 10 países banhados pelo Pacífico. A Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) tende a ser engrossada nos próximos meses pela adesão do Japão e da Coreia do Sul.
Os parceiros dos Estados Unidos esperam ver o acordo fechado até dezembro deste ano. Na semana passada, em Cingapura, deu-se a 16.ª rodada. À beira do desespero por um aumento substancial em suas exportações, os EUA estão seguros que um mecanismo de livre comércio com essa região trará benefícios a seus exportadores - e à sua economia americana, em geral - em curto e médio prazo. Reformas serão exigidas em todos os participantes, inclusive os EUA, para aumentar a competitividade em um ambiente sem barreiras comerciais.
Os 11 países, juntos, respondem por uma produção anual de US$ 21 trilhões. Os 10 parceiros dos EUA na TPP formam o maior mercado de bens e serviços para os produtores americanos. As exportações de bens dos EUA para a região alcançou US$ 895 bilhões em 2011, 59% do total embarcado pelo país. Incluídos Japão e a Coreia do Sul, a produção total da TPP subirá para US$ 28 trilhões, e o acordo envolverá o destino de mais US$ 110 bilhões em produtos americanos.
Os EUA já se beneficiam de acordos de livre comércio com cinco dos países da TPP - Canadá, Chile, Cingapura, Peru e México. Os mercados da Austrália, Brunei, Malásia, Nova Zelândia e Vietnã são os alvos primordiais. A negociação e o acordo final estarão abertos à inclusão de novos membros, avisa Fernandez, em uma sinalização para a eventual adesão, no futuro, da China.