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Estado de Minas

Cuidado com os opcionais na compra do carro zero

Compra de automóvel deve ser feita com cautela e conhecimento dos modelos oferecidos pelas concessionárias. Consumidor tem de fazer as contas para evitar surpresas com gastos extras


postado em 14/01/2013 00:12 / atualizado em 14/01/2013 07:30

Manuela Duarte reclama de problemas no carro zero que apareceram com um mês de uso(foto: ARQUIVO PESSOAL)
Manuela Duarte reclama de problemas no carro zero que apareceram com um mês de uso (foto: ARQUIVO PESSOAL)
De olho no desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e uma renda adicional, que inclui o 13º salário e outras gratificações, muitos consumidores aproveitam o início do ano para trocar de carro. Mas o sonho do veículo zero quilômetro deve ser bem planejado para que não se transforme em dor de cabeça. Com tantos estímulos para consumir, o indicado é que a escolha nunca seja feita em meio a euforia. Segundo especialistas, pesquisar e comparar preços, modelos e marcas pode garantir uma aquisição sem arrependimentos.

Pensar na finalidade da compra e onde o carro será usado – e por quem – é uma dica importante. Além disso, é preciso colocar na ponta do lápis o custo/benefício de itens mais caros, como o ar-condicionado, direção hidráulica, motorização e outros opcionais que valorizam os veículos, mas garantem maior vida útil para eles. Mesmo que a escolha do carro varie muito e de acordo com as necessidades de cada cliente, Julian Semple, consultor da Carcon Automotive, consultoria especializada no setor, garante que ela deve ser bem avaliada, porque algumas opções não são reversíveis. 

Esse é o caso, por exemplo, da escolha entre o câmbio manual ou automático, do motor 1.0 ou 1.4 e até mesmo do ar-condicionado e da direção hidráulica. “É possível colocar um alarme ou trava fora da fábrica por serem instalações mais simples, mas o indicado é que os opcionais mais complexos já venham de fábrica, para evitar problemas futuros, pois não é possível consertar esse tipo de escolha”, assegura.

Ao adquirir um carro novo, outros fatores também devem ser levados em consideração. O primeiro e mais importantes deles, em caso de financimento, é o valor das prestações. É importante ver se elas cabem no bolso, para que o orçamento do comprador não “enguice” no meio do caminho. “O consumidor deve ficar atento, perguntar e comparar as taxas de juros, que variam muito de um banco para outro, além de lembrar que quanto maior a entrada, menos ele pagará ao final do contrato”, afirma a consultora de investimentos Lilian Gallagher. “Um carro que é comprado sem entrada, por exemplo, pode ter uma parcela mais baixa, mas no fim do pagamento o consumidor terá  pago dois carros pelo preço de um”, reforça.

NO ORÇAMENTO
Considerar que um veículo demanda gastos mensais, quase como uma família, também é uma dica da especialista, que lembra que um carro popular tem despesas mensais de R$ 1 mil ou mais. “Esse valorm inclui seguro, IPVA, manutenção, gasolina, custos com estacionamento e, mais que isso, as despesas com as primeiras revisões, que não são baratas nem gratuitas”, lembra Lilian. Verificar antes da compra o valor do seguro e do imposto também é importante para garantir que o consumidor saia satisfeito. “Muitos compram o carro, não se preocupam com isso e depois ficam diante de um problema que vai acompanhá-los por alguns anos”, ressalta.

Entusiasmada com a possibilidade de trocar o seu veículo hatch por um utilitário SUV e aproveitar o benefício do IPI reduzido, a funcionária pública Manuela Duarte pesquisou bastante, mas mesmo assim saiu insatisfeita com alguns componentes do carro novo, que custou cerca de R$ 70 mil. Com apenas um mês de uso e menos de 1 mil quilômetros rodados, ela já reclama de alguns barulhos no painel, da qualidade do acabamento e do consumo, superior ao que foi informado pela vendedora no momento da compra. “Precisei me decidir rápido porque viajaria e ficaria um mês fora do país. Se não comprasse naquele momento, corria o risco de ficar sem a redução do IPI”, conta. “Recebi o carro na véspera da minha viagem e antes de completar 1 mil quilômetros notei esses problemas”, reforça.

Embora tenha feito test-drive e pesquisado várias marcas e modelos, Manuela diz  que os problemas incomodam, mas não o suficiente para que ela se arrependa da compra. De qualquer modo, ela garante que uma pesquisa com mais tempo, atenção aos detalhes do carro e disposição para visitar várias concessionárias trazem mais segurança para a compra. “Não dá para ir pela empolgação, porque é uma compra cara, que não tem como voltar atrás. Esse é um problema que eu espero que não me acompanhe ao longo do ano e que seja resolvido na concessionária.”

Por se tratar de um produto caro, em cuja compra o consumidor vai até a uma concessionária olha, avalia, escolhe e assina o contrato de um carro zero, não há proteção pelo pelo Código de Defesa do Consumidor para casos de arrependimentos e desistências sem nenhum tipo de problema concreto com o veículo. Segundo o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, o código é aplicado apenas nos casos em que o carro apresenta defeito e não é reparado em 30 dias. “Para isso, o artigo 18 garante que o consumidor tem o direito de pedir outro carro ou dinheiro de volta”, assegura. Portanto, segundo Barbosa, para o consumidor não sair frustrado de uma compra é sempre indicado que ele saiba tudo sobre o automóvel que está comprando.

O que diz o código


Art. 18 – Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.


Parágrafo 1º – Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

 1 – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

 2– a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;

 3 – o abatimento proporcional do preço.

De olho nos detalhes

>> Pesquise nas concessionárias, mas também na internet sobre o carro que quer comprar.
>> Se tem família grande e usa o carro para viagens, opte por um modelo sedan e não por um hatch.
>> Não leve em consideração apenas os seus desejos pessoais, mas os de todos que vão usar o carro.
>> Leve toda a família para ver o carro e façam um test-drive.
>> Ao adquirir um veículo financiado, leia atentamente o contrato de compra e venda, mas também o de financiamento, que são diferentes.
>> Fique atento às taxas cobradas e as utilize para tentar negociar melhores preços em outras concessionárias.
>> Leve em conta não só a prestação, mas também todas as despesas fixas de um veículo para saber se o custo caberá no bolso todos os meses.

Fonte: Procon e Carcon Automotive


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