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Estado de Minas AINDA BEM OTIMISTA

Diretor do Bradesco acredita que 'pibinho' do ano reflete cenário mundial


postado em 02/12/2012 00:12 / atualizado em 02/12/2012 07:44

São Paulo — O economista Octávio de Barros, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, defende que o baixo crescimento da economia brasileira em 2012 está relacionado, em grande parte, à crise externa. “Tudo o que poderia dar errado deu errado”, diz. Para ele, 70% do resultado do Pibinho deste ano foi consequência do cenário global. Mas o restante se deve a fatores internos e regionais, como a burocracia que trava os investimentos governamentais.

O economista e a sua equipe, de 34 pessoas, ficaram surpresos com o resultado pífio do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Ele previa uma alta entre 1% e 1,3%, e já cortou de 1,5% a 1,6% para 1% a expectativa de avanço para este ano. Ele reconhece que a redução da taxa de investimento contribuiu para essa queda, mas ela voltará a crescer em 2013.
Ao ver de Octávio de Barros, não são somente os juros altos e o câmbio que ajudarão o país a crescer. Será preciso mais. A seguir, os trechos da entrevista concedida ao Estado de Minas.

Balanço

O ano de 2012 é quando tudo que podia dar errado deu errado. Vários fatores idiossincráticos afetaram a economia brasileira. A nossa visão é de que 70% da desaceleração brasileira em 2012 têm a ver com o cenário global. É como se o Brasil tivesse crescido aquilo que o mundo lhe permitiu crescer. Claro que os 30% restantes são fatores totalmente nossos, domésticos e regionais, como a crise argentina, a seca no Nordeste no início do ano, a interrupção de investimentos na área de transportes por conta do episódio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)... Esses elementos roubaram algo próximo de um ponto percentual do PIB brasileiro, ou seja, se não fossem esses fatores idiossincráticos, o PIB do país poderia ter conseguido crescer 2,5%.

Câmbio x Inflação

A moeda brasileira foi a que mais se depreciou no mundo nos últimos 16 meses, em torno de 35%. Isso traduz uma determinação do governo de intervir no mercado de câmbio tanto com operações para inibir o fluxo de capitais de curto prazo como com ações específicas do Banco Central. A taxa de câmbio deve continuar oscilando entre R$ 2 e R$ 2,10, mesmo talvez ao longo de 2013. Não há interesse, em princípio, numa taxa muito superior a isso porque o Brasil enfrenta, a curto prazo, algumas pressões inflacionárias. Vamos só recordar que o país precisa fazer o reajuste dos combustíveis. E isso deve acontecer entre fevereiro e março do ano que vem. Mas a médio e a longo prazo é difícil dizer.


Futuro

A gente trabalha com um cenário de alta probabilidade de estabilidade da taxa de juros, no patamar de 7,25% em 2013, ainda que os modelos que desenvolvemos sugiram que seria necessário uma calibragem no fim do ano que vem. Mas ainda é cedo. Pelo menos 70% da nossa expectativa é que as taxas se mantenham inalteradas, que o PIB cresça 4%, com superavit primário de 2,4% e relação dívida-PIB em queda, e que a economia brasileira se recupere graças a uma recuperação modesta da economia mundial. O nosso cenário para economia mundial é de um crescimento de 3,6% no ano, que vem contra 3,3% este ano. Nós não vemos o risco de países saindo da Zona do Euro ou de quebradeira bancaria. Agora é só recessão, sobretudo, na Europa.

Potencial

Um crescimento entre 3,5% e 4,5% em 2013 é extraordinário, excelente. Qualquer coisa acima de 3,5% é muito bom para o Brasil. A sensação térmica vai continuar muito agradável. O PIB per capita vai continuar crescendo. Mas o importante é que a inflação se mantenha num patamar próximo do centro da meta. Trabalhamos com 5,2% no ano que vem.


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