
“As empresas precisam olhar para dentro de casa. É uma questão de atitude. Nós temos que nos abrir mais para tomar mercados no exterior e formar pessoal especializado na área”, disse Nicola Minervini a uma plateia de empresários e profissionais de comércio exterior que discutiram a internacionalização dos negócios, ontem, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Equívocos como não contar com uma estrutura adequada para acompanhar o desenvolvimento dos mercados nos quais o exportador conquista espaço e o erro de não criar serviços de pós-vendas são fatais para as experiências no mercado internacional, de acordo com o consultor.
O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, concorda com Nicola Minervini do ponto de vista da deficiência de profissionalismo das pequenas e médias empresas exportadoras, embora ressalve que, por esse mesmo motivo, uma política cambial adequada se torna mais importante. “Mesmo contando com profissionais e uma estrutura especializada na exportação, uma empresa não consegue realizar o milagre de vender um produto que custa mais caro do que o do seu concorrente”, afirma.
Avanços
Nicola Minervini, que lançou em BH a sexta edição do livro O exportador, dedicado à empresas e profissionais de comércio exterior, destaca avanços na receita das exportações, que passou dos US$ 250 bilhões por ano, sem que, contudo, o país tenha vencido a modesta participação inferior a 2% do comércio mundial. Outro desafio lembrado pelo consultor está na pauta de vendas externas concentrada nas chamadas commodities – produtos agrícolas e minerais com cotação no mercado internacional, a exemplo de minério de ferro, café, carnes, açúcar e produtos siderúrgicos. “O país fez grandes avanços, mas precisa estimular a venda de itens de valor agregado e apoiar as iniciativas de pequenas e médias empresas.”
