As despesas operacionais consolidadas da Companha Energética de Minas Gerais (Cemig) foram reduzidas em 20% no segundo trimestre ante igual intervalo de 2011. A retração dos custos se deve à preparação da estatal para o terceiro ciclo de revisão tarifária, que ocorre em abril do ano que vem. A expectativa média do mercado é que o preço da energia pago pelos consumidores das concessionárias que passarão pela revisão deverá cair em média 20% em 2013.
“A Cemig Distribuição e a Light realizaram investimentos para elevar a eficiência operacional, já que a terceira revisão tarifária vai reduzir de forma significativa a receita das empresas, capturando os ganhos dos últimos cinco anos”, explica o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla. De acordo com ele, esses investimentos irão melhorar a eficácia operacional até o início do ciclo. No segundo trimestre, o volume de energia elétrica comercializado para os consumidores finais na área de concessão da Cemig registrou crescimento de 4,91% em relação ao mesmo período de 2011, conforme balanço da estatal apresentado ontem ao mercado.
O lucro líquido obtido pela Cemig no segundo trimestre foi de R$ 604 milhões, avanço de 16% ante igual intervalo do ano passado. A receita operacional líquida superou os R$ 4,4 bilhões, com elevação também de 16%. Já o Ebitda (lucro antes dos juros, depreciação, impostos e amortização) em abril, maio e junho bateu o recorde de R$ 1,4 bilhão, com crescimento de 14% sobre o segundo trimestre do ano passado.
Na avaliação do diretor de Luiz Fernando Rolla, o resultado reflete o acerto da estratégia de crescimento adotada pela empresa desde 2003, o que também influenciou na expansão de 328% do valor de mercado da estatal, que saiu de R$ 7,4 bilhões naquele ano para R$ 31,8 bilhões em agosto de 2012. Para se ter uma ideia, o Ebitda de todo o ano de 2003 foi de R$ 1,7 bilhão, pouco maior do que o apurado entre os meses de abril, maio e junho correntes (R$ 1,4 bilhão).
De acordo com o diretor de finanças da companhia, os números são consequência do constante aumento na carteira de clientes, que no segundo trimestre atingiu 11,489 milhões de consumidores, aumento de 1,7%, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Rolla, o consumo residencial representou 16,8% da energia total vendida pela Cemig no período, com crescimento de 8,4%, associado à ligação de novas unidades consumidoras e ao incremento de consumo de bens e serviços pelas famílias.
Medidores inteligentes
Em dois anos, consumidores da Cemig já poderão começar a escolher o horário em que vão usar a energia e pagar mais barato quando a utilização for feita fora do horário de pico. Esse é o prazo para que a produção de 2 milhões de medidores inteligentes de energia (smart grids) sejam fabricados por uma empresa de tecnologia que será criada pela estatal mineira e pela Light. O medidor permitirá às companhias negociarem com os consumidores residenciais o preço da energia. O critério da instalação, que começa a ser feita em 2014, levará em conta a quantidade de energia gasta pelas residências, partindo das faturas mais caras para as mais baratas.
Publicidade
Cemig promove redução de custos para manter lucro
Com revisão tarifária prevista para 2013, Cemig diminui em 20% as despesas operacionais no segundo semestre
Publicidade
