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Estado de Minas

Ideias na web geram lucro

Publicidade gerada pelo AdSense, programa do Google que captura anúncios para editores de sites e blogs, faz mineiros faturar alto. Fatia da renda em 2011 foi de US$ 1 bilhão


postado em 04/08/2012 06:00 / atualizado em 04/08/2012 07:17

Uma viola na mão, uma ideia na cabeça e um hobby que se transformou em profissão. Aos 15 anos, Samuel Vignoli aprendia a dedilhar suas primeiras músicas, quando teve a ideia de compartilhar as tradicionais cifras em uma página na internet. De Raul Seixas aos cantores sertanejos da moda, todos eram incluídos na página, que, de tanto sucesso, o forçou a sair da agência de publicidade que trabalhava para se dedicar com exclusividade ao site. E a decisão mostrou-se acertada: o endereço eletrônico se confirmou como o maior do segmento no país e os mais de 32 milhões de visitantes mensais foram convertidos em valores poderosos.

Num universo de 150 mil brasileiros que se beneficiam da publicidade gerada pelo AdSense (programa da gigante de tecnologia Google que captura anúncios para editores de sites e blogs), o mineiro Samuel, hoje aos 30 anos, é apontado como o número 1 em faturamento no país. Apesar de não revelar os rendimentos, ele tem 65 funcionários, que foram contratados para mais uma inovação: criar vídeoaulas para ensinar iniciantes a tocar violão, bateria e contrabaixo. “A minha ideia inicial era fazer o que a Wikipedia fez anos depois: criar uma página para compartilhamento de cifras”, afirma Samuel, que ampliou o Cifra Club e passou a disponibilizar também letras de músicas, garantindo que as visitas se multiplicassem por cinco.

O mineiro se enquadra entre os 20% que faturam aproximadamente 80% do mercado de publicidade gerada por intermédio do Google. Nesse nicho estão também grandes empresas de notícia e geração de conteúdo. Mundo afora, em 2011 o AdSense gerou US$ 6,5 bilhões – a empresa não fornece os dados brasileiros. Mas a fatia restante, que é dividida entre os outros 80% de editores de web cadastrados no programa, é significativa: US$ 1,3 bilhão.

Depois de criar suas páginas, os internautas se cadastram na ferramenta e lhes são oferecidas publicidades para dividir o espaço com o conteúdo criado. O responsável pelo endereço pode escolher em que local posicionará o banner e a quantidade. Até o tema da propaganda é possível selecionar. A cada clique do visitante no anúncio, o site pode ouvir o barulhinho da máquina registradora e o Google também. Dois terços do valor são destinados ao empresário e o restante fica com a multinacional norte-americana. Assim, quanto mais visitantes maior as possibilidades de eles clicarem nos banners e maior também os lucros do site.

Nessa parcela de criadores da internet que abocanha um quinto da receita gerada pelo AdSense estão os irmãos e os professores Evandro e Fabrício Marques de Oliveira. Nascidos na pequenina Guidoval, na Zona da Mata, criaram, em 1999, um site de educação, com dados de vestibulares de todo o país (datas de inscrição e provas, simulados etc), dicas e material de ensino para apoiar nos estudos. Uma década depois da criação, eles implementaram a ferramenta para captação de anúncios e atualmente arrecadam  R$ 9 mil por mês. O valor é um interessante complemento de renda. Até o fim do ano, quando Fabrício deve concluir o doutorado em química, eles pretendem abandonar os empregos e aumentar os ganhos do site. E dão a fórmula de como conseguir sucesso na internet: buscar setores pouco explorados.

No caso deles, não são as publicações referentes às faculdades do Sudeste que garantem mais acessos, e sim aqueles referentes às universidades do Pará, Amazonas e Roraima. Como há poucas informações disponíveis sobre esses concursos, eles ocupam um espaço pouco explorado e conseguem picos de acessos que USP, UFMG e UFRJ não lhes dão. “As redes sociais também ajudam muito a aumentar a visibilidade. Antes de entrarmos no Facebook e no Twitter tínhamos 700 mil visitantes por mês. Hoje, são mais de 4 milhões, com picos de 6 milhões em meses de correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, afirma Evandro.

 
Potencialidade o mercado

 

Até 2015, mais pessoas irão acessar a internet pelo celular que pelo computador convencional, segundo estudos do Google, e o Brasil deve representar o segundo maior mercado de internet móvel, atrás apenas da China. Esse cenário mostra a potencialidade do mercado e aponta um horizonte promissor para aqueles publishers que decidirem adequar o formato de seus sites também para smartphones. O diretor do AdSense na América Latina, Alberto Menone, alerta para a necessidade de se adaptar para outro tipo de plataforma: “Se demorar muito, tem grande risco de perder esses usuários”, afirma. Pesquisas mostram que daqui a três anos o investimento em publicidade móvel deve aumentar 600% no Brasil. 

 

 


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