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Estado de Minas

Selic deve fechar 2012 em 7,5%

Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central leva instituições financeiras a apostar em novos cortes. Inflação controlada permite ajustes mais agressivos


postado em 09/06/2012 07:31

Ao reconhecer em ata que a “recuperação da atividade vem ocorrendo mais lentamente do que se antecipava”, o Banco Central abriu espaço para novas apostas de corte da taxa Selic em 2012. Além da redução de 0,5 ponto percentual prevista pelo mercado para ocorrer na próxima reunião da equipe colegiada, em 11 de julho, instituições financeiras já apostam em corte adicional de 0,5 ponto em 29 de agosto. Com a medida, a taxa referencial da economia encerraria 2012 a 7,5% ao ano, contra os 8% previstos no Boletim Focus, divulgado no início da semana pela autoridade monetária.

Por meio de relatório enviado ao mercado, os bancos Bradesco, Barclays Capital e BTG Pactual informaram aos clientes que revisaram as projeções em relação aos juros básicos da economia, que até agosto deve chegar a 7,5% ao ano. "A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) reproduz basicamente a mesma mensagem da ata de abril. Não expressa preocupação a mais sobre o panorama global, mas reconhece que a recuperação da atividade doméstica continua muito fraca", ressalta documento do Barclays.

O comportamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ajuda a compor o cenário favorável a novas reduções. Em 6,5% no acumulado dos últimos 12 meses até dezembro do ano passado, a inflação vem caindo gradativamente desde o último trimestre de 2011 e acumula, em maio, 4,99% em 12 meses, menor nível desde setembro de 2010 (veja quadro). “A projeção para a inflação de 2012 se reduziu em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril e se encontra em torno do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)”, esclarece a ata do Copom divulgada ontem. Isso já prevendo taxa de câmbio em R$ 2,05 em relação ao dólar.

A manutenção das projeções de reajuste de preços para produtos essenciais como gasolina, telefonia e eletricidade ajudou a traçar a nova projeção. Segundo análise do BC, o custo do combustível fóssil (gasolina e diesel) e do gás de bujão não deve sofrer mudança no acumulado de 2012, como já havia sido considerado na reunião do colegiado em abril. Serviços de telefonia fixa e eletricidade, por sua vez, devem ser reajustados em 1,5% e 1,3%, respectivamente, percentuais que também já estavam previstos.

O coordenador do departamento de economia da Faculdade Ibmec, Márcio Salvato, porém, não compartilha do otimismo apresentado pelo governo quanto ao desempenho do índice de preços. “Não acredito que vá para o centro da meta, ficando acima dos 4,5% por conta do esforço do próprio governo em manter a economia aquecida”, observa ao citar as medidas de expansão do crédito e estímulo a queda das taxas de juros. Assim como o mercado, que estima Selic em 5,15% no fechamento do ano, Salvato acredita que o índice ficará próximo à casa dos 5%.

Para a equipe de analistas da Bradesco Corretora, a ata do Copom traz poucas novidades. “O texto é quase uma cópia do texto de apresentação com números atualizados. Pequenas mudanças são as previsões de inflação mais baixa geradas pelo modelo do BC (ainda acima de 4,5% da meta para 2013) e uma reiteração mais explícita sobre o gradualismo da recuperação econômica esperada", afirmou a corretora em relatório.

Demanda em alta O Copom aposta na expansão do consumo interno já nos próximos semestres e conclui que “a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito”. Sem contar os efeitos esperados pelas recentes medidas de desoneração fiscal, que costumam ser “defasados e cumulativos” como avalia o próprio Copom. Para Salvato, a recuperação ficará por conta dos últimos três meses do ano. “É quando a população tende a apresentar consumo mais acelerado”, observa. (Com agências)

De olho no dragão

Inflação acumulada nos últimos 12 meses

Mês Variação (%)
Dezembro/11 6,5
Janeiro 6,22
Fevereiro 5,85
Março 5,24
Abril 5,10
Maio 4,99

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


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