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Estado de Minas

Exportação de café especial aquece economia no Sul de Minas


postado em 09/05/2012 06:00 / atualizado em 09/05/2012 07:26

O cafezinho mineiro está mais sofisticado e ganha o mundo. Os grãos diferenciados produzidos no estado, que incluem os cafés especiais, orgânicos e certificados, aumentaram a presença nas prateleiras do mercado externo. De janeiro a abril, Minas Gerais exportou 928,30 mil sacas de 60 quilos de café tipo arábica, variedade na qual se concentram os cafés de maior qualidade, chamados de diferenciados. É 24,7% a mais do que a quantidade exportada no mesmo período de 2011, segundo dados divulgados ontem pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“O café arábica é o carro-chefe das exportações brasileiras, representa cerca de 90% do total. O consumo interno está crescendo e as pessoas estão com maior poder aquisitivo para comprar café de qualidade”, afirma Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé. O valor movimentado pelo café arábica que saiu de Minas deu um salto nos quatro primeiros meses deste ano e passou de US$ 198,80 milhões para US$ 260,59 milhões, alta de 31,08%.

Os principais destinos das exportações brasileiras de café são os Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão. Se for analisar os dados gerais das exportações de café diferenciado no Brasil, no entanto, o balanço da Cecafé não acompanha o ritmo mineiro. De janeiro a abril houve queda de 20,2% na exportação do café tipo arábica no país. O volume de sacas de 60 quilos do grão vendidas ao mercado externo passou de 9,3 milhões nos primeiros quatro meses de 2011 para 7,42 milhões no mesmo período deste ano, segundo o Cecafé. Apesar de Minas ser a grande produtora desse tipo de grão, os números da entidade levam em conta o volume de café despachado para exportação pelo estado e não a produção geral.

A crise econômica que afeta os Estados Unidos e a Europa e o período de término da safra justificam a queda nos números globais do país nos primeiros meses deste ano, segundo Braga. “O café tem o chamado ciclo de alta e baixa. Estamos neste ano no ciclo da baixa produção, mas em 2011 tivemos a maior safra de café arábica já colhida no país”, ressalta. Em todo o ano passado os grãos diferenciados representaram cerca de 26% do total embarcado de 33,5 milhões de sacas de 60 quilos ao exterior, contra 33 milhões no ano anterior.

A Unique Cafés Especiais, uma das principais produtoras de café especial em Carmo de Minas, no Sul de Minas, produz atualmente cerca de 25 mil sacas de café de 60 quilos anualmente. O foco da fabricação, que é 90% exportada, é destinado às cafeterias, empórios e casas especializadas. O destino final é principalmente o Japão, Coreia, Inglaterra e Estados Unidos.

O preço do quilo do café torrado da Unique ao consumidor final é amargo: em torno de R$ 45 a R$ 50. Mas a procura segue crescendo em torno de 10% ao ano, informa o proprietário da empresa, Hélcio Júnior. “A procura é grande, pois há pouca opção de café especial no mundo. E o consumo vem crescendo em função do aumento da renda”, afirma Júnior.

Preferido

Na Padaria Infinita, do renomado chef Ivo Faria, o café especial representa cerca de 70% das vendas. O produto vendido no estabelecimento que fica no Bairro Funcionários, em BH, é da marca Braúna, produzida na Zona da Mata. “Antes a classe média chegava ao supermercado e comprava o pó de café. Hoje, as máquinas podem usar o pó, o grão e o refil. As pessoas passaram a adotar esses equipamentos em casa”, avalia Faria. O consumo de cafés especiais, diz, tende a crescer nos próximos anos. “O brasileiro começou a aprender a tomar café de qualidade como o europeu, que sempre criticou o país por produzir e não saber consumir”, afirma Faria.

Se for analisar o preço geral do produto para exportação, o valor da saca de 60 quilos de café caiu de US$ 251,81 para US$ 244,08 de abril de 2011 para o mesmo mês deste ano. Guilherme Braga, da Cecafé, explica que nos últimos dois meses os preços de todas as commodities recuaram em função da crise econômica no exterior. Tanto é que o valor total das exportações, que foi de US$ 8,7 bilhões em 2011, deve recuar para cerca de US$ 8,1 bilhões neste ano.

Diversificação

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) avalia que o brasileiros estão consumindo mais xícaras de café por dia e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite. E a procura pela bebida em suas apresentações variadas, de forma geral, vem crescendo.

Na safra anterior, no período compreendido entre novembro de 2010 e outubro de 2011, a Abic registrou o consumo de 19,72 milhões de sacas no mercado interno, acréscimo de 3,11% em relação ao período do ano anterior, quando foram consumidas 19,13 milhões de sacas. Já o consumo per capita foi de 6,10 quilos de café em grão ou 4,88 quilos de café torrado, registrando uma evolução de 1,45% em relação ao período anterior. O café já está em 95% dos lares brasileiros e a indústria aposta na qualidade para ampliar o consumo, em meio ao crescimento da renda da população.


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