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Estado de Minas

Emissão de vistos para os EUA cresceu 56% no Brasil com maior volume de gastos


postado em 06/04/2012 07:06 / atualizado em 06/04/2012 07:16

Igor Ruela, Gisele Magalhães Ruela e Lorena Magalhães se preparam para aproveitar férias fazendo compras e se divertindo nas praias da Flórida (foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)
Igor Ruela, Gisele Magalhães Ruela e Lorena Magalhães se preparam para aproveitar férias fazendo compras e se divertindo nas praias da Flórida (foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)
Depois de bater recordes seguidos de gastos no exterior, tudo indica que os brasileiros vão invadir de vez a terra do Tio Sam. Dólar baixo, dinheiro no bolso e cada vez mais facilidades para ingressar no país são atrativos que nos últimos anos criaram uma onda de turismo – e até de investimentos – rumo aos Estados Unidos. Do turismo de negócios ao de compras, passando, claro, pelo lazer, o número de visitantes cresce vertiginosamente. O empresário Igor Ruela ajuda a engordar a conta: pela quarta vez, ele viaja para a Flórida em busca de bons preços e, de carona, um pouquinho de diversão. Dados da Embaixada dos Estados Unidos mostram que o número de vistos concedidos no primeiro trimestre deste ano aumentou, em média, 56% no comparativo com o mesmo período do ano passado, incremento superior ao previsto no início do ano. São quase 100 mil novas autorizações de viagem por mês nos consulados do país no Brasil.

A taxa de crescimento no primeiro trimestre é superior ao resultado obtido no comparativo entre 2010 e 2011. No ano passado, foram emitidos 820 mil vistos, crescimento de 42% em comparação com o ano anterior e, se mantido o ritmo até o fim do ano, o total de vistos deve ultrapassar a marca de 1,2 milhão. O consulado de São Paulo é o líder de emissões, com 136 mil vistos desde março; na sequência, vêm Rio de Janeiro (93 mil), Brasília (41 mil) e Recife (25 mil). “O brasileiro gosta de uma comprinha. Se for para lá fazer as compras de uma família para o Natal ou uma data especial, na comparação dos preços a viagem pode sair de graça”, afirma o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Edmar Bull.

Os gastos dos turistas brasileiros no país do Mickey Mouse aumentaram significativamente nos últimos três anos, atingindo média de US$ 5,9 mil no ano passado, o que coloca o viajante na terceira colocação entre os que mais gastam, atrás apenas de japoneses e ingleses, segundo o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Ao todo, no primeiro bimestre, os brasileiros gastaram US$ 3,74 bilhões no exterior, crescimento de 20,25% no comparativo com o ano passado, segundo dados do Banco Central.

De olho nos preços baixos, o empresário Igor Ruela, de 25 anos, embarca pelo terceiro ano consecutivo para a Flórida. Acompanhado da esposa, pais, irmã e prima, ele vai para a Disney, que já tinha visitado uma vez quando ainda era criança, e para as lojas e praias de Miami e cidades próximas. Com gastos aproximados de US$ 6 mil por pessoa, a família vai descarregar quase R$ 70 mil nos Estados Unidos. Mas o principal foco da viagem são as compras. Ele afirma que reserva dinheiro o ano inteiro para adquirir roupas e outros produtos lá – só sapatos ele diz comprar por aqui. “O custo de vida é mais barato lá, o que facilita para comprar”, diz Ruela. Na primeira viagem, em 2010, ele lembra que comprou mais de 40 blusas de marcas famosas. E, quando voltou, fez questão de comparar com os preços dos shoppings mineiros. “A mesma peça custava até seis vezes mais aqui”, afirma o empresário, que traça até roteiro para os melhores pontos de compra, bem longe dos pontos turísticos.

Destino certo

O comparativo de preços com pacotes para destinos nacionais também é inevitável. Uma viagem para um resort no Ceará, por exemplo, custa entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por pessoa para uma família de quatro pessoas se hospedar por 10 dias, enquanto pacote similar para a Flórida, com direito a visita aos parques da Disney, Universal, SeaWorld e compras em Miami, sai por US$ 2,5 mil (aproximadamente R$ 4,6 mil). Isso tornou o estado norte-americano o principal destino de brasileiros no exterior, seguido por Nova York.

“Psicologicamente, o brasileiro e outros turistas preferem ir para o exterior. A ideia é que, no Brasil, é possível viajar a qualquer hora, enquanto para fora pode ser uma oportunidade única”, afirma o diretor-presidente da Master Turismo, Fernando Dias. Ele acredita que a tendência é de expansão desse formato de turismo neste ano, mesmo com os sinais de valorização do dólar, que, aos poucos, se aproxima de R$ 2.

Medidas facilitam entrada

O volume de dinheiro despejado pelos brasileiros no exterior fez com que a Embaixada dos Estados Unidos mudasse o tratamento em relação à concessão de vistos no país. O presidente Barack Obama, inclusive, deu aval para agilizar a tramitação de vistos em 40% no Brasil. O mesmo tratamento será dado aos chineses. Com isso, foram montados até plantões de fim de semana nos consulados. O número de empregados dobrou e o tempo de espera caiu consideravelmente, fazendo com que o visto possa ser aprovado em menos de uma semana. No ano passado, a espera pelo documento podia demorar até quatro meses. Além disso, apesar de a necessidade de visto ser mantida, novas medidas devem ser anunciadas até o mês que vem, tudo para acelerar ainda mais o processo.

A ideia do governo norte-americano é aumentar o número de vistos de brasileiros em 274% até 2016 –no comparativo com 2010. Para isso, a orientação é que a maioria dos turistas sejam submetidos à entrevista em, no máximo, 20 dias depois de solicitado o agendamento. Entre as medidas previstas também está a isenção de visto para viagens de turismo e negócios com até 90 dias de duração, sem a necessidade da autorização prévia, mas restrita aos turistas classificados como de baixo risco. A licença especial, no entanto, ainda não tem data para entrar em vigor. O incentivo tenta impulsionar o turismo no país. A proposta da Casa Branca é criar 1 milhão de empregos na próxima década. Pesquisas feitas pela Convention Miami & Visitors Bureau mostram que, a cada 83 vistos concedidos a brasileiros, um emprego é criado na Flórida. (PRF)


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