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Estado de Minas

Milionárias noites das baladas em BH

No embalo da música eletrônica, capital mineira atrai negócios e DJs como David Guetta, que faz show neste domingo


postado em 07/01/2012 06:00 / atualizado em 07/01/2012 07:08

Nas boates da cidade, gastos mensais com nomes que garantem público varia entre R$ 60 mil e R$ 100 mil(foto: Cinco/Divulgação)
Nas boates da cidade, gastos mensais com nomes que garantem público varia entre R$ 60 mil e R$ 100 mil (foto: Cinco/Divulgação)

 

Quem curte a vibe nas pistas de dança ao som de hits da música eletrônica não imagina a quantidade de dinheiro que circula para se produzir uma balada. Somente para o show do DJ francês David Guetta, considerado o melhor e um dos mais bem pagos do mundo, que se apresenta amanhã no Expominas, o investimento previsto entre produção e cachê soma R$ 1,2 milhão. O organizador do show, Bruno Carneiro, sócio-proprietário da boate naSala, é o responsável por trazer o consagrado DJ pela terceira vez, para umas das capitais de maior expressão da música eletrônica no país. O público esperado é de cinco a seis mil pessoas, que devem pagar até R$ 290 – 3º lote masculino – para curtir sucessos como Guettin over you e Memories. E não são apenas os festivais que atraem multidões e, a reboque, milhares de reais em investimentos. Por mês, as mais consagradas boates da capital mineira gastam entre R$ 60 mil e R$ 100 mil apenas para pagar os cachês dos DJs mais reconhecidos nos circuitos nacional e internacional. Responsável por 8% desse mercado, Minas Gerais já foi palco do maior evento de música eletrônica do mundo, o Creamfields – que este ano será realizado em Florianópolis (SC). O que não significa que o calendário mineiro de festas está comprometido. Além do DJ número 1 do mundo, Belo Horizonte vai receber, dia 28, a primeira edição do BH Dance Festival, que será realizado no Alphaville. Já foram confirmadas presenças de peso como Fat Boy Slim e do DJ português Pete Tha Zouk. “É um evento que estamos criando para preencher a lacuna do Creamfields. Para o segundo semestre já pensamos em outro”, antecipa o sócio-proprietário do Café de la Musique e organizar do BH Dance Festival, Didio Mendes. Para esse evento está previsto investimento de R$ 1 milhão e a expectativa é de atrair cinco mil pessoas. Empresário da Label 12, empresa que somente em Minas realiza 11 eventos anuais, Didio confessa que para cada festa são gastos entre R$ 300 mil e R$ 500 mil com produção. “Varia de acordo com a estrutura e porte dos artistas”, explica. Para se ter uma ideia do desempenho experimentado por esse mercado, Didio revela um crescimento entre 10% e 15% da empresa internacional com sede na Suíça, WDB – da qual é o representante brasileiro –, especializada no agenciamento de DJs. Segundo Bruno Vereza, um dos próprietários da boate Cinco, o encarecimento dos cachês nos últimos anos justifica a ampliação dos investimentos do setor. “Há dois anos destinávamos metade do valor atual de R$ 80 mil mensais com atrações”, lembra o empresário. Para comemorar o aniversário de dois anos da casa, foi pago R$ 60 mil para a atração principal da noite. Em geral, os grandes nomes tocam entre duas e três horas, e no caso de David Guetta, chegam a ganhar US$ 300 mil em uma noite. A grande exigência do público não fica apenas nos nomes que se apresentam. A cada quatro anos a naSala investe R$ 1,5 milhão em renovação da boate com mudança do tema de decoração. “Fazemos um reinvestimento de 30% do faturamento líquido”, calcula Bruno Carneiro. A receita vem do valor médio gasto em uma noite pelos aficionados no ritmo eletrônico. Na maioria das boates de BH, supera os R$ 100, já considerada a entrada, que pode chegar a R$ 80 para homens. Negócios Entre as cidades mais importantes do circuito eletrônico nacional, Belo Horizonte foi a primeira capital a receber a versão regional da Rio Music Conference (RMC), realizada anualmente desde 2009 durante o carnaval do Rio de Janeiro. Segundo Guilherme Borges, um dos organizadores do evento, o mercado regional é muito forte por isso o ponta pé inicial dado aqui no fim do ano passado. “BH sempre esteve na rota dos grandes shows. Com certeza há um grande público e demanda para a música eletrônica”, garante. A intenção do RMC é promover negócios na área na edição que será realizada este ano na capital mineira. Na cidade maravilhosa, o evento já deve movimentar, no mês que vem, cerca de R$ 30 milhões em três dias de feira, contra R$ 20 milhões no ano passado.

 

Festa feita por profissionais

 

 

Rodigo Brito (E), da Cinco, diz que ganho chega a R$ 4 mil(foto: Clarrissa Lunari/Divulgação)
Rodigo Brito (E), da Cinco, diz que ganho chega a R$ 4 mil (foto: Clarrissa Lunari/Divulgação)
Geralmente iniciada como uma brincadeira, a profissão de DJ tem ficado cada vez mais séria, principalmente diante dos cachês atraentes. Foi discotecando com um amigo que o residente da Cinco, Rodolfo Brito, se interessou pela carreira em 2004 e dois anos depois foi eleito o melhor DJ de BH. “Hoje tem muito mais festas do que há seis anos, além de mais espaço para a profissão”, afirma. Segundo Rodolfo, DJs reconhecidos na cidade chegam a ganhar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil em uma única festa, podendo duplicar esse valor em eventos particulares como casamentos e formaturas. Guilherme Borges, um dos organizadores da Rio Music Conference (RMC) calcula que, em uma noite de fim de semana, um DJ iniciante consiga levar até R$ 500. “A base da pirâmide ganha entre R$ 800 e R$ 1,2 mil de cachês, enquanto a ponta pode receber até R$ 20 mil no Brasil e, em média US$ 40 mil no exterior”, afirma. Para Caio Vita, estudante de 22 anos, essa ainda é uma realidade distante. “Toco desde 2007 e agora estou levando a sério a profissão”, conta. No início ele foi o responsável por embalar a festa de amigos e logo evoluiu para as boates. “Tocava em troca do meu consumo. Hoje já recebo cachê”, conta. Mas nada de milhares de reais. “Dependendo da festa chega a R$ 200 por noite”, conta. Na rede Não importa a notoriedade do artista, uma coisa é certa: é preciso investir. E não é apenas em equipamentos, mas também na compra de músicas. Atualmente o mercado de sons eletrônicos se concentra quase  totalmente na internet, deixando de lado aquela imagem criada pelos discos de vinil. Um dos papas para DJs de todas as estirpes é o site Bitport, no qual Rodolfo Brito já chegou a gastar US$ 100 em uma semana para adquirir as versões mais badaladas. “Às vezes é preciso baixar 100 músicas para conseguir uma que seja boa”, conta. Caio também tem um orçamento destinado apenas a “caçar” novidades que virarão febre nas pistas. “Geralmente são R$ 200 por mês”, calcula. (PT)

 

Profissão de DJ é regulamentada A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou no dia 7 de dezembro o projeto de lei do ex-senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) que regulamenta a profissão dos DJs. As atividades passarão a constar da Lei nº 6.533, de 1978, que trata da regulamentação das profissões de artistas e de técnicos em espetáculos e diversões. O texto ainda torna obrigatória a participação de, pelo menos, 70% de profissionais brasileiros nos eventos promovidos no país com atrações estrangeiras. Para exercer as atividades, os profissionais deverão obter o registro na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que terá validade em todo o país. Os profissionais exercerão jornada de trabalho de seis horas diárias ou 30 semanais. O texto será encaminhado à Câmara dos Deputados, sem a necessidade de ser votado no plenário do Senado.


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