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Estado de Minas

Silêncio ofusca o Brasil às vésperas do G20

Presidente brasileira se reúne com líderes da China e da Austrália, mas deixa de firmar posições na véspera da cúpula do G20 e posterga as expectativas


postado em 03/11/2011 06:00 / atualizado em 03/11/2011 06:36

Dilma Rousseff se encontrou ontem com o líder chinês Hu Jintao em Cannes, mas governo não divulgou o teor da conversa (foto: Valery Hache/AFP)
Dilma Rousseff se encontrou ontem com o líder chinês Hu Jintao em Cannes, mas governo não divulgou o teor da conversa (foto: Valery Hache/AFP)


Em busca por mais espaço na agenda internacional, o Brasil acabou desperdiçando a enorme atencão mundial depositada sobre o encontro dos lideres do G20, grupo das 20 maiores economias, que ocorre nestas quinta e sexta-feira em Cannes, no Sul da França, potencializada pelo novo capitulo da novela grega. A comitiva da presidente Dilma Rousseff, na cidade francesa desde terça-feira, preferiu deixar para explicitar apenas mais adiante as suas posições, o que já poderia servir para angariar apoio doméstico e externo. Alegando problemas logísticos causados pela tumultuada chegada dos principais governantes da Europa, Nicolas Sarkozy (Franca) e Angela Merkel (Alemanha), o ministro das relações exteriores, Antônio Patriota, evitou o contato com a imprensa e cancelou entrevista coletiva que daria sobre a conversa, mais cedo, entre Dilma e o presidente chines, Hu Jintao. Este e os outros dois encontros bilaterais da presidente, acompanhada do ministro Guido Mantega (Fazenda) – com a primeira ministra da Austrália, Julia Gillard, e o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, se resumiram a imagens de fotógrafos e cinegrafistas.


Deixando a comunicação e a prestação de contas de lado, o governo perdeu também oportunidade de autoafirmação. Prova disso e que a midia francesa vem dando mais destaque para notícias do Brasil relativas aos impactos ambientais da construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. Também não é por acaso que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é a principal referencia de liderançaa brasileira para os jornalistas estrangeiros que cobrem o encontro. Além de figurar no mosaico da página de abertura do site oficial da cúpula de Cannes, ele ainda e citado como representante do país no G-20. “Qual será a mensagem do presidente Lula na reunião de amanhã (hoje)?", pergunta uma repórter da TV vietnamita aos colegas brasileiros. Pelo menos Dilma, considerada a terceira mulher mais poderosa do mundo, superada apenas pela secretaria de Estado, Hillary Clinton (EUA) e a alema Merkel, foi lembrada na caracterização dos manifestantes anti-globalização, em Nice, cidade vizinha a Cannes.

Peso da China Do clube dos principais países emergentes, os Brics, a China mostrou o peso de sua própria mídia, credenciando um dos maiores grupos, e a Rússia, por sua vez, mostrou proatividade com distribuição de comunicados à imprensa. A expectativa é que Patriota, Mantega ou a própria presidente falem hoje antes de extensa agenda oficial. Dilma participa de almoço de trabalho sobre o sistema econômico global e mais duas reuniões de trabalho. Em pauta, um plano para o crescimento econômico mundial, o marco do sistema monetário internacional e o conteúdo social da globalização. Está previsto ainda um jantar no qual Bill Gates, fundador da Microsoft, apresentará estudo encomendado pela Françaa sobre o projeto de taxação global dos movimentos de capitais.


Amanhã, último dia da cúpula do G20, ocorrerão três encontros de trabalho. O primeiro trata de regulação financeira, o segundo sobre volatilidade de preços de commodities agrícolas e o terceiro sobre mudança do clima e combate à corrupção. A expectativa e que seja divulgado um comunicado conjunto sobre governanca global e as prioridades do encontro no México em 2012, como presidente rotativo do G20. Espera-se também um encontro reservado de Dilma, pela manhã, com os presidentes da Rússia, Dimitri Medvedev, e da África do Sul, Jacob Zuma, além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. No sábado, Dilma segue para Paris, onde deve se reunir com diretora-geral da agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova.

 

 

Ranking o poder

A presidente Dilma Rousseff aparece como a 3ª mulher mais poderosa do mundo, atrás da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, na lista de personalidades mais influentes  do mundo da revista Forbes, divulgadanessa quarta-feira . No ranking geral, encabeçado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Dilma ocupa a 22ª posição. No topo da lista, além de Obama, aparecem o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, seguido do presidente chinês, Hu Jintao, da chanceler alemã e do empresário Bill Gates. Entre as 70 personalidades do ranking, Dilma é
a única brasileira.

 

 

 


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