O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, disse hoje que o governo está "bem confortável" com a desvalorização do câmbio. Em palestra em São Paulo o secretário afirmou que a alta do dólar não é suficiente para impactar a inflação. "Neste momento de pass-through, há uma não-linearidade", disse, acrescentando que esta alta não é uma preocupação para o governo.
Na palestra "A posição brasileira em face à turbulência externa" em evento promovido pela Empiricus Research, Holland também previu que a inflação acumulada em 12 meses deverá desacelerar a partir de setembro. O secretário negou preocupação com o aumento da inflação de serviços porque, em sua avaliação, trata-se de uma "inflação civilizatória".
Holland afirmou ainda que 52% dos brasileiros fazem parte da nova classe média. "Chamamos de nova classe média porque ela não tem as mesmas aspirações da classe antiga. Tivemos uma absorção nos
O secretário também aproveitou para rebater algumas avaliações, especialmente feitas pela imprensa internacional, de que o Brasil está prestes a enfrentar uma bolha de crédito. "Eu queria entender essa métrica. Acompanhamos todos os indicadores do Banco Central e não vemos a menor possibilidade de uma bolha de crédito no Brasil".
Ele avaliou que as medidas macroprudenciais adotadas pelo BC em dezembro do ano passado cumpriram surpreendentemente o papel de minimizar a alavancagem de balanços, o que não se faz com taxa de juros. Portanto, disse o secretário, tais medidas evitaram alguns prováveis descuidos na expansão imobiliária. Ele ressaltou ainda que o consumo das famílias brasileiras é muito menor do que o consumo das famílias americanas. Holland também afirmou que os investimentos feitos no Brasil estão sendo subestimados. E citou as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, Copa do Mundo, Olimpíada, e o programa Minha Casa, Minha Vida 2.