As bolsas asiáticas voltaram a registrar nesta segunda-feira fortes quedas, mesmo após anúncios feitos pelo G7 (grupo que reúne os países mais industrializados e desenvolvidos do mundo) e pelo Banco Central Europeu em uma tentativa de acalmar o mercado financeiro. O índice Nikkei, do Japão, caiu 2,4%, enquanto a Bolsa da Coreia do Sul teve queda de 5% e a de Hong Kong, de 4%. Os investidores ainda estariam preocupados com as perspectivas de crescimento global e com a questão da dívida nos Estados Unidos e Europa.
No domingo, o G7 anunciou, após reunião de emergência, que vai dar todos os passos necessários para garantir a estabilidade financeira diante da crise. O Banco Central Europeu prometeu "implementar ativamente" um programa de compra de títulos de países da zona do euro, em uma referência implícita à Espanha e à Itália. Analistas alertaram que o mercado financeiro internacional deve continuar volátil nas próximas semanas.
Os países do G20 anunciaram nesta segunda-feira, em um comunicado, estar prontos para atuar em conjunto com o objetivo de estabilizar os mercados financeiros e proteger o crescimento. O comunicado foi publicado na Coreia do Sul após as fortes baixas registradas nas bolsas asiáticas nesta segunda-feira. Os Estados membros permanecerão em contato estreito e atuarão para "garantir a estabilidade financeira e a liquidez dos mercados financeiros".
Os ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 se comprometeram "a tomar todas as iniciativas necessárias de maneira coordenada para sustentar a estabilidade financeira e estimular um crescimento econômico mais forte, em um espírito de cooperação e de confiança".
Europa
As principais bolsas europeias, que abriram em baixa nesta segunda-feira, se recuperavam e seguiam a tendência de Madri e Milão, que registravam altas superiores a 3% após o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de que compraria títulos da Espanha e Itália. Às 8H00 GMT (5H00 de Brasília), em Londres o Footsie-100 ganhava 0,78%, o Dax30 de Frankfurt operava em alta de 0,29% e o CAC40 de Paris avançava 0,42%. Madri ganhava 3,98% e Milão 4,55%. Mas as bolsas operam com muita volatividade, invertendo as tendências conforme os atores do mercado econômico anunciam soluções para a crise.
O BCE anunciou no domingo que aplicaria ativamente o programa de compra da dívida pública de países da zona euro em dificuldades, sem especificar as nações, mas os investidores imediatamente pensaram na Espanha e Itália. O ministro francês da Economia, François Baroin, declarou que o BCE está efetivamente disposto a comprar títulos das dívidas espanhola e italiana se alguns investidores se retirarem do mercado. No mercado de obrigações, os juros a 10 anos para títulos da Espanha e da Itália estavam em forte queda, abaixo dos 6%, a 5,363% e 5,248% respectivamente.
EUA
As taxas de juros americanas não foram afetadas nesta segunda-feira pela decisão da agência de classificação financeira Standard and Poor's de retirar dos Estados Unidos a prestigiosa nota "AAA", pois o interesse dos investidores pelos títulos considerados muito seguros segue ativo. O rendimento a 10 anos retrocedia a 2,533%, contra 2,558% de sexta-feira, e o rendimento a 30 anos recuava a 3,820%, contra 3,846%. As taxas a curto prazo permaneciam estáveis.