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Estado de Minas TÁXI VENCE CARRO

Dirigir o próprio veículo para ir ao trabalho pode não compensar, indica pesquisa


postado em 06/08/2011 06:00 / atualizado em 06/08/2011 11:01

Um conselho para quem trabalha a até 15 quilômetros de casa e planeja comprar um carro avaliado em R$ 40 mil para usá-lo diariamente, em Belo Horizonte, como condução para ir ao serviço: vá de táxi. Levantamento do site Mercado Mineiro ao qual o Estado de Minas teve acesso com exclusividade, revela que o motorista pode economizar pouco mais de R$ 2 mil por ano se fizer essa opção. Claro que algumas situações precisam ser levadas em conta e que o estudo aborda a hipótese de a pessoa usar o carro apenas para ir e voltar do trabalho.

A tabela montada pelo diretor-executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, compara o custo anual do veículo com o das corridas de táxi (veja arte). Para isso, elaborou três quadros. O primeiro lista despesas com o carro próprio. É preciso somar os gastos fixos: 4% do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (R$ 1,6 mil), taxa de licenciamento (R$ 62,17), seguro obrigatório (R$ 101,16) e seguro contra roubo, furto e batidas – média de R$ 1,6 mil para um carro em torno de R$ 40 mil.

A esse total parcial (R$ 3.363,33) ainda é preciso somar quatro cifras: manutenção, depreciação do carro, estacionamento particular e combustível. No caso da manutenção, o especialista incluiu as trocas de dois pneus (R$ 300), óleo e filtro (R$ 180), pastilhas (R$ 120) e mão de obra (R$ 80). No do estacionamento, Feliciano usou o valor anual de R$ 3,6 mil (média mensal de R$ 300). Já a depreciação, como regra de mercado, gira em torno de 15% ao ano, o correspondente a R$ 6 mil.

Não perca a conta: a soma do total parcial (R$ 3.363,33) e das outras quatro cifras (R$ 10.280,00) é de R$ 13.743,00. Por fim, para calcular o custo com combustível é preciso deixar claro que o preço médio da gasolina em Belo Horizonte é R$ 2,75, segundo outra pesquisa do Mercado Mineiro, e que o carro faz oito quilômetros por litro. Portanto, para percorrer os 30 quilômetros são necessários 3,75 litros por dia, o equivalente a R$ 10,31. Dessa forma, levando-se em conta que o ano tem 256 dias úteis, o motorista desembolsará R$ 2.640.

“A soma de todos os gastos com o veículo é R$ 16.283,33”, contabilizou Feliciano. Na segunda tabela, ele listou o custo com o táxi. “O condutor precisará de duas corridas diárias: ida e volta do trabalho”. Pela bandeira 1, das 6h às 22h, o motorista pagará R$ 2,10 para cada quilômetro – 30 quilômetros sairão a R$ 63. E mais R$ 3,40 para cada uma das duas bandeiradas diárias – esse é o valor cobrado pelo taxista logo que o passageiro entra no veículo.

“O custo diário do táxi, portanto, sai a R$ 69,80. Como são 256 dias úteis, a despesa é de R$ 17.868,80”, calculou Feliciano. Na terceira tabela, ele compara o gasto anual do táxi (R$ 17.868,80) e o do carro (R$ 16.283,33). O resultado mostra que o trabalhador que usar o táxi pagará R$ 1.585,47 a mais se desistir de comprar o carro próprio. Mas e a economia de pouco mais de R$ 2 mil? Para chegar a ela, basta aplicar, no primeiro dia útil do ano, os R$ 40 mil que a pessoa usaria para comprar o carro zero.

A matemática do Mercado Mineiro leva em conta um rendimento anual de 9%. Ao fim de 12 meses, destacou Feliciano, os R$ 40 mil renderão R$ 3,6 mil. “A economia de exatos R$ 2.014,53 é a diferença entre esse rendimento anual (R$ 3,6 mil) e o saldo de R$ 1.585,47”.

Inversão

O diretor-executivo alerta que nem sempre é vantajoso deixar o carro em casa e acionar o rádiotáxi. No caso de o veículo custar até R$ 25 mil e o motorista ter de percorrer os mesmos 30 quilômetros diários com o veículo, com o mesmo consumo de combustível, é preferível continuar indo ao trabalho no próprio carro. “Nesse caso, o prejuízo será de R$ 2.785,47”.

Também não compensa ir ao trabalho de táxi se o veículo custar os mesmos R$ 40 mil, mas a distância a ser percorrida, por exemplo, somar 40 quilômetros entre ida e volta. “Nesse caso, o prejuízo é de quase R$ 2,5 mil”. Mas a pessoa que pensar em comprar um carro de luxo, avaliado em R$ 110 mil, poderá ter uma economia de 24,4 mil se trabalhar a 30 quilômetros de casa e usar o táxi para ir e vir.

Análise da notícia
Economia x status

Feliciano Abreu sabe que, possivelmente, a maioria das pessoas que tiverem acesso ao estudo do Mercado Mineiro continuará usando o próprio carro para ir e voltar ao trabalho. Isso porque, no Brasil, ter veículo próprio é sinônimo de status. Tanto que a frota de BH cresceu 95% em 10 anos, de 706.480 veículos, em 2001, para 1.377.357 em 2011, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Por outro lado, os números mostram a importância de o poder público melhorar o transporte coletivo em Belo Horizonte. Afinal, tanto o ônibus quanto o metrô têm custos bem inferiores ao do carro próprio e do táxi.


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