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Estado de Minas

Novo critério de estrelas exclui 40% dos quartos nos hotéis de BH

Daqui a um mês, novo sistema vai impor critérios rigorosos para classificar categoria de hotéis no país


postado em 22/06/2011 06:00 / atualizado em 22/06/2011 09:46

Empreendimentos de luxo agora têm que ter suítes com, no mínimo, 17 metros quadrados, além de banheiros com mais de quatro metros quadrados. Em BH, o Ouro Minas, é exemplo de hotel que possui quartos dentro dos novos parâmetros(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A. Press)
Empreendimentos de luxo agora têm que ter suítes com, no mínimo, 17 metros quadrados, além de banheiros com mais de quatro metros quadrados. Em BH, o Ouro Minas, é exemplo de hotel que possui quartos dentro dos novos parâmetros (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A. Press)
Até a Copa do Mundo de 2014 o governo federal pretende classificar cerca de 6 mil hotéis nas categorias entre uma e cinco estrelas. O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass) entra em vigor no mês que vem e coloca fim à farra das estrelas. Até então, a determinação do número de estrelas não seguia um padrão técnico e muitos estabelecimentos chegavam a se autoclassificar, o que vinha inspirando desconfiança, especialmente aos turistas estrangeiros. Em Belo Horizonte, a expectativa é de que 40% da capacidade hoteleira da cidade fique fora do novo sistema, que estabelece normas de infraestrutura, serviços e sustentabilidade.

No novo sistema, os hotéis são classificados de simples até luxuosos. No caso dos cinco estrelas, as exigências se estendem a serviços sofisticados, como obrigatoriedade de cozinha internacional e cardápio em português e mais dois idiomas. Na capital, a estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH regional Minas Gerais) é de que o Hotel Ouro Minas permaneça como cinco estrelas. Mas dos 20 novos empreendimentos que serão inaugurados até 2014, e já pediram autorização à prefeitura para iniciar o processo de construção, pelo menos dois são candidatos a levar a classificação máxima. A cidade conta atualmente com 18 mil leitos e aproximadamente 60% da capacidade deve receber de uma a quatro estrelas. No total de investimentos previstos para a Copa 2014, incluindo aqueles que estão em negociação e ainda não têm autorização da prefeitura, sete hotéis são de padrão cinco estrelas, 12 de 4 estrelas, 21 três estrelas e um hotel é de padrão mínimo.

Festa ruim

Sem normas ou fiscalização, a classificação por estrelas se tornou uma festa que nem sempre orientava o turista na direção correta. Apesar de diversos pacotes turísticos serem oferecidos para hotéis e resorts estampando uma verdadeira constelação, no país, dos 28 mil estabelecimentos, apenas nove eram oficialmente classificados. “Agora a autoclassificação está proibida por lei”, aponta Silvânia Capanema, vice-presidente da ABIH em Minas.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-MG), José Maurício Gomes, explica que a classificação é importante especialmente para o turista estrangeiro, e deve melhorar a imagem do país no exterior. Segundo ele, o sistema deve pôr fim às reclamações de consumidores que viajam para um determinado padrão de hotel, mas não encontram os serviços ou acomodações esperados. “Com o novo sistema o turista vai saber exatamente para onde está indo”, comenta ele, ressaltando que o padrão adotado segue modelo internacional.

Segundo Silvânia Capanema, se a classificação tivesse início imediatamente, 40% da capacidade hoteleira da cidade poderia se candidatar às estrelas. “Com pequenos ajustes esse percentual pode subir para 60%.” A classificação é opcional, mas o hotel que se candidatar será fiscalizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). “Os auditores farão averiguações rotineiras. Não existe multa para quem descumprir as regras, a penalidade é perder as estrelas”, aponta o diretor da Secretaria Nacional de Turismo, Ricardo Moesch. Ele explica que o sistema foi dividido em sete tipologias, que dividem os hotéis em padrões de uma estrela até luxuosos resorts com a classificação máxima.

Para compor o seu padrão, cada hotel vai escolher 70% de itens obrigatórios e 30% eletivos. Para ser chancelado com estrelas, será necessário cumprir 100% dos critérios obrigatórios na categoria e ao menos 30% dos eletivos. Outra norma publicada nessa terça-feira no Diário Oficial instituiu que somente os hotéis que passarem por essa inspeção terão direito a usar o sistema de classificação em estrelas.

Sustentabilidade

Algumas exigências, como piscina e sauna, deixaram de ser obrigatórias para se tornar uma opção do hotel. Outras, como oferecer internet nos quartos, é obrigatória a partir do padrão três estrelas. Normas de sustentabilidade vão ser exigidas para todos. O hotel terá que provar que economiza água e energia e, para isso, modificações em sistemas de climatização, por exemplo, tornam-se obrigatórias. Os estabelecimentos também terão de implementar ações de reciclagem de lixo.

Mas outras medidas, como ter decoração compatível com o padrão, também fazem parte do sistema de classificação, que divide as hospedagens em sete tipos: hotel, resort, hotel-fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e flat/apart hotel. Os albergues não foram incluídos por contarem com acomodações coletivas.

Alguns estabelecimentos de bandeira internacional podem não aderir ao sistema, mas, na opinião da vice-presidente da ABIH, a grande maioria deve se adequar, já que para o consumidor o sistema de classificação é um ponto de partida para a escolha do empreendimento hoteleiro. “Foi uma irresponsabilidade retirar o sistema de classificação do país”, diz José Maurício, que considera que o turismo e a credibilidade internacional do sistema brasileiro de hospedagem ficaram comprometidos. A suspensão oficial foi feita em dezembro do ano passado, mas já não tinha credibilidade há muito mais tempo por não contar com fiscalização.


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