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Estado de Minas

Coca-cola anuncia investimento milionário para nova fábrica em Minas

Maior franquia da famosa marca de bebidas vai desembolsar R$ 250 milhões para construir mais uma fábrica no estado


postado em 05/05/2011 06:00 / atualizado em 05/05/2011 06:13

Com limitações de espaço físico para ampliar a sua produção de refrigerantes em Belo Horizonte, a Coca-Cola Femsa, empresa do grupo mexicano Femsa, vai investir R$ 250 milhões numa nova fábrica em Minas Gerais. Trabalhando à plena carga, as instalações da companhia no Anel Rodoviário de BH já não acompanham o crescimento do consumo no estado, atendido em boa parte pelos produtos fabricados em outras regiões do país. A intenção é que o projeto dê autossuficiência à produção em Minas, informou, nessa quarta-feira, o presidente da Coca-Cola Femsa Mercosul, Miguel Angel Peirano, que assinou protocolo de intenções do investimento em audiência com o governador Antonio Anastasia.

O local onde a fábrica será construída deverá ser anunciado dentro de um mês, de acordo com o executivo, seguindo as recomendações dos estudos de engenharia, privilegiando área bem servida de logística para escoamento da produção. “Teremos linhas de produção mais eficientes e compactas nessa unidade, que será uma das mais modernas do sistema Coca-Cola no mundo”, afirmou Peirano.

Novas instalações começam a operar em 2013. Capacidade instalada será de 2,1 bi de litros/ano(foto: George Frey/REUTERS)
Novas instalações começam a operar em 2013. Capacidade instalada será de 2,1 bi de litros/ano (foto: George Frey/REUTERS)
O cronograma das obras da nova fábrica se estende por um ano e meio, com a contratação de 500 pessoas em contratos temporários de trabalho. Segundo o presidente da Coca-Cola Femsa Mercosul, as novas instalações em Minas começam a operar em 2013, atingindo até 2015 uma capacidade instalada de 2,1 bilhões de litros por ano.

O investimento permitirá um aumento de 47% da atual produção em BH, de 1,4 bilhão de litros de refrigerante ao ano. Assim que a produção começar na nova área, que terá 300 mil metros quadrados, a Coca-Cola Femsa vai transformar as instalações de BH num grande centro logístico de distribuição para o estado. A empresa emprega cerca de 3,6 mil pessoas nas operações em Minas.

Desde a década de 1970, quando os refrigerantes da Coca-Cola passaram a ser produzidos na atual fábrica da capital mineira, só vinham sendo feitos investimentos modestos em ampliações. Miguel Peirano destacou que, depois da chegada do grupo mexicano ao Brasil, a fábrica mineira é o primeiro projeto desenvolvido no país. Considerando as operações no Brasil e na Argentina, o consumo da marca cresceu 7% no primeiro trimstre.

Maior franquia da Coca-Cola no mundo em volume de vendas, a Coca-Cola Femsa Brasil emprega mais de 15 mil funcionários e atende cerca de 40 milhões de consumidores de refrigerantes, sucos, energéticos, isotônicos e hidrotônicos, chás e cervejas Heineken. A secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas, Dorothea Werneck, informou que a empresa contará com financiamento oferecido pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e diferimento no recolhimento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

 

 

...As tubaínas também

 

Depois de um período de declínio os refrigerantes regionais voltam a investir para tentar brigar com os líderes do mercado (leia-se os produtos da Coca-Cola e Ambev). “Estamos lutando para sobreviver”, afirma o presidente da Associação dos Fabricantes de Bebidas do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros. Ele explica que durante essa “luta” é preciso ter uma expectativa “lá na frente” e isso demanda investimento. As principais empresas que atuam no estado somam aportes que ultrapassam R$ 20 milhões até 2013, com ampliação de fábricas e lançamento de produtos.

Dados da Afrebras mostram que existem cerca de 40 empresas que atuam no mercado mineiro. Porém, ressalta Bairros, esse número já foi muito maior, chegando a 60. Nos últimos seis anos, as marcas regionais perderam quase 10% de participação do mercado, passando de 31,2% para 21,6%.

Mesmo assim, muitas empresas projetam investimentos. O proprietário da Cibal, que fabrica o Guaranita, Rafael Saullo, concluiu recentemente um investimento de quase R$ 1 milhão na fábrica que fica em Passa Quatro, no Sul de Minas. A empresa existe desde 1946 e está nas mãos da família de Rafael há 50 anos. Com o investimento dobrou a produção, chegando a 6 milhões de litros por ano. Além disso ampliou o número de funcionários, de 40 para 55.

A Refrigerante Itamonte, que faz o Guaraná Mantiqueira, também no Sul de Minas, planeja uma nova fábrica, com investimento entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões. A empresa está no mercado há 37 anos e tem 230 funcionário. Mais do que dinheiro para ampliar as unidades, a principal arma dos pequenos é a pulverização. Bairros explica que o foco das fábricas é sempre local. “A comunidade conhece os produtos e temos estratégias para interagir que são diferentes”, explica.

As diferenças, segundo ele, são apoios a festas pequenas, como campeonatos de futebol e atividades de igreja. Além disso, Bairros destaca que muitas empresas são antigas, com décadas de existência, e, por isso, estão presentes nas mesas dos consumidores das cidades de origem. Outra vantagem são os sabores diferentes, com frutas regionais que dão o aroma para o guaraná. Mas tudo isso não é capaz de fazer com que os refrigerantes regionais duelem em pé de igualdade com os gigantes. “A grande empresa tem hegemonia muito maior do que o poder econômico”, lamenta Bairros. 

 


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