(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas HOSPITAIS PRESSIONADOS

Alta de usuários de planos gera grande espera no atendimento privado, assim como no público


postado em 24/04/2011 07:26 / atualizado em 24/04/2011 08:39

De março a junho a demanda por consultas médicas nos pronto-atendimentos costuma crescer em até 40%. A sazonalidade coloca à prova a capacidade dos hospitais privados, que a cada ano recebem mais pacientes, sem a correspondente ampliação da rede. No Brasil, 24% da população já leva na bolsa a carteirinha de um convênio médico e busca atendimento na saúde suplementar. Nos últimos 10 anos, com o crescimento do emprego formal, no país foram incorporados aos convênios cerca de 15 milhões de usuários.

Em Minas são 4,7 milhões, que pressionam as redes de hospitais. Em Belo Horizonte, a estimativa é de um déficit de 1,5 mil leitos somente na rede privada. Com isso, as filas nos hospitais particulares, a espera de leitos para internação e a adoção de triagem para classificar os pacientes fazem com que o sistema lembre o atendimento na rede pública.

No Hospital Felício Rocho, que é referência e por isso procurado por pacientes de todo o estado, a espera para casos que não representam riscos ao paciente pode chegar a quatro horas. O atendimento é imediato se o quadro clínico for identificado como grave. A coordenadora do pronto-socorro, Maria Aparecida Braga, explica que este ano será colocado em prática também o atendimento por fluxo específico de acordo com a especialidade médica, o que deve reduzir o tempo de espera em pelo menos uma hora. Haverá também espaço para atendimento de consultas não agendadas.


Em recente entrevista ao Estado de Minas, o diretor-presidente da Unimed-BH, Helton Freitas, anunciou expansão na rede da cooperativa e ressaltou que existe um movimento para retirar os pacientes das urgências. “Mais de 80% dos que buscam o pronto-atendimento não deveriam estar ali.” Ele reconheceu, no entanto, que os investimentos da rede privada como um todo não acompanharam o crescimento da demanda, o que gerou a defasagem de leitos. Para fazer frente ao crescimento da carteira, a cooperativa vai abrir 250 leitos no Hospital do Barreiro em 2014. A medida faz parte de um plano de investimentos de R$ 300 milhões. Freitas apontou que neste ano não haverá crescimento expressivo de leitos previstos na rede privada.

O pronto-socorro do Hospital Lifecenter também adotou a triagem para reduzir o tempo de espera. Neste processo, é feita a classificação de risco, estabelecendo a ordem de prioridade para o atendimento médico. De março a junho, quando se agravam as doenças respiratórias, uma grande pressão é sentida principalmente pelas pediatrias. Nas salas de espera, as famílias chegam a aguardar mais de três horas para o filho consultar. A superlotação na pediatria tem dois motivos principais: além da dificuldade de conseguir profissionais habilitados na especialidade, que tem se tornado menos atrativa para os mais jovens, para os hospitais as receitas geradas não são compatíveis aos custos, o que tem provocado o fechamento em série de atendimentos pediátricos.

Na região metropolitana, pelo menos seis hospitais pediátricos fecharam nos últimos cinco anos, isto sem contar o atendimento em hospitais gerais. Pelo menos sete hospitais pararam de atender as crianças. O São Camilo é um dos últimos que resistem, mas sente a pressão. O diretor José Guerra Lage diz que os pacientes passam por uma triagem. Se o caso não for grave, a espera pode chegar a três horas. O hospital está sendo ampliado e em quatro meses uma nova ala de consultórios vai ser inaugurada. Na ampliação estão sendo investidos, inicialmente, R$ 10 milhões.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)