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Estado de Minas

Médicos de planos de saúde anunciam novas paralisações


postado em 07/04/2011 20:10 / atualizado em 07/04/2011 21:37

A inédita paralisação nacional dos médicos, que suspenderam nesta quinta-feira as consultas e os procedimentos custeados pelos planos de saúde em protesto contra a baixa remuneração das consultas, reduziu em alguns casos drasticamente os atendimentos no país. Eles voltam ao trabalho nesta sexta-feira, mas já anunciaram que novas paralisações podem ocorrer se as operadoras não aceitarem negociar a correção da tabela de repasses.

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O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) estimou, no começo da noite, que a adesão dos profissionais ao movimento em Belo Horizonte chegou a 80%. No interior do estado, 90% dos médicos credenciados pelos planos teriam cruzado os braços. Só a Unimed, operadora do maior plano de saúde de BH, tem 7 mil médicos credenciados em Minas. Houve pacientes que não foram alertados a tempo sobre a greve parcial e perderam a viagem à capital mineira.

Em São Paulo – onde houve manifestações na Praça da Sé –, no Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Curitiba, a estimativa é de que 70% dos médicos tenham parado para reivindicar a abertura de negociação para reajustar honorários. Em Belo Horizonte, os usuários sofreram com a suspensão parcial dos atendimentos nos principais hospitais, No Felício Rocho, no Barro Preto, Região Centro-Sul, que oferece cerca de 250 consultas por dia, apenas dois dos 60 médicos que atenderiam consultas pagas pelo plano de saúde bateram ponto.

O Life Center, no Bairro Serra, registrou 60% de queda dos atendimentos custeados pelas operadoras. Já no Vera Cruz, também “houve redução significativa nas consultas”, conforme informou o departamento de marketing da instituição. Idêntica informação foi prestada pelo Vila da Serra, de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. As duas instituições deverão divulgar, hoje, o balanço do dia de paralisação. O número de consultas também diminuiu de forma drástica nos consultórios da capital. A maioria deles, que sobrevive dos planos de saúde, engrossou o movimento, de acordo com as entidades de classe dos médicos e levantamento feito pelo Estado de Minas.

Receio

A paralisação parcial confundiu clientes dos planos de saúde, como a engenheira civil Silvana Hotes, de 33 anos. Ela chegou no começo da tarde ao Hospital Life Center disposta a pagar pela consulta. “Estou com intoxicação alimentar e, como os médicos não estão atendendo (pelas operadoras), estou disposta a pagar pelo serviço, pois estou passando muito mal”, ela avisou. Minutos depois de retirar a senha do atendimento, foi informada de que só os serviços de urgência e emergência não haviam sido afetados pela greve.
Novas paralisações preocupam os usuários dos planos.


O aposentado José da Silva Ávila, de 68 anos, precisa de sessões de quimioterapia a cada 15 dias e teme pelo alerta dos médicos. “O principal prejudicado é o doente”, critica o aposentado. Ontem, porém, ele teve sorte: foi atendido na clínica em que faz o tratamento. “Geralmente, fica bem cheia, mas hoje (ontem) estava vazia”.

Dona Maria Madalena de Andrade Silva, de 62, também está preocupada. “Moro em Esmeraldas, na Grande BH, e venho à capital, três vezes na semana, para sessões de hemodiálises. Se não puder ser atendida no dia certo, temo por minha saúde”, diz a aposentada, que ontem deu sorte de ser atendida no Felício Rocho. A instituição informou que os dois médicos que bateram ponto não furaram a greve da categoria – atenderam pacientes que vieram de cidades distante da capital.

Novos protestos A maior parte dos médicos recebe de R$ 25 a R$ 40 por consulta, valor que as entidades de classe querem elevar a pelo menos R$ 60. Lincoln Lopes Ferreira, diretor da Associação Médica de Minas Gerais, afirmou, ontem, que ainda considera modesto o reajuste, ao defender a quantia de R$ 80, valor conquistado pelos médicos credenciados de Brasília.

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, Manuel Maurício Gonçalves, argumentou que há operadoras de planos de saúde pagando aos médicos R$ 22 a R$ 23 por consulta, além de só efetuarem o repasse três a seis meses depois de o cliente ter efetuado o pagamento pelo serviço. “Se não houver uma resposta dequada dos planos de saúde, nós vamos partir para demonstrações mais efusivas”, afirmou.

A Unimed, que anunciou na quarta-feira a decisão de reajustar em 11,11% o pagamento aos profissionais relativo às consultas médicas, informou que os seus serviços próprios funcionaram normalmente (ambulatórios e hospital). A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) se manteve à parte do movimento, depois de emitir nota argumentando que não faz parte de suas atribuições a discussão de remuneração a prestadores de serviços. Por sua vez, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), instituição que tem por função regular o setor, também não se envolveu na confronto. Apenas informou em nota estar trabalhando pelo entendimento das partes e o equilíbrio do sistema.


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