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Estado de Minas

Estacionamentos de BH cobram até R$ 10 a hora


postado em 23/02/2011 06:25 / atualizado em 23/02/2011 09:57

Explosão da frota torna o negócio altamente lucrativo na capital mineira(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Explosão da frota torna o negócio altamente lucrativo na capital mineira (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Poucos setores em Belo Horizonte andam tão aquecidos quanto o de estacionamentos particulares, que cobram até R$ 10 pela hora e R$ 480 de mensalistas. A explosão da frota da capital na última década – o número de veículos cresceu 88%, saltando de 706,4 mil, em 2001, para 1,32 milhão em 2010 – e o déficit de vagas nas vias públicas garantiram aos empreendimentos, principalmente aos do Hipercentro, um voo em céu de brigadeiro. Empresários do ramo revelam que o faturamento de uma empresa com capacidade para 100 carros é de aproximadamente R$ 360 mil por ano. A mina de dinheiro impulsionou o mercado: o total de estacionamentos privados na cidade chegou a 440 em 2011, segundo a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg).

E a estatística deve crescer. Fernando Nogueira, dono do BH Park, explora quatro unidades e planeja expandir os negócios. “Abrimos uma em 2008 e outra em 2009. Pretendemos inaugurar mais algumas. O problema é a falta de áreas disponíveis.” Esse déficit ajuda a entender o porquê de até pátio de templos religiosos ser transformado em estacionamento particular. Os alvos dos

empresários são as igrejas do perímetro interno da Avenida do Contorno, por onde circulam, todos os dias, segundo a BHTrans, cerca de 400 mil motoristas. Esse universo é um atrativo mercado de clientes potenciais. Ainda assim, dependendo do quarteirão, as empresas não conseguem atender a demanda.

“Não há vagas disponíveis para mensalistas. É preciso enfrentar a lista de espera. Há dias em que sou obrigado a recusar horistas”, diz Antônio Miranda, gerente do Guaratã, na Rua Guarani. Das 150 vagas do lugar, 140 são de mensalistas. Eles garantem, em média, R$ 26 mil aos caixas da empresa – a cifra não inclui as tarifas dos horistas. “Os clientes mais antigos pagam R$ 180. Os mais novos, R$ 200”, acrescenta o funcionário. Perto dali, na Rua Curitiba, o Santo Antônio, que comporta 50 carros, também cobra R$ 200 dos clientes fixos e não tem vaga disponível para novos mensalistas. No Agnel, na Rua Tupis, o preço é R$ 180 e a falta de vagas para novos mensalistas é antiga.

Já na Rua Curitiba, em frente ao Shopping Oiapoque, a mensalidade é uma das que mais doem no bolso: R$ 480. “E o chefe já disse que não baixa o preço”, revela um empregado que se protege no anonimato. Poucos quarteirões adiante, na Rua Tamoios, quase esquina com Tupis, a placa é clara: R$ 10 a hora. Os preços assustam, mas alguns empreendimentos já planejam aumentá-los em março. “A mensalidade (R$ 200) será reajustada, mês que vem, para R$ 230”, adianta Alana Daniele, gerente do Augusto de Lima Estacionamento, com abrigo para 120 veículos.

“Na prática, devido à quantidade de veículos na cidade, não há concorrência entre os estacionamentos. Cobram os preços que querem. A tendência, infelizmente, é piorar, uma vez que o transporte coletivo é um caos. Dependendo de quanto tempo a pessoa ficará no Hipercentro, é vantajoso ir de táxi”, avalia Feliciano Abreu, diretor do site Mercado Mineiro, responsável pela última pesquisa do segmento em BH. O estudo, de outubro de 2010, constatou diferença de 486,67% na chamada fração de 15 minutos – o preço mais baixo foi de R$ 0,75 e o mais alto, de R$ 4,40.

No bolso

Pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor dos estacionamentos em BH aumentou 18,58% no acumulado de 2010. É o maior índice entre as cinco capitais pesquisadas pela entidade. Em São Paulo, dona da maior frota do país (6,3 milhões de veículos), o percentual foi de 6,71%. A disparidade entre as capitais pode ser comprovada, em parte, pelo aumento do número de veículos. Em Belo Horizonte, a frota cresceu, proporcionalmente, mais do que as das outras capitais.


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