No aniversário da cidade, Belo Horizonte abre as portas da primeira casa-abrigo do poder público para a população LGBTQIAPN+, no bairro Floresta, Região Centro-Sul. O espaço, localizado na Rua Brasópolis, terá 20 vagas para atender pessoas em situação de rua, abandono familiar e em situação de violência.
A iniciativa é uma resposta de BH ao preconceito e intolerância. "A comunidade tem agora um local para acolhimento daqueles mais vulneráveis. Esperamos oferecer para essas pessoas um ambiente saudável e seguro. Aqui é um lugar para deitar e dormir, sossegado, sem medo", declarou o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, durante evento de inauguração do espaço. O espaço, segundo ele, é um presente para a capital, que completa 125 anos nesta segunda-feira (12/12). "É a cidade dizendo para a população que nós iremos fazer de tudo para proteger essas pessoas", declara. O abrigo foi uma promessa feita pelo prefeito durante a Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, realizada no último dia 6 de novembro. "Tenho certeza que essa será a primeira de muitas", garante Fuad.
Atendimento
Para o acolhimento, será necessário que a pessoa seja encaminhada pela equipe técnica do Centro de Referência LGBT, localizado no Centro de BH. A unidade, inaugurada em 2018, fornece atendimento psicossocial à população LGBTQIAPN , além de funcionar como palco para debates e articulação política dos grupos ligados à temática.
"O centro é a porta de entrada da população. Ele encaminha para um conjunto de serviços da cidade, não só para o abrigo, como também as demais políticas públicas de saúde, educação e segurança", explica a secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Rosilene Rocha.
População vulnerável
A inauguração de um abrigo exclusivo para a população LGBT veio da necessidade de acolher essa população mais vulnerável e em constante violação de direitos, especialmente aqueles que foram expulsos de casa.
"Quando as pessoas chegavam lá expulsas, o nosso ciclo de atendimento se ressentia de um lugar próprio. Belo Horizonte tem vários abrigos, mas nós estávamos precisando de um que cuidasse especialmente das características dessa população", disse Rosilene.
A secretária municipal também reforça a importância dessa iniciativa para combater os crimes de ódio. "A população mais pobre é ainda mais vulnerável", destaca.
A proposta do abrigo é oferecer um ambiente familiar para a comunidade. "Queríamos uma unidade menor para que eles pudessem criar vínculo. Será um grupo de 20 pessoas que podem se apoiar, se unir contra todo sofrimento que passam", conta a secretária municipal.
As pessoas podem ficar por até 6 meses na casa. "A perspectiva é que a gente construa com eles um caminho de autonomia e de saída da situação de vulnerabilidade", aponta.
Cantata de Natal
Nesta segunda-feira (12/12), as comemorações pelo aniversário de Belo Horizonte também reuniram alunos da rede municipal para uma cantata de natal na escadaria do prédio da PBH, no Centro da capital.
O repertório destaca músicas que exaltam o espírito natalino e canções da música popular brasileira.
O projeto propicia momentos de encontro, qualificação técnica e valorização do trabalho artístico pedagógico em curso nas unidades de ensino do município.