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Estado de Minas COPA DO MUNDO 2022

Galvão Bueno é acusado de machismo por ignorar comentarista Ana Thaís Matos

O narrador oficial dos jogos da Seleção Brasileira na Globo recebeu críticas por dar as costas à primeira comentarista mulher de jogos masculinos em TV aberta


29/11/2022 17:48 - atualizado 29/11/2022 21:32

Imagem em close nos rostos de Galvão Bueno, um homem branco de cabelos rasos e grisalhos que usa um óculos de grau e camiseta azul com o logo da Globo. e Ana Thaís Monteiro, uma mulher branca e loira de olhos claros com a mesa camisa de Galvão. Ele dá as costas à comentarista, que olha em direção a ele
Galvão Bueno ignora e interrompe falas de Ana Thaís durante narração dos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo (foto: TV Globo/Reprodução)
Nessa segunda-feira (28/11), após o segundo jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo no Catar, internautas pontuaram que Galvão Bueno, narrador oficial do jogos do Brasil na Rede Globo, tem tratado a comentarista Ana Thaís Matos com indiferença, ao contrário do que é observado em relação aos demais comentaristas homens que já atuaram com ele. De acordo com usuários das redes sociais, o locutor nunca replica as falas dela, o que tem gerado incômodo entre os espectadores.

Ana Thaís é uma das pioneiras da presença da mulher no jornalismo esportivo brasileiro e é a primeira mulher a comentar, em TV aberta, as partidas da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo masculina. Em entrevista ao G1, ela também falou a respeito de o momento ser favorável ao empoderamento feminino na televisão brasileira. “Nós saímos do lugar do entretenimento e passamos a ocupar o lugar de opinião dentro do jornalismo esportivo. Se você liga a TV de manhã e passa pelos principais canais de esporte, sempre vai ter uma mulher debatendo”, afirma.

Durante os jogos do Brasil, no entanto, a postura de Galvão Bueno tem incomodado os espectadores por ignorar ou interromper boa parte das falas da comentarista, o que não acontece em relação aos profissionais homens presentes, como Roque Júnior e Paulo César de Oliveira, também presentes na partida contra a Suíça. Para os internautas, Ana Thaís não tem recebido o espaço e a atenção devidos. “Muito legal ter uma mulher comentando o jogo do Brasil na Globo, para ficar bom mesmo, só falta os comentaristas homens interagirem com ela”, disse a jornalista Kamille Viola em seu perfil no Twitter.

Por esse motivo, Galvão acabou entre os assuntos mais comentados da rede na manhã de terça-feira (29/11), relacionado ao termo “machismo”.

Confira algumas das postagens:


  

 
 
 
 
 
 
 
 

 

Histórico de Ana Thaís

A jornalista de 37 anos é formada pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e já começou estagiando em veículos de esporte, como o Diário LANCE! e a BandSports. Em 2012, entrou para o Grupo Globo e passou a trabalhar como repórter da Rádio Globo São Paulo e da Rádio CBN como setorista do Palmeiras.

Seis anos depois, em 2018, estreou no SporTV, na Copa do Mundo, e foi a primeira comentarista feminina na TV Globo durante a Copa do Mundo feminina, na partida entre Brasil e Jamaica; e no futebol masculino, numa partida entre Santos e Athletico Paranaense. Desde então, atua em vários jogos do Brasileirão masculino e feminino com bastante destaque e, em 2020, venceu o troféu ACEESP - Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo, na categoria Comentarista de TV.

Ana Thaís assume uma postura firme e feminista dentro e fora das telas, sem medo de criticar atitudes machistas no futebol, chegando a sofrer ameaças por conta disso, como em 2020, quando criticou as negociações do Santos com o atacante Robinho, que então era acusado de estupro na Itália. Assim que o jogador foi condenado à prisão pela Justiça italiana, ela desabafou nas redes sociais.

"Sobre o caso do ex-jogador do Santos - à época condenado em 1ª instância - eu falei sobre como não importa o que esses caras façam, a forma como o futebol enxerga a mulher é ao lado do entretenimento pra marmanjo. Uma condenação por estupro não era o suficiente pra [acabar com a] idolatria. A luta não é contra o time A, time B, defender a emissora em que eu trabalho, defender macho escrot* nenhum. A luta é pra acabar com a violência de todas as formas contra nós mulheres, e não precisamos reforçar todos os dias 'somos feministas, defendemos as mulheres, ele não'. Acordem!", escreveu ela.

Além desse caso, Ana Thaís também se mostrou contra a idolatria do técnico Cuca, que também foi acusado de estupro na Suíça em 2021.
 

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podcast DiversEM é uma produção quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar além do convencional. Cada episódio é uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar único e apurado de nossos convidados.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata


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