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Estado de Minas MULHERES NOTÁVEIS

A defensora popular que atua auxiliando a comunidade de Venda Nova

Cláudia Mara é uma das 450 mulheres que atuam como defensoras populares em Minas Gerais, trabalho promovido pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG)


01/06/2022 08:00 - atualizado 01/06/2022 20:08

Cláudia é uma mulher de cabelos medianos e castanhos. Ela usa uma camiseta com os dizeres 'Defensoras Públicas' e sorri para a foto
Cláudia Mara é a atual presidente do Consep 14 (foto: Marcelo Sant'Anna/Divulgação)

Cláudia Mara é uma das 450 mulheres em Minas que atuam como defensoras populares. Resultado de uma das edições do curso “Defensoras Populares” promovido pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), hoje ela é referência na área e atua como presidente do 14° Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep), localizado na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Cláudia é uma das Mulheres Notáveis, da série do DiversEM.

Com um histórico de voluntariado que já passa de 10 anos, Cláudia vem de uma família na qual as mulheres sempre tiveram contato com esse tipo de atividade. Sua mãe e sua avó foram muito presentes na Paróquia da região, atuando tanto em grupos de convivência quanto em grupos de oração relacionados à Pastoral da Saúde. Sua tia Joana, entretanto, foi quem a levou a atuar profissionalmente na área.

Conselheira tutelar e ex-presidente do Consep 14, Joana a incentivou a frequentar algumas das reuniões do conselho como voluntária. Na época, Cláudia estava em um período de afastamento de seu trabalho por conta de complicações de saúde após o parto de sua filha, Letícia, e resolveu comparecer a essas reuniões para continuar ativa. Depois de um tempo, foi convidada a se tornar secretária do mandato, e aceitou.

Em 2017, mesmo ano em que deu início à sua graduação em Direito, foi convidada a fazer o curso “Defensoras Populares” enquanto já ocupava o cargo de vice-presidente no Consep 14. Acreditando que as experiências se complementariam, aceitou o convite para a formação que durou cinco meses.

O curso “Defensoras Populares” auxilia na formação e na articulação de mulheres que já se destacam como lideranças populares em suas comunidades, possibilitando que elas contribuam para mudanças sociais a partir do núcleo em que estão inseridas. A partir dele, tornam-se disseminadoras e multiplicadoras dos conteúdos relacionados aos direitos das mulheres na luta contra a violência e ao preconceito.
 
A foto mostra várias mulheres em uma sala. Elas são participantes do curso de defensoras populares e erguem os braços para cima, posando para a foto.
Participantes da primeira edição do curso "Defensoras Populares" (foto: Arquivo DPMG/Reprodução)
 

A agenda do “Defensoras Populares” conta com aulas expositivas e práticas, incluindo temas relativos à violência contra mulheres negras e transgêneras, além de atenção psicossocial à mulher que sofre com diversos tipos de violência. O curso também inclui rodas de conversa, mostra de filmes, exposições e propostas para visitas à DPMG, Delegacias de Polícia, Assembléia Legislativa e Câmara de Vereadores.

Na região de Belo Horizonte, Cláudia conta que as defensoras populares criaram uma rede de mobilização a partir do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem). Elas se organizaram a partir de um grupo no WhatsApp que contém, atualmente, 55 lideranças de diversas regionais da capital mineira.

Referência em Venda Nova por seu trabalho com segurança pública, Cláudia Mara conta que, quando uma mulher fragilizada precisa de ajuda, é para ela que pedem auxílio em busca de atendimento especializado.

Um dos casos mais recentes e de maior repercussão foi o de uma mulher do interior do estado que foi até seu empregador para dizer que estava sofrendo violência doméstica. Esse homem já conhecia o trabalho de Cláudia e foi atrás dela, que auxiliou a mulher na mudança para a capital e encaminhou ela e os filhos para a escola, que desejavam terminar a formação escolar.

“É em coletividade que as pessoas direcionam as demandas para mim. Vem demanda de trânsito, de escola, do campo social e da saúde, mas principalmente de mulheres fragilizadas. São várias as formas que uma mulher pode ser violentada e a  Defensoria Pública tem o dever de cuidar delas”, conta Cláudia Mara em entrevista ao EM.
 
Quatro pessoas estão sentadas em frente a uma mesa comprida. Todos olham concentrados para pessoas que estão sentadas à sua frente, mas estão fora do enquadramento da câmera que tirou a foto.
A retomada das reuniões presenciais do Consep 14 aconteceu em março (foto: Redes Sociais/Consep 14/Reprodução)
 

O Consep, que realiza diversas campanhas em conjunto com a Polícia Militar, com a Polícia Civil e com o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), promove reuniões mensais para escutar as demandas de suas respectivas comunidades. Cláudia afirma que, em sua unidade, a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros geralmente marcam presença.

“A Segurança Pública é dever do Estado, mas não deixa de ser responsabilidade de todos. É muito importante que a comunidade seja participativa e que as pessoas se envolvam nas questões referentes à Segurança Pública, porque delegamos muito para o Poder Público, mas nós também somos protagonistas e devemos assumir, enquanto comunidade e enquanto cidadãos, nossa participação”, explica Cláudia Mara.

A presidência do Consep é decidida a partir de eleições feitas a cada 4 anos. Em 2021, o mandato foi prorrogado por conta da pandemia da COVID-19 e uma nova eleição ser realizada ainda este ano. As perspectivas são de que Cláudia consiga seu segundo mandato. “As pessoas estão muito envolvidas com as suas atividades e, como eu já faço esse trabalho há muito tempo, eles me convidaram mais uma vez [a concorrer ao cargo]”, afirma ela.

Todas as atividades do Consep 14 são anunciadas no perfil do Facebook da organização, e Cláudia convida a comunidade de Venda Nova a acompanhá-los e a convidar pessoas próximas a fazerem o mesmo. “A participação da comunidade é muito importante em todos os processos. As reuniões mensais ocorrem na área integrada e as eleições só serão possíveis com o envolvimento da comunidade”, comenta.

*Estagiária sob supervisão. 


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