Foto de rosto da cantora Anitta

Cantora lançou seu novo single, "Funk Rave", nesta sexta-feira (23/6)

Eva Marie / AFP

 

Na manhã desta sexta-feira (23/6), Anitta disse que seu novo single e clipe, "Funk Rave", assim como seu próximo álbum, não miram uma tese política. A cantora, que falou com a imprensa brasileira, também afirmou que não se arrepende de ter apoiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na última eleição.

 

"Não me arrependo de me posicionar", ela disse. "A gente está num clima bem melhor do que tinha antes. O maior motivo de eu me posicionar era realmente o clima que eu sentia, de guerra, de briga, nervos a flor da pele. Para mim, já é uma vitória a gente não estar nesta energia péssima, de estar na briga, no ataque uns aos outros. Nas próximas eleições a gente pensa no resto”, finalizou.

 

Ela disse que, diferente de outras vezes -como quando exibiu celulites no clipe de "Vai, Malandra"-, ela não quis gerar nenhum debate político com sua nova música e single, "Funk Rave". 

 

"Quis mostrar a realidade da minha área, de quando eu cresci, era adolescente", afirmou. "São as coisas que eu vivi no início da minha carreira, deixar tudo o mais de acordo com o que era possível. Sem filtros”. 

 

O vídeo retrata a cultura de favela do Rio de Janeiro, em uma quadra onde pessoas jogam futebol, tocam samba e comem churrasco. Em certa altura do clipe, a cantora sai com um rapaz para um canto reservado, onde troca beijos e emenda uma sequência de imagens lúdicas que remete ao sexo -cena que gerou polêmica antes do lançamento do clipe após o vazamento de uma imagem.

 

 

 

Com produção do carioca DJ Gabriel do Borel, que já assinou música com a espanhola Rosalía e virou verso de Caetano Veloso, junto ao americano Diplo, "Funk Rave" insere o funk em um pop estilo cosmopolita. Essa deve ser a tônica do próximo álbum da cantora, ainda sem título ou data de lançamento, que vai retratar suas raízes.

 

"Minha intenção é mostrar a minha realidade. Eu nasci e cresci no subúrbio do Rio", disse a cria de Honório Gurgel. "Até os looks são o que eu usava antigamente, no início da carreira, na adolescência. Todo o álbum vem de acordo com isso”. 

 

Anitta afirmou que tem mais de 40 músicas prontas, e que está na fase de decidir o que vai entrar no disco. A cantora contou que há vários samples de funks conhecidos nas novas músicas, incluindo alguns mais antigos, e que também está negociando com os detentores dos direitos para conseguir todas as autorizações.

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Para fazer o sucessor de "Versions of Me", do ano passado, ela levou produtores brasileiros, como Gabriel do Borel e os integrantes da Brabo Music -muito conhecidos pelo trabalho com Pabllo Vittar- e o Tropkillaz até os Estados Unidos. Lá, eles trabalharam com Diplo e a equipe do super-produtor sueco Max Martin, um dos nomes responsáveis por moldar o som do pop americano contemporâneo.

 

"Não é funk exportação, o que estou fazendo é o que já estamos acostumados -só que cantando em inglês e espanhol", ela disse. "O funk agora tem mais espaço, as pessoas querem fazer o 'Brazilian funk'. Tem a pegada do funk carioca, algumas mais no estilo melody, que eu fazia no começo, e outras mais porradão, para dançar”.

 

Para Anitta, fazer um álbum todo calcado no funk era um sonho antigo, mas ela disse que nunca havia encontrado uma equipe que estivesse alinhada às suas ideias. Depois de romper com a Warner, ela agora é contratada da Republic Records, selo da Universal, e trabalha com a empresária Rebeca León, que até recentemente atuou com Rosalía e agora gerencia a carreira internacional da brasileira.

 

Para a cantora, tanto o funk quanto ela própria são mais valorizados fora do que dentro do Brasil. Ela também acha que o gênero tem capacidade de se tornar uma potência global. "Vamos ver vários rappers e artistas americanos fazendo funk", disse. "Vai virar uma coisa tipo o reggaeton, tenho certeza absoluta”.

 

Anitta ainda falou sobre a responsabilidade de ser uma representante do Brasil no exterior, mas disse que ela mostra não a totalidade, e sim o seu recorte do país. "Não é uma mensagem de Brasil. Quero passar uma mensagem minha, da cultura que eu me identifico. Pode ser que muita gente não se identifique. O Brasil é muito grande, não dá para eu demonstrar tudo com o meu pedaço de cultura e de história”, finalizou.