Eunice e Rubens Paiva sorriem numa charrete, com pombos no colo

Tragédia que ditadura militar impôs a Eunice e Rubens Paiva é relatada em 'Ainda estou aqui', livro do escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do casal

Videofilmes/divulgação

Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro protagonizam o novo longa de Walter Salles, “Ainda estou aqui”, que começa a ser rodado este mês no Rio de Janeiro.

 

Salles volta a filmar ficção no Brasil depois de “Linha de passe”, lançado há 15 anos e codirigido por Daniela Thomas, que deu a Sandra Corveloni o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes em 2008.

“Ainda estou aqui” marca o reencontro do diretor com Fernanda Montenegro, que fez o papel de Dora em “Central do Brasil” e disputou o Oscar de melhor atriz em 1999. A estatueta foi para Gwyneth Paltrow.

 

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O novo filme de Salles é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice. Com cinco filhos, ela lutou para descobrir o paradeiro do marido, o ex-deputado Rubens Paiva.

 

Durante a ditadura militar, o empresário e político foi arrancado de casa, no Rio de Janeiro, por agentes para ser interrogado e nunca mais voltou. A busca pela verdade durou décadas e quando as respostas começaram a surgir, Eunice Paiva sentiu os primeiros sintomas do Alzheimer.

O romance de Marcelo Rubens Paiva aborda memória, ditadura e a determinação de Eunice em lutar por justiça. Viúva muito jovem, esta mãe de família se reinventou, entrou para a faculdade, criou os cinco filhos, tornou-se advogada e se especializou em direitos indígenas. Ela resistiu tanto ao esquecimento que tentaram impor ao caso Rubens Paiva quanto ao apagamento de sua própria memória, em decorrência da doença.