A atriz Malu Falabella lê papel e faz comentários com o ator Thomaz Cannizza, em cena de Fred e Laura

Thomaz Cannizza, que é também o autor do texto, e Malu Falabella interpretam os protagonistas. Montagem estreou em 2017 e não era encenada desde o início da pandemia

Igor Cerqueira/Divulgação

É com cara de estreia que o espetáculo “Fred e Laura” começa nesta quinta-feira (19/1) sua participação na 48ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. A montagem, escrita, dirigida e protagonizada por Thomaz Cannizza, está em sua sétima temporada. Mas as oito apresentações que realiza nas próximas semanas – de hoje a domingo, no Teatro Marília, e de 2 a 5 de fevereiro, no João Ceschiatti – são as primeiras desde o início da pandemia.

O espetáculo nasceu em 2017, como trabalho de conclusão na graduação de artes cênicas de Cannizza na UFMG. Circulou bastante nos anos seguintes, vencendo inclusive os troféus de melhor comédia e ator na edição de 2019 do Prêmio Copasa Sinparc. Mas parou a partir de março de 2020, com o início da crise sanitária.

Neste retorno, Cannizza e Malu Falabella, que interpretam os personagens-título, continuam em cena. Mas há três novos atores na montagem: Bernardo Rocha, Marina Tadeu e Igor Fonseca. “Felizmente conseguimos manter o espetáculo e acredito que, como a peça fala sobre a passagem do tempo, o texto foi preservado”, diz Cannizza.

Vínculos

Comédia dramática (ou drama cômico), “Fred e Laura” acompanha os dois protagonistas por muitos anos. “Eles se conhecem na época da faculdade e vão morar juntos, dividindo uma república numa casa antiga. O espetáculo os acompanha para além disso, como se encontram e se desencontram e criam vínculos ao longo da vida, mesmo quando se distanciam”, conta ele.

A evolução da dupla é embalada por antigas canções de jazz. Cannizza, ele mesmo um universitário quando fez a dramaturgia da peça, afirma que “Fred e Laura” tem pontos autobiográficos. “Conforme o tempo foi passando, algumas questões foram ganhando mais sentido; algumas se tornaram proféticas”, comenta.

A trajetória dos dois personagens acaba falando de maneiras diferentes com o público. “Teve gente que, no final do espetáculo, chegou dizendo que havia gostado, pois era leve. E teve gente que apareceu chorando muito. Acho que a peça traz essa mistura agridoce da vida, que tem seus altos e baixos.”

“Fred e Laura” é o primeiro espetáculo da Ato Junto, plataforma de criação e produção artística. Em 2021, o coletivo estreou, on-line, a montagem “Tudo que eu queria te dizer mas não vou (ou Prólogo)”. O texto, escrito por Cannizza a partir do conto “Os sobreviventes”, de Caio Fernando Abreu, acompanha duas pessoas que, nos anos 1980, dividem a mesma casa.

“FRED E LAURA”

Estreia nesta quinta (19/1), às 20h, na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, no Teatro Marília – Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia. Apresentações até sábado (21/1), às 20h, e domingo (22/1), às 19h. De 2/2 a 5/2, a montagem será apresentada no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes – Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, também de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos: R$ 20 (no site vaaoteatromg.com.br e nos postos do Sinparc nos shoppings Cidade e Pátio Savassi)