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Estado de Minas MÚSICA

Toninho Geraes dá novo rumo a sua carreira com disco de afro-sambas

Mineiro quer cantar no Palácio das Artes e em teatros o repertório do álbum que gravou com Chico Alves em homenagem a Baden Powell e Vinicius de Moraes


28/06/2022 04:00 - atualizado 28/06/2022 00:01

Músicos Chico Alves, Jaime Alem e Toninho Geraes sorriem, olhando para a câmera
Chico Alves, Jaime Alem e Toninho Geraes querem levar as canções de "Aluayê - Os novos afro-sambas" para o mundo (foto: João Salamonde/Mapa Fotografia/divulgação)

''Não é um disco para ser tocado em rodas ou casas de samba, onde o público está acostumado a ver o Toninho Geraes. É um álbum para ocupar teatros e salas de concerto. É de concepção refinada, música de câmara"

Chico Alves, compositor



Inspirada nos afro-sambas de Vinicius de Moraes (1913-1980) e Baden Powell (1937-2000), que dedicaram a eles um disco clássico lançado em 1966, a dupla formada pelo mineiro Toninho Geraes e o capixaba Chico Alves lança o álbum “Aluayê” (Mills Records), disponível nas plataformas digitais.

Toninho Geraes conta que sempre quis extrapolar o mundo do samba, no qual se destacou compondo para Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Martinho da Vila.

“Já fiz ciranda, baião, xote, vários estilos de música. Sempre fui apaixonado por Baden e Vinicius”, comenta.

Capoeira

Ao se deparar com uma parceria sua com o paraense Toninho Nascimento, veio a inspiração para o projeto. “Pensei: esta canção é um verdadeiro afro-samba, tem todo aquele universo harmônico, o lance da letra e de usar os elementos da capoeira”, conta o mineiro. A partir disso, ele convidou o amigo e parceiro Chico Alves para gravar o álbum.

Tanto Toninho quanto Chico já haviam feito afro-sambas. “Disse pra ele: já temos duas, vamos fazer mais oito. E começamos a trabalhar essa ideia do disco”, relembra. Por meio de uma amiga, chegou a Jaime Alem, maestro respeitado, que por muitos anos foi diretor musical de Maria Bethânia.

"Preciso de um trabalho que seja uma lança, que chegue desbravando novos terrenos, novas pátrias. Isso me motivou a entrar no universo do afro-samba. Baden e Vinicius viajaram o mundo com aquele disco deles, acredito que também podemos fazer algo parecido, pois o nosso álbum está muito legal"

Toninho Geraes, compositor e cantor



Alem apoiou enfaticamente a proposta de Toninho e Chico. “Ele não só gostou da ideia, mas também das canções e deu alma ao universo de Baden e Vinicius. Maravilhoso, violonista, Jaime fez todos os arranjos, inclusive o de vozes, que ficou fantástico”, elogia Toninho.

Nesta quinta-feira (30/6), tem show de lançamento no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, com a participação de Marcel Powell, filho de Baden. A intenção da dupla é levar a turnê para outros palcos, além das rodas de samba. Toninho Geraes, autor de sucessos como “Mulheres”, hit de Martinho da Vila, diz que sua intenção é “desbravar” novos caminhos na carreira.

“Preciso de um trabalho que seja uma lança, que chegue desbravando novos terrenos, novas pátrias. Isso me motivou a entrar no universo do afro-samba. Baden e Vinicius viajaram o mundo com aquele disco deles, acredito que também podemos fazer algo parecido, pois o nosso álbum está muito legal”, comenta.

Depois de sair “da casca do ovo”, como diz ele, o álbum terá o show de quinta-feira como sua “mola propulsora”. “Já tem gente interessada em levar nosso trabalho para fora do país. O nosso objetivo é viajar pelo mundo com esse disco”, reforça.

''Já viajei o Brasil inteiro, mas em BH será muito importante fazer este show em um grande teatro como o Palácio das Artes ou o do Minas Tênis Clube. Vou ficar muito feliz se isso acontecer''

Toninho Geraes, compositor e cantor

Sonho de mineiro

Toninho Geraes sonha em se apresentar em um “grande teatro de Belo Horizonte”, sua terra natal. “Este é o momento. Gostaria que o público que gosta mais de teatro, de lugares mais confortáveis, comparecesse ao nosso espetáculo”, comenta.

“Já viajei o Brasil inteiro, mas em BH será muito importante fazer este show em um grande teatro como o Palácio das Artes ou o do Minas Tênis Clube. Vou ficar muito feliz se isso acontecer.”

Chico Alves diz que o projeto com Toninho Geraes, seu antigo parceiro, nasceu da admiração pela obra de Baden Powell e Vinicius de Moraes. “Sou apaixonado por aquele universo de falar de amor e também usando o amor, juntando com a religião africana e os orixás.”

Começou assim: Toninho fazia as melodias e Chico as letrava. O letrista destaca a importância do maestro Jaime Alem para o projeto.

“Jaime é o maestro da Maria Bethânia, sabe tudo de música. Levamos as canções de forma muito crua para ele. Fomos cantando à capela e ele ficou ali ouvindo, propondo os arranjos. Trouxe pra gente o Janaju, trio vocal maravilhoso, formado por ele, Jurema de Cândia e Nair, irmã dela, que fazem backing vocal de grandes nomes da MPB.”

Todas as faixas foram compostas por ele e Toninho, algumas com outros parceiros, mas nem todas são todas inéditas. “Três ou quatro já foram gravadas. Toninho é um amigo, um querido, gênio da raça. Agora está mudando de perfil, passando a levar a música dele para teatros e salas de concerto, almejando o mercado internacional”, comenta Chico Alves.

De acordo com o letrista, o desafio, neste momento, é divulgar o trabalho. “É aquela coisa de termos poucos espaços na mídia, (lidar com) a quantidade maluca de informações que recebemos a todo tempo, além da dificuldade de a pessoa parar e contemplar o disco inteiro”, afirma.

“Não é um disco para ser tocado em rodas ou casas de samba, onde o público está acostumado a ver o Toninho Geraes. É um álbum para ocupar teatros e salas de concerto”, garante Chico. “É de concepção refinada, música de câmara. Jaime fez todos os arranjos, é um trabalho muito acima da média que está acontecendo por aí.”

O OK de Marcel

Chico reforça que o show de lançamento terá a participação de Marcel Powell, filho de Baden. “Maravilhoso violonista, ele adorou a homenagem ao pai e ao Vinicius. Depois que os dois fizeram aquele disco de afro-sambas, ninguém mais se aventurou, ninguém teve coragem de pisar naquele terreno. Depois de 50 anos, eu e Toninho nos aventuramos. Então, Marcel nos disse: ‘Estou com vocês, vamos nessa’”, comemora.

No show, Chico e Toninho cantam juntos e em separado, mas há espaço também para o trio Janaju, não apenas fazendo backing vocal. “A gente proporciona protagonismo a elas porque são muito talentosas”, elogia o capixaba.

Além de Toninho Geraes, Chico Alves e Janaju, o disco traz a banda formada por Jaime Alem (violões), Dirceu Leite (flauta e sax), Rômulo Gomes (contrabaixo), Vitor Vieira (bateria), Felipe Tauil e Robson Batata (percussões).

REPERTÓRIO

>> “PAIXÃO É MARÉ”
Toninho Geraes e Chico Alves

>> “NUNCA MAIS”
Toninho Geraes e Chico Alves

>> “MÃE REZADEIRA”
Chico Alves e Toninho Nascimento

>> “QUEIMADA”
Marco Pinheiro e Chico Alves

>> “RAINHA GINGA”
Toninho Geraes e Toninho Nascimento

>> “BENGUELÊ”
Toninho Geraes, Chico Alves e Jaime Alem

>> “COISAS DA MINHA TERRA”
Toninho Geraes e Chico Alves

>> “CAMAFEU”
Toninho Geraes e Chico Alves

>> “DOR DE AMOR”
Toninho Geraes, Toninho Nascimento e Chico Alves

>> “DESENCANTO”
Toninho Geraes, PC Feital e Chico Alves
 
 
Ilustração de orixás, na cor lilás, na capa do disco Aluayê
(foto: Mills/reprodução)
“ALUAYÊ – OS NOVOS AFRO-SAMBAS”
. Álbum de Toninho Geraes e Chico Alves
. 10 faixas
. Mills Records
. Disponível nas plataformas digitais


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