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Estado de Minas MÚSICA

Discos com canções de Pacífico Mascarenhas chegam às plataformas

Cantora Kay Lyra, grupo Quarteto do Rio e pianista Luiz Giovelli lançam álbuns que trazem, ao todo, 40 canções do compositor mineiro


06/06/2022 04:00 - atualizado 05/06/2022 21:58

Compositor mineiro Pacífico Mascarenhas, ao lado de estátua feita em homenagem a ele
Compositor Pacífico Mascarenhas, ao lado de estátua feita em homenagem a ele, celebra sua volta ao streaming com os novos trabalhos (foto: Orlando Bento/Divulgação)

Considerado o pai da bossa nova mineira, o compositor Pacífico Mascarenhas, que completou 87 anos em 21 de maio, volta ao streaming com várias canções autorais. Desta vez, com a cantora Kay Lyra, o Quarteto do Rio, antigo Os Cariocas, e o pianista, tecladista e arranjador paulista Luiz Giovelli, que estão lançando nas plataformas digitais três discos com canções feitas pelo artista mineiro.

Os três novos trabalhos trazem, ao todo, 40 músicas, todas de Pacífico, entre elas “Turma da Savassi”, “Pouca duração”, “Anos Savassi”, “Foi no Minas Tênis Clube”, “Dia sorrindo na Savassi”, “Ônibus colegial”,  “Demolição”, “Começou de brincadeira”, Vem dançar comigo” e “Amor de verdade”.

Filha do cantor e compositor carioca Carlos Lyra, que completou 89 anos em 11 de maio, a cantora, compositora e violonista carioca apresenta o CD “Kay Lyra – Amo você”, que foi lançado nesse domingo (5/6), no Minas Tênis I.  Pacífico conta que conheceu a artista em um festival de jazz, em Tiradentes, em 2021. “Ela cantou algumas músicas minhas no evento. E, lá mesmo, disse que queria gravar um disco com as minhas canções. Então, me ligou há cerca de uns dois meses e concordei na hora com o desejo dela. O novo disco tem 18 canções minhas e participações de Maurício Maestro (ex-Boca Livre) e do pianista e arranjador Alberto Chimelli.”

Pacífico conta que o Quarteto do Rio (4-Rio) decidiu gravar o disco (“Quarteto do Rio canta músicas de Pacífico Mascarenhas”) porque era vontade do amigo e músico Severino Filho (1928-2016). “Acontece que ele, paraense radicado no Rio de Janeiro, fazia parte do famoso grupo Os Cariocas, com Neil Teixeira, Hernane Castro e Eloi Vicente, e sempre teve o desejo de gravar um disco com músicas minhas, porém, infelizmente, morreu há seis anos. Severino até chegou a gravar ‘Belo Horizonte de antigamente’, ‘Demolição’, ‘Belo Horizonte que eu gosto’ e ‘Amo você’”, lembra o compositor mineiro.

O Quarteto do Rio é formado por Eloi Vicente, Neil Teixeira, Leandro Freixo e Hernane Castro. “Não esquecendo que Eloi, Hernane e Neil fizeram parte, por muitos anos, do grupo Os Cariocas, um dos pilares da bossa nova, mas que há alguns se viu obrigado a mudar de nome por questões jurídicas. É um dos principais grupos de bossa nova e MPB do Brasil. Em 2018, foi finalista do Prêmio Brasil de Música, com o álbum 'Mr. Bossa Nova'”. O disco ganha lançamento na capital mineira em julho.

Já o terceiro disco, gravado pelo pianista paulista Luiz Giovelli, será lançado em BH  em agosto. “Ele se apresenta no projeto ‘Bossa Jazz’, que é um programa que a gente tem lá no clube que é apresentado por volta das 21h de sexta-feira. Conheci-o através da internet. Estava vendo o meu site e, de repente, o vi tocando uma música minha. Ele gravou umas canções minhas que aprendeu a tocar através do songbook do Almir Chediak. Ele estava tocando ‘Pouca duração’, aliás, umas três músicas minhas e gostei muito. No novo disco, ele gravou 12 músicas de minha autoria. É um pianista supermoderno, que gosta de improvisar bastante, muito legal. Giovelli é um grande instrumentista e fez arranjos muito interessantes no seu disco,” conta o compositor mineiro.

REPERTÓRIO

Pacífico conta que colocará os três discos no streaming a partir da semana que vem. “Porém, já está rodando nas plataformas digitais algumas músicas do disco do Quarteto do Rio. O repertório foi escolhido pelos três músicos, somente dei alguma sugestão daquelas canções mais conhecidas. No álbum da Kay, há algumas músicas novas.”

O compostor mineiro ainda destaca a participação de Alberto Chimelli no disco da cantora carioca. “É um dos melhores pianistas, tipo o norte-americano Bill Evans (1929-1980), toca muito. Ele é mineiro de Juiz de Fora, mas mora no Rio de Janeiro há muito tempo. Acompanhou Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Leny Andade, Leila Pinheiro, Alaíde Costa, Nana Caymmi e Tim Maia, entre outros artistas de peso. Além de pianista, é também tecladista, arranjador e compositor de música popular brasileira.”

Pacífico diz que, embora esteja se sentindo meio cansado, continua a compor suas canções. “Nesses três discos mesmo tem umas oito músicas novas que compus recentemente. Tenho feito muita música, mas estou querendo parar, pois mexi com isso a vida inteira. Vamos ver. Se a inspiração aparecer, a gente manda ver”, ressalta o músico.

PIONEIRO

Primeiro músico a lançar um disco independente, Pacífico Mascarenhas gravou, em 1958, pela Companhia Brasileira de Discos (CBD), hoje Universal, o LP (vinil) “Um passeio musical”, com Paulinho e seu conjunto. Desde aquela época, o compositor já tinha como temas preferidos para as letras de suas canções a cidade de BH, mais especificamente a Praça da Savassi. Ele compôs cerca de 180 músicas e teve mais de 150 gravadas por artistas mineiros e nacionais.

O compositor já teve suas músicas gravadas por Milton Nascimento, Os Cariocas, Claudete Soares, Eumir Deodato, Isaura Garcia, Tito Madi, Trio Irakitan, Miele, Marilton Borges, Tadeu Franco, grupo Sambacana, Paula Santoro, Luiz Eça (grupo Tamba Trio), Célio Balona e Affonsinho. Figura querida e admirada por muitos, Pacífico foi homenageado com uma estátua feita pelo escultor Leo Santana, que também fez a de Carlos Drumond de Andrade instalada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Ele foi presidente do Minas Tênis, clube de sua paixão e no qual foi um dos seus diretores. A estátua está em frente à sede 1 do clube, na Rua da Bahia, no Bairro de Lourdes. Para se ter uma ideia, a canção “Pouca duração” já conta com mais de 30 gravações. Entre as suas músicas preferidas está “Ônibus colegial”, que fala de vários colégios de Belo Horizonte.


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