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Estado de Minas LITERATURA

Obra de Drummond é tema de projeto com José Miguel Wisnik e Ronaldo Fraga

Nesta terça (22/3), o jornalista José Eduardo Gonçalves conduz bate-papo on-line a respeito do impacto da mineração em Itabira sobre a poesia do mineiro


22/03/2022 04:00 - atualizado 22/03/2022 07:16

Carlos Drummond sentado na escrivaninha de sua biblioteca, com estantes cheias de livros ao fundo
O amplo legado de Carlos Drummond de Andrade é tema do programa que será transmitido pelo canal do Minas Tênis Clube no YouTube (foto: Arquivo CB/D.A Press)

Em agosto, serão comemorados os 120 anos do nascimento de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Nesta terça-feira (22/3), o projeto “Letra em cena on-line. Como ler...” inaugura a sua programação de 2022 homenageando o poeta mineiro.


''Drummond é um poeta que absorve a história e percebeu o impacto da atividade mineradora na transformação total da geografia da sua cidade. O poeta tentou responder pela poesia, pela crônica e pelo debate jornalístico essas questões''

José Eduardo Gonçalves, jornalista e curador

 
O bate-papo tomará como base o livro “Maquinação do mundo – Drummond e a mineração”, lançado por Wisnik em 2018, por meio da editora Companhia das Letras. Para escrevê-lo, o autor foi até a cidade natal do poeta, Itabira, investigar a relação entre sua obra e o processo de extração de minérios da região.

“Drummond é um poeta que absorve a história e percebeu o impacto da atividade mineradora na transformação total da geografia da sua cidade. O poeta tentou responder pela poesia, pela crônica e pelo debate jornalístico essas questões. Wisnik percebeu isso, e afirma que a obra de Drummond é pioneira na observação e na denúncia dessas ações em Itabira”, diz José Eduardo Gonçalves.

O curador do “Letra em cena” acredita que o livro de José Miguel Wisnik lança novo olhar para uma obra que já foi interpretada inúmeras vezes em diversos contextos.

“É um ensaio muito instigante. Wisnik se encantou pela história e foi até Itabira ver de perto os impactos da mineração na cidade. Isso só enriqueceu ainda mais sua visão”, comenta.

Com semblante sério, escritor e ensaísta José Miguel Wisnik olha para a câmera
Autor de ''Maquinação do mundo -- Drummond e a mineração'', José Miguel Wisnik lança novo olhar sobre o legado do escritor mineiro (foto: Renato Mangolin/divulgação)


De acordo com o jornalista, o convidado pode oferecer retrato “muito provocativo” a respeito das origens da poesia de Drummond e do impacto da mineração sobre ela. “Ele (Carlos Drummond de Andrade) sempre evocou a cidade natal em sua obra. Sempre. É um poeta do mundo que sempre carregou Minas Gerais junto dele”, diz.
 
Como é de praxe no “Letra em cena”, outro convidado especial fará a leitura de textos do homenageado. Nesta terça-feira, o ator mineiro Odilon Esteves será o responsável por recitar poemas selecionados de Carlos Drummond de Andrade.

Além disso, o estilista mineiro Ronaldo Fraga participa com depoimento exclusivo sobre a importância de “Alguma poesia” (1930), livro que marcou a estreia do itabirano na literatura.

FORMATO VIRTUAL

Com essa edição, o “Letra em cena” inicia o seu sexto ano de existência. Apesar da retomada dos eventos culturais presenciais em Belo Horizonte, o projeto segue em ambiente on-line, o que não é motivo de descontentamento para seus organizadores.

“Essa é uma decisão do Minas (Tênis Clube). Como o projeto acontece no Minas, foi tomada a decisão de preservá-lo virtualmente, por enquanto. Além disso, nós organizamos o projeto com alguns meses de antecedência, então não podemos mudar tudo de última hora porque as regras da cidade mudaram. O projeto envolve toda uma logística que precisa de tempo para ser colocada em prática”, explica José Eduardo Gonçalves.

''Temos um público sensacional. Conseguimos alcançar gente até de fora do país. No ambiente on-line, a gente pode acrescentar muitas contribuições, como depoimentos e participações especiais. Esse tipo de coisa não é possível em um evento presencial''

José Eduardo Gonçalves, jornalista e curador



O jornalista e curador destaca que, ao longo dos últimos dois anos, a iniciativa conquistou público cativo na internet. De acordo com ele, as pessoas seguem acompanhando o programa pelo YouTube, mesmo com a flexibilização das regras relativas à crise sanitária.

“Temos um público sensacional. Conseguimos alcançar gente até de fora do país. No ambiente on-line, a gente pode acrescentar muitas contribuições, como depoimentos e participações especiais. Esse tipo de coisa não é possível em um evento presencial”, garante.
 
Além disso, o projeto ganhou edição, com vídeos e áudios. “Isso dá a ele uma cara de programa de TV. Ambos os formatos têm vantagens e desvantagens, mas é importante a possibilidade de alcançar um público que pode estar em qualquer parte do Brasil ou do mundo”, diz.

José Eduardo Gonçalves adianta que a próxima edição do “Letra em cena on-line. Como ler...”, programada para abril, também repetirá o formato virtual e vai abordar a obra da escritora Rachel de Queiroz (1910-2003).

“LETRA EM CENA ON-LINE. COMO LER...” 

Homenageado: Carlos Drummond de Andrade. Com José Miguel Wisnik. Leitura de poemas por Odilon Esteves. Nesta terça-feira (22/3), às 20h, no canal do Minas Tênis Clube no YouTube.


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