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Estado de Minas MÚSICA

Richard Clayderman, mestre da música de elevador, lança 35º álbum

"Forever Love" é o título do novo trabalho de Clayderman, que reúne canções inéditas e versões de artistas como os britânicos Ed Sheeran e Coldplay


21/02/2022 07:25 - atualizado 21/02/2022 08:09

Richard Clayderman se apoia em piano
(foto: Divulgação)


"A música de elevador tem suas virtudes: você pode ouvi-la em todos os lugares", afirma o pianista francês Richard Clayderman, de 68 anos, que lança este mês o 35º álbum de sua carreira.

"Forever Love" é o título do novo trabalho de Clayderman, que reúne canções inéditas e versões de artistas como os britânicos Ed Sheeran e Coldplay.

Se algo caracteriza a música de Richard Clayderman é sua versatilidade, especialmente desde o sucesso mundial de "Ballade pour Adeline", de 1977. Uma melodia muito simples que vendeu mais de 22 milhões de exemplares em 38 países.

Quarenta e cinco anos depois, este músico de formação clássica ainda se mostra incrédulo com o enorme sucesso.

"Fiquei muito surpreso. O compositor Paul de Senneville me propôs um dia adaptar para o piano sua 'Ballade pour Adeline'. Nós falamos: 'vamos ver o que acontece...'", recorda, em entrevista à AFP.

Clayderman fez mais de 2.000 concertos ao longo da carreira, gravou mais de 1.400 canções e vendeu mais de 90 milhões de álbuns.

A composição "foi um detonador incrível para minha carreira. E isto porque estávamos em pleno período disco...", afirma.

"É uma melodia simples, que se tornou universal e atingiu o coração de muitas pessoas. Desde então, não parei", acrescenta o artista, que tem dois milhões de seguidores no Facebook.

Clayderman pretende divulgar o novo álbum na América Latina, Estados Unidos, Canadá e China.

Ele começou a tocar aos cinco anos. Seu pai era professor de piano e dava aulas em casa.

"Fui naturalmente atraído. Ele me deu as bases, e entrei para o conservatório aos 12 anos", contou.

- "Ninguém é profeta em sua terra" -

Depois do sucesso de "Ballade pour para Adeline", ele tocou 13 vezes na prestigiosa sala de música clássica Pleyel, em Paris.

"Sempre tive críticos. Os músicos de formação clássica ainda não compreendem, exceto aqueles que me acompanham no palco", afirma.

"No final do show, eles percebem o fervor do público. É como uma espécie de vingança", observa.

"Minha maior recompensa são as crianças que começam no piano com as minhas canções", brinca.

Clayderman se considera um "modesto intérprete", em especial do compositor francês Paul de Senneville, que não sabe tocar nenhum instrumento, mas "tem o dom de encontrar melodias que falam com as pessoas".

"Meu trabalho é transcrevê-las para o piano e interpretá-las. E trabalho muito para que soem bem", explica.

Nancy Reagan, então primeira-dama dos Estados Unidos, apelidou-o nos anos 1980 de "príncipe do romantismo".

"Eu me situo entre o pianista clássico e o pianista de música popular. Este apelido de 'príncipe do romantismo' combina muito bem com a música que toco. Na França, é um pouco pejorativo, enquanto no exterior, a França é a pátria do romantismo", reconhece.

"Todos sabem: 'ninguém é profeta em sua terra'", afirma, com um sorriso.


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