(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ARTES VISUAIS

Obras do escultor mineiro Amílcar de Castro vão viajar pelo Brasil

Nesta quinta (6/1), 67 esculturas de aço de 15t começam a ser transportadas de Dom Silvério para Brasília, onde dialogarão com a arquitetura de Niemeyer


06/01/2022 04:00 - atualizado 06/01/2022 03:03

Criança de velocípede passa em frente a escultura de Amílcar de Castro, numa praça da cidade de Dom Silvério
Esculturas de Amílcar de Castro fizeram parte da paisagem da cidade mineira de Dom Silvério por vários anos (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press/14/8/08)

A monumental obra de Amílcar de Castro (1920-2002), atualmente abrigada no museu criado em Dom Silvério (MG) por Márcio Teixeira – morto no ano passado, maior colecionador privado de peças do artista –, vai pegar a estrada e se lançar aos olhos do país. São 67 esculturas de grande porte, algumas pesando 15t, que começam a rumar, a partir desta quinta-feira (6/1), para Brasília, onde um grande projeto será inaugurado em 22 de fevereiro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

“O jardim de Amílcar de Castro: neoconcreto sob o céu de Brasília” ficará em cartaz no Parque das Esculturas, jardim a céu aberto que o CCBB-Brasília inaugura junto da exposição, com entrada franca. 

A iniciativa é do Instituto de Pesquisa e Promoção à Arte e à Cultura (Ipac), fundado em agosto de 2020 e guardião do acervo de Teixeira, que foi um de seus idealizadores e a quem a exposição presta tributo.

 “O Ipac foi criado por um grupo de colecionadores de arte privada para dar publicidade a suas coleções. Toda a coleção de Márcio Teixeira está sob nossa responsabilidade, e a ação tem por objetivo justamente dar maior visibilidade, em âmbito nacional, a esse acervo”, diz a presidente do instituto, Daiana Castilho Dias.

As obras devem ficar, no mínimo, dois anos e meio no Parque das Esculturas – período que pode ser renovado por outros dois anos e meio. Depois, seguirão para outras unidades do CCBB no país.
 

É sempre positivo dar visibilidade a artistas importantes na história da arte e da cultura

Rodrigo de Castro, filho de Amílcar de Castro


Antes de partir para a nova casa, as 67 obras, espalhadas em locais públicos e privados da cidade mineira, precisaram ser retiradas de lá e reunidas. Equipe de técnicos do Ipac está em Dom Silvério desde segunda-feira trabalhando nos preparativos da viagem.

“Será um transporte em larga escala, porque são obras muito pesadas. Elas começam a ser içadas por guindastes e colocadas nas carretas na quinta-feira (hoje). A previsão é de que estejam todas em Brasília até o final da próxima semana”, diz Daiana.

Filho de Amílcar, Rodrigo Castro não participou da organização do projeto, formalizado no ano passado com a participação do próprio Marcio Teixeira, mas acompanha com entusiasmo a iniciativa. Ele não considera que Minas Gerais esteja perdendo com a saída das esculturas de Dom Silvério.

“Olho pelo lado da arte. Olhando por esse lado, acho que o país inteiro ganha, porque é um evento público de grande dimensão e impacto, que facilita e democratiza o acesso de pessoas que normalmente não teriam acesso a essas obras. É sempre positivo dar visibilidade a artistas importantes na história da arte e da cultura. Na verdade, acho que é um evento muito bom para o estado, porque vai se falar de um artista mineiro e de uma arte que é de Minas”, aponta.

DESTINO FINAL

De acordo com Daiana, após a exposição em Brasília e a circulação pelas unidades do CCBB, o inventário vai determinar o destino final das esculturas. Ela adianta que a família de Márcio Teixeira não tem interesse em se desafazer do acervo – o que inclui as esculturas de Amílcar e outras obras que o compõem.

Teixeira começou a projetar o museu em Dom Silvério, sua terra natal, em meados dos anos 2000.Economista e consultor financeiro, conheceu Amílcar de Castro na década de 1990, por meio de um amigo em comum.

A partir dali, a relação entre os dois se estreitou. Na época, Teixeira havia começado a colecionar arte e nutria o desejo de criar um museu. Amílcar foi uma espécie de consultor do projeto. Quando a ideia começou a sair do papel, o colecionador já contabilizava mais de 650 obras do artista.

INTERAÇÃO COM O PÚBLICO

O projeto “O jardim de Amílcar de Castro: neoconcreto sob o céu de Brasília”, que vai ocupar uma área de 20 mil metros quadrados, tem o intuito de valorizar o trabalho do artista plástico e completá-lo com as paisagens brasilienses, fazendo relação entre o plano e o tridimensional. O público poderá interagir com as esculturas.

Além da exposição, serão desenvolvidos site, aplicativo, catálogo, seminários, palestras, mesas-redondas e oficinas de visitação. A mostra propõe uma leitura sobre o que poderia ter sido o encontro do trabalho neoconcreto de Amílcar de Castro com a arquitetura e o urbanismo de Brasília.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)