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Estado de Minas MÚSICA

MC Carol lança 'Borogodó', com letras sobre seu tema favorito: sexo

Funkeira fluminense convidou para o álbum novos artistas de várias partes do Brasil, incluindo os mineiros DJ Cezão da Vila e DJ Pquatro


28/07/2021 04:00 - atualizado 28/07/2021 08:32

Funkeira fluminense convidou para o álbum novos artistas de várias partes do Brasil, incluindo os mineiros DJ Cezão da Vila e DJ Pquatro(foto: Laís Dantas/divulgação )
Funkeira fluminense convidou para o álbum novos artistas de várias partes do Brasil, incluindo os mineiros DJ Cezão da Vila e DJ Pquatro (foto: Laís Dantas/divulgação )

No último dia 18 de julho, quando o Grammy Latino anunciou a inclusão do funk brasileiro na categoria "Música urbana", MC Carol recebeu a notícia com bons olhos. Para ela, o estilo merece cada vez mais reconhecimento. Apesar disso, a cantora não acredita que, um dia, possa ser indicada.

"O que vejo nas premiações é o funk melody. O funk putaria nunca tem espaço", ela afirma. "Enfim, é tudo funk e qualquer visibilidade me deixa muito feliz. Mas eu ficaria muito mais se todos os funkeiros ganhassem a mesma visibilidade."

Poucos dias após o anúncio da Academia Latina da Gravação, associação responsável pela realização do Grammy, ela lançou o segundo disco da carreira, "Borogodó". Nele, Carol reúne diferentes vertentes do funk e também aborda outros estilos musicais, como o pagodão baiano e o brega-funk.

"Eu sou uma pessoa muito eclética. Queria até colocar outros estilos, mas não deu tempo, chegou uma hora em que eu precisava encerrar a produção", diz ela, que atualmente anda viciada em forró-brega. "Eu ouço de tudo. Tudo o que você pode imaginar eu ouço. E outra: todos esses ritmos estão muito fortes no Brasil. Eu queria fazer um álbum que misturasse todos eles e trouxesse a periferia de vários cantos do Brasil."

MINEIROS 
Esse desejo MC Carol cumpriu pesquisando DJs e produtores no YouTube, no Facebook e no Instagram. Em uma dessas pesquisas, ela chegou aos mineiros DJ Cezão da Vila e DJ Pquatro, ambos de Belo Horizonte, que assinam a produção da faixa "Calibre grosso".

A sonoridade de outras periferias está refletida no trabalho. Cleytinho Paz e CL No Beat, responsáveis por "Novinho de 17", são do Recife. Já o conterrâneo da cantora DJ Zigão da Brasilia, de Niterói, é o responsável pela batida de "Vida de artista". E o baiano O Maestro está na faixa "Vizinho".

De certa forma, o "Borogodó" do título reflete essa mistura. Carol explica que a escolha do nome –  que aparece na faixa de abertura "Mulher do borogodó" –, reflete sua personalidade e sua carreira. "Borogodó é algo que eu tenho. É algo que gera uma atração inexplicável. Você se sente atraído, mas não sabe explicar o porquê. Por exemplo, eu vejo muita gente falando mal do meu trabalho, mas continuam me ouvindo", comenta.

Das 12 músicas do disco – incluindo dois remixes – , duas receberam o selo de "explícito" no Spotify: "Búzios", funk produzido por Goez, e "Levanta mina", rap assinado pelo DJ TH41.

Em todas as músicas, MC Carol encara a liberdade sexual feminina como forma de empoderamento. "Sexo está no nosso dia a dia. Eu não entendo porque as pessoas se chocam tanto com as coisas que eu falo. Eu não acho tão absurdo assim. Eu conto histórias e as pessoas se identificam. Eu gosto de falar sobre isso [sexo], e não me vejo falando sobre qualquer outra coisa", explica.

Segundo ela, a coisa seria diferente se as mesmas letras fossem cantadas por um homem. "Choca porque eu sou mulher. Um homem fazendo a mesma coisa não chocaria."

As histórias que Carol conta (e a maneira como ela o faz) dão novos significados a padrões estabelecidos. No clipe animado da música "Mulher do borogodó", dirigido por Augusto Molinari e Ramon Faria, ela se transforma em uma personagem dos contos de fadas da Disney. Já a capa do álbum faz alusão ao quadro "O nascimento de Vênus", de Botticelli.

MC Carol conta que a produção do disco começou em 2018, dois anos após o lançamento de seu álbum de estreia, "Bandida" (2016). A escrita das letras, o que, segundo ela, "é o processo mais demorado", tomou a maior parte do tempo e foi afetada pela pandemia.

"Quando eu preciso de criatividade, eu vou para a rua. As minhas músicas falam sobre o cotidiano. Eu conto histórias e para isso eu preciso estar com as pessoas, estar entre os meus amigos. Por isso foi um pouco difícil não poder ir para a rua, não poder ir para a minha comunidade", diz.

Criada no Morro do Preventório, em Niterói, a cantora afirma que o local continua sendo sua principal fonte de inspiração. "A comunidade é um lugar muito criativo. Você entra ali e toda hora é uma história, uma gíria nova, uma coisa nova que acontece. Todo dia, na mesma comunidade, é um caso novo, uma história nova."

“BOROGODÓ”
.MC Carol
.12 faixas
.Ubuntu Produções
.Disponível nas plataformas digitais



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