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Estado de Minas CONCERTO

Orquestra Sesiminas Musicoop e Marcelo Dai homenageiam Simonal

Live nesta quarta-feira vai relembrar sucessos e o 'lado B' do cantor que conquistou multidões e foi esquecido pelo Brasil


30/06/2021 04:00 - atualizado 30/06/2021 07:07

Wilson Simonal, com seu vozeirão, foi astro da música brasileira nos anos 1960 e 1970 (foto: O CRUZEIRO/EM/D.A PRESS)
Wilson Simonal, com seu vozeirão, foi astro da música brasileira nos anos 1960 e 1970 (foto: O CRUZEIRO/EM/D.A PRESS)

A Orquestra Sesiminas Musicoop apresenta o repertório de Wilson Simonal (1938-2000) em parceria com o cantor e baterista Marcelo Dai, que vem despontando na cena musical de BH. A live será realizada nesta quarta-feira (30/06), às 20h, no palco do Teatro Sesiminas.

O maestro Felipe Magalhães, que assina a seleção do repertório, conta que cresceu ouvindo grandes nomes da MPB, mas só mais velho conheceu Wilson Simonal.

“Ele fez muito sucesso na década de 1960 e 1970, mas depois deu uma desaparecida. Acho que muita gente da minha geração e das gerações mais novas não conhecem o Simonal. Há muita coisa para se descobrir sobre ele”, afirma Magalhães, de 42 anos.

POP 
O maestro considera o cantor “um dos primeiros artistas pop da música brasileira”. O carioca foi astro do movimento chamado “pilantragem”, com canções descontraídas e ritmo suingado. “Ele enchia estádios, inflamava as plateias, tinha carisma e força para comandar o público”, relembra Magalhães.

O imenso sucesso de Simonal acabou abruptamente quando ele foi envolvido em denúncias de que se aliara a agentes ligados à ditadura militar para punir um desafeto. Recentemente, livros, vídeos e filmes oferecem nova visão sobre a polêmica, apontando que o ostracismo do cantor foi fruto do racismo.

Em 35 anos de atividades, é a primeira vez que a Orquestra Sesiminas Musicoop faz um concerto dedicado a Wilson Simonal. O repertório de 12 canções inclui clássicos da “pilantragem”, como “Não vem que não tem”, “Mamãe passou açúcar em mim”, “Sá Marina” e “Meu limão, meu limoeiro”, mas também terá o “lado B”. Os arranjos são assinados por Fred Natalino, compositor e pianista acostumado ao diálogo entre MPB e orquestra.

“A gente tentou abarcar um pouco de cada período da carreira dele, mostrando a versatilidade do Simonal como cantor. Tem músicas românticas, canções em inglês e sambas. Procuramos não ficar só nos sucessos, mas apresentar canções lindas que mesmo os fãs não conhecem”, explica o maestro.

O cantor Marcelo Dai, de 28 anos, se diz honrado com o convite da orquestra, garantindo que o concerto desta noite é um dos eventos mais importantes da sua carreira. Segundo ele, seu trabalho é muito identificado com o de Simonal.

Dai afirma que o astro merece ter de volta o seu lugar na MPB. “Ninguém canta Simonal, exceto covers, shows com voz e violão, até banda. Mas tocam sempre as mesmas músicas. A galera vai curtir muito o concerto, porque a gente vai trazer um outro lado do Simonal para a cena.”

Para ele, é muito importante resgatar o legado do artista. “Simonal precisa ser homenageado, precisa dessa redenção, voltar aos ouvidos da galera. Tenho a expectativa muito grande de poder levar isso para o público que não era nascido naquela época, assim como eu”, diz, referindo-se aos anos 1960 e 1970.

O maestro Felipe Magalhães destaca a importância de orquestras darem atenção à música popular. “A música de orquestra, sobretudo no Brasil, muitas vezes fica distante do grande público. Quando ouvem a sonoridade de uma orquestra, as pessoas a identificam com algo restrito a um nicho bem específico. Porém, ganha-se muito quando você coloca a orquestra junto com baixo, bateria e guitarra, se fizer isso com cuidado, com atenção aos arranjos”, defende.

"Simonal precisa ser homenageado, precisa dessa redenção, voltar aos ouvidos da galera"



LUTHER KING 
“A experiência de se apresentar com uma orquestra é muito bonita. Você fecha o olho e não quer nem cantar”, comenta Marcelo Dai, ansioso para mostrar ao público as canções de Simonal. Entre elas, ele cita “Tributo a Martin Luther King”, parceria do próprio cantor carioca com Ronaldo Bôscoli.

“É uma canção muito forte, potente e atual. A gente vê a violência contra os negros ainda acontecendo de forma exacerbada, como lá nos anos 1960, 1970. É muito louco ver que esta coisa ainda está tão presente, esse sentimento de preconceito e inferiorização do preto. Será um momento bastante importante do show”, garante Marcelo Dai.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


PROJETO SEMPRE ÀS QUARTAS
Marcelo Dai e Orquestra Sesiminas Musicoop interpretam canções de Wilson Simonal. Live nesta quarta-feira (30/06), às 20h, ao vivo, no YouTube (https://www.youtube.com/orquestrasesiminasmusicoop)




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