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Estado de Minas MÚSICA

Guegué Medeiros faz show e série defendendo o forró legítimo e a zabumba

Compositor e instrumentista paraibano destaca a importância da cultura popular. Sábado, ele apresenta o espetáculo on-line 'Ipuera dos Linhares'


31/03/2021 04:00 - atualizado 31/03/2021 07:27

O paraibano Guegué (ao centro) e sua banda apresentam show no sábado com repertório totalmente autoral(foto: Luan Cardoso/Divulgação)
O paraibano Guegué (ao centro) e sua banda apresentam show no sábado com repertório totalmente autoral (foto: Luan Cardoso/Divulgação)
Reunir e valorizar a zabumba e a cultura nordestina são os objetivos do músico e produtor Guegué Medeiros, que apresentará no sábado (3/4) e em 10 de abril o show virtual “Ipuera dos Linhares”, com 11 canções inéditas de vários artistas.

O show é dedicado à comunidade de onde veio a família de Guegué. “Queria fazer algo para homenagear esse povoado, na Paraíba, de onde tenho as melhores lembranças da infância: água do pote, fogão a lenha, luz de candeeiro, porque lá ainda não havia luz elétrica, e a gente no lombo do jumento indo buscar água no poço”, explica. Outra boa lembrança são os encontros festivos do interior, “aquele forró pé de serra ainda da época da sala de reboco.”

Amigos 

Guegué convidou para acompanhá-lo amigos que fazem parte da cena do forró paulista. Ele estará acompanhado de Danilo Moraes Doratiotto (voz e guitarra), Eraldo Trajano da Silva (baixo), Luiz Gonzaga Trajano (voz e percussão), Olívio de Souza Filho (sanfona), Rafael Paschoalini Arthuso (voz e zabumba) e Salomão Soares (piano).

“Todas as composições são inéditas e foram preparadas para o projeto. Estou até pensando em fazer um lançamento, gravar o show ao vivo e colocar nas plataformas digitais”, diz. O repertório destaca o forró pé de serra.

De uns tempos para cá, comenta Guegué, o forró vem apresentando desdobramentos e variações modernas “Entretanto, meu trabalho busca a afirmação e a valorização do estilo tradicional e original, pois o forró é parte importante da cultura do país”, explica.

Em junho, Guegué apresentará outro projeto: “Zabumbando – Um bando de zabumbeiros falando de forró”. A série documental em três episódios conta a história da zabumba, da cultura em torno desse tambor e dos artistas que o tocam. Zé Pitoco, Dido Trajano e Éder “O” Rocha serão entrevistados pela produção, que ficará disponível gratuitamente no YouTube.

O paraibano faz questão de ressaltar que se dedica ao forró legítimo, pé de serra. “Hoje, ele virou algo que você não sabe se é sertanejo, forronejo... Enfim, uma mistura. Quando falo de forró, me refiro ao de raiz, igual ao dos mestres Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos.” Para ele, isso não significa limitação. “A zabumba pode entrar no mesmo lugar de qualquer outro instrumento de percussão.”

O músico defende a importância de valorizar a riqueza cultural do Brasil. “Basta circular por aí para perceber. Em Minas, então, nem se fala. Então, eu me pergunto: para onde vamos? Meu projeto ‘Zabumbando’ mostra um pouco disso.”

Pesquisa 

Apaixonado pela zabumba, ele se dedica à pesquisa da sonoridade desse tambor. Também estuda o lugar do zabumbeiro no set de percussão. “Tocando forró pé de serra, o posicionamento dele ali é diferente de quando está tocando junto com a percussão, a bateria.”

Cada zabumbeiro tem a sua própria maneira de tocar, explica Guegué. “Acredito que seja pelo fato de isso ser passado oralmente. A cultura popular tem dessas coisas, você passa uma levada e caso a pessoa não grave na hora, quando chegar em casa para ensaiar, acrescentará algo diferente ou esquecerá alguma informação. Depois ela passa, de forma diferente, para um amigo ou aluno. Isso me lembra a brincadeira do telefone sem fio, quando a informação vai sofrendo alterações”, compara.

Na série “Zabumbando”, Guegué destaca a mudança de mestres zabumbeiros para o Sudeste, migração que influenciou o próprio forró. “Isso tem importância muito grande. O pai do zabumbeiro Dido Trajano veio para São Paulo fugindo da seca. Aí, já temos os meninos que começaram a tocar por causa da seca. Alguns começaram no final da década de 1990, início de 2000. Falo do forró universitário, quando muitos já vieram para o Sudeste com seus grupinhos de forró. Então, é algo que vai se transformando ao longo dos anos”, conclui.

'Meu trabalho busca a afirmação e a valorização do estilo tradicional e original, pois o forró é parte importante da cultura do país'

Guegué Medeiros, músico



GUEGUÉ MEDEIROS
Show “Ipuera dos Linhares”, neste sábado (3/4), na rede Zabumblog, no YouTube, e em 10 de abril, na página do artista no Facebook. Em junho, estreia a série “Zabumbando – Um bando de zabumbeiros falando de forró”, com Zé Pitoco, Dido Trajano e Éder “O” Rocha. Transmissões gratuitas no Facebook e YouTube do artista.


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