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Estado de Minas SÉRIE

'O traficante' promete muita tensão em episódios de apenas 10 minutos

Na trilha de 'La casa de papel' e 'Lupin', atração da Netflix conta história de cinegrafistas às voltas com rapper que tenta deixar o mundo do crime


19/03/2021 04:00 - atualizado 19/03/2021 11:41

Em curtos episódios,
Em curtos episódios, "O traficante" aposta no filão dos seriados protagonizados por foras da lei (foto: Mika Cotellon/divulgação)
Observando a lista de séries mais populares lançadas pela Netflix, é possível dizer que o crime compensa. Algumas produções de maior sucesso da plataforma são protagonizadas por notáveis foras da lei ou ambientadas nesse contexto. É o caso do fenômeno espanhol “La Casa de Papel”, lançado em 2017, e da recente “Lupin”, francesa, que estreou em janeiro. A trama sobre o gentil e meticuloso ladrão interpretado por Omar Sy já está entre as séries mais vistas do mundo. Agora, esse filão é ampliado com “O traficante”.

Como o título sugere, o enredo está ligado ao universo do tráfico de drogas. Nesse caso, das gangues do Sul da França. Porém, a produção criada e dirigida por Ange Basterga e Nicolas Lopez oferece outra alternativa de formato e de perspectivas.

A começar pelo protagonismo, que não está nos criminosos, mas no diretor de videoclipes chamado Franck (Sebastien Houbani) e seu parceiro de filmagens Thomas (Julien Meurice). Eles são enviados pela gravadora a um gueto no subúrbio de Marselha para filmar o cotidiano do perigoso traficante Tony (Abdramane Diakite), que começou a despontar como rapper.

O roteiro é uma adaptação do filme homônimo lançado em 2017, também fruto da parceria entre Basterga e Lopez. Pouco difundido fora da França, ele foi premiado em festivais do país, como o Polar de Cognac. Logo nas primeiras cenas, os cinegrafistas, ao chegar ao bairro dominado pela gangue de Tony, se deparam com situações de medo, intimidação e violência.

O ponto de vista é o dos dois profissionais. A câmera que filma os acontecimentos da trama é justamente aquela que a dupla usa para registrar imagens que seriam do videoclipe. A ideia é construir uma abordagem hiper-realista, em primeira pessoa, que pareça documentário. Formato semelhante àquele popularizado nos filmes “Holocausto canibal”(1980) e “A bruxa de Blair” (1999), por exemplo.

Mesmo assim, a construção dramática não deixa dúvidas de que se trata de ficção. Um dos motivos disso é a atuação de Diakite como Tony. Embora truculento, ele acolhe Franck e Thomas, apesar da desconfiança e hostilidade de seus comparsas da gangue.

Dilema entre música e drogas


O traficante vive o dilema pessoal de querer seguir com a nova carreira musical, abandonando a sofrida vida no crime. Apesar de lhe garantir posição de destaque, ela não lhe traz muitos luxos. Depois de ser preso uma vez, ele se preocupa com a possibilidade de o irmão mais novo, de 11 anos, se envolver com o tráfico.

Por outro lado, Tony se sente refém do jogo de poder no qual se envolveu, sobretudo quando o gângster rival Steve, personagem de Idir Azougli, surge como ameaça.

Não demora para que os dois incautos cinegrafistas, mantidos à força como hóspedes enquanto durarem as filmagens, se vejam presos a um perigoso fogo cruzado. Não demora mesmo, pois outro aspecto peculiar de “O traficante” é a curta duração de cada um dos 10 episódios, que não passa de 10 minutos. Subtramas são iniciadas e encerradas em cada capítulo. O ritmo é intenso, mas com narrativas pouco aprofundadas.

Em entrevista ao site francês Premiere, Ange Basterga e Nicolas Lopez disseram que o objetivo é tornar a série menos documental do que o filme, dando a ela mais características de thriller.

“Dividir a história em episódios de 10 minutos ajuda a reforçar uma certa tensão. Ter a Netflix ao nosso lado, em termos de recursos, permitiu mais coisas. Pode-se dizer que passamos do futebol amador ao profissional”, afirmou Basterga.

Para Nicolas Lopez, os 10 episódios de 10 minutos demandam “escrever um suspense” no final de cada episódio. “É muito diferente pensar assim, mas é um exercício muito interessante. Isso torna o projeto mais nervoso, muito mais rítmico e muito mais dinâmico”, garante.

Ao explicar a melhor forma de assistir aos capítulos, os dois criadores sugerem: faça isso de uma só vez. Detalhe: “O traficante” não deixa de ser alternativa para quem tem poucos minutos por dia para ver algo na TV.

“O TRAFICANTE”
. Primeira temporada
. Dez episódios


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