(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Exposição de fotos em Paris ajuda a eternizar Frida Kahlo

Imagens feitas pela amiga Lucienne Bloch trazem a artista mexicana em cenas caseiras ou num beijo emblemático


03/02/2021 04:00

Paris recebe imagens de Lucienne Bloch, que retratou a artista mexicana Frida Kahlo em cenas cotidianas(foto: LUCIENNE BLOCH/DIVULGAÇÃO GALERIE L'INSTANT)
Paris recebe imagens de Lucienne Bloch, que retratou a artista mexicana Frida Kahlo em cenas cotidianas (foto: LUCIENNE BLOCH/DIVULGAÇÃO GALERIE L'INSTANT)

Um beijo apaixonado digno do final de um lindo filme romântico. Frida Kahlo e Diego Rivera são assim surpreendidos pelas lentes de sua amiga Lucienne Bloch, cujas fotografias são exibidas pela primeira vez em Paris.

Embora tudo pareça ter sido dito sobre a artista mexicana (1907-1954), uma das mais proeminentes do século 20, uma pequena galeria agora oferece um novo e intimista olhar sobre sua passagem pelos Estados Unidos na década de 1930, em uma mostra que atrai centenas de curiosos nos fins de semana.

As fotos chegaram à dona da Galerie de l'Instant por acaso, quando, em 2019, ela descobriu, vasculhando uma caixa em uma sala de Nova York, a imagem de uma jovem Frida Kahlo posando sob um autorretrato. Era a mesma que a havia fascinado dias antes, quando a viu em uma exposição no Museu do Brooklyn.

“Comprei a foto e postei no Instagram. Pouco depois, Lucienne Allen, a neta da fotógrafa, me contatou! Não a deixei mais sozinha até que ela me deu permissão para organizar a exposição”, confidenciou Julia Gragnon.

Assistente de Diego Rivera, amiga próxima de Frida Kahlo, esta suíço-americana capturou momentos banais da vida única da artista, posando com uma piscadela, mordendo um colar, tomando sorvete sentada em um banco ou segurando uma bebê nos braços, filho de Bloch e seu afilhado. Na maioria, ela mantém um olhar penetrante e confiante.

De acordo com Gragnon, o total de 25 fotos em preto e branco compõe o primeiro show solo de Bloch no mundo.

A fotografia em que o casal de artistas revolucionários se abraça e se beija, com o rosto iluminado pela luz que entra pela janela, é, sem dúvida, uma das mais marcantes. “Teve uma mulher que se apaixonou, veio oito dias seguidos para olhar para ela. Ela acabou comprando”, explica a dona.

A versátil artista imortalizou também o mural que Rivera começou a pintar para o Rockefeller Center, em Nova York: Frida posa diante da obra semiacabada – à esquerda, uma caixa de pincéis, à direita, uma escada.

“A obra causou escândalo. Não é difícil imaginar a reação de Rockefeller ao ver Lenin, Trotsky e companhia no mural que encomendou. Não se devia esperar que Diego fosse tão comunista”, diz Gragnon.

Além disso, as duas amigas aparecem em outra fotografia, prestes a embarcar em um trem a caminho do México.

SENSIBILIDADE 

O proprietário explica que as mulheres são a maioria entre visitantes. “São muito sensíveis à história de Kahlo”, diz, ao falar de uma artista pioneira e empenhada, de grande talento e forte personalidade, cuja vida também foi marcada pela dor física, um casamento tumultuado e a impossibilidade de ter filhos.

Mas jovens estudantes também visitam a mostra. “Todos reconhecem a sua imagem, a viram nas camisetas, nas canecas... Mas muitos descobrem que existiu mesmo.”

A exposição vai até o fim de março, além do que estava inicialmente planejado. “Nos fins de semana é uma loucura. Há filas que quase dão a volta no quarteirão e somos apenas uma pequena galeria. Dá para perceber que as pessoas têm fome de cultura”, descreve, com museus fechados em Paris por conta da pandemia. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)