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Estado de Minas CINEMA

Mineiros retratam a pandemia na mostra 'Curtas de quarentena'

Maria Leite, diretora de 'O dia em que lati', se inspirou no barulho da máquina de lavar roupa e no cachorro do vizinho. Leonardo Cata Preta mostra a solidão de um casal em 'Quarto do desassossego'


11/11/2020 04:00 - atualizado 11/11/2020 11:19

Maria Leite usou a barulheira da pandemia em seu filme O dia em que lati(foto: Tamas Bodolay/divulgação)
Maria Leite usou a barulheira da pandemia em seu filme O dia em que lati (foto: Tamas Bodolay/divulgação)
Dois mineiros se destacam no festival Curtas de quarentena, que reúne 24 produções sobre a pandemia realizadas durante o período de isolamento social por diretores de todas as regiões do país.

A cineasta e animadora belo-horizontina Maria Leite, de 39 anos, criou O dia em que lati. “Tem um cachorro na frente da minha casa que late todas as noites – isso, de fato, foi o que mais me tirou do sério na quarentena. Por causa dele, comecei a perceber o quanto o barulho me incomodava e pensei em fazer um filme sobre essa perturbação na pandemia”, ela conta.

O curta retrata a experiência de Maria de forma lúdica e divertida. Utilizando as técnicas time lapse e stop motion, a cineasta se transforma em pedreira, eletricista, mecânica, bombeira e zeladora. Ela se inspirou no barulho de obras da construção civil e de sua máquina de lavar. “Foi uma maneira de levar de boa uma coisa que não dava para aguentar”, revela.

O canteiro de obras, por exemplo, serviu de mote para a diretora, que “construiu” um estúdio de animação em sua casa. “Os problemas foram aparecendo, mas houve a ampliação da minha paciência na pandemia. Tinha de lidar com aquilo, não adiantava ficar nervosa todos os dias. Assim, fui tentando fazer outras coisas a partir disso”, comenta.

O problema mecânico da máquina de lavar foi outra fonte de inspiração. Apesar do barulho do eletrodoméstico na lavanderia e de todo o esforço para consertá-lo, Maria acabou se rendendo aos “passos de dança” performados pelo equipamento. E acabou adotando a máquina como uma espécie de pet.

“Fico preocupada de incomodar o vizinho, porque ela bate na parede. Porém, não teve jeito. Virei-a de cabeça para baixo, comprei pezinhos, mas eles não se adequaram bem. Então, ela continua sambando de todo jeito”, revela Maria, aos risos.

O dia em que lati será disponibilizado na plataforma Sesc ConVIDA! em 18 de novembro. Após o lançamento, o curta ficará disponível gratuitamente.

Leonardo Cata Preta Souza, bacharel em desenho e cinema de animação pela Escola de Belas- Artes da UFMG, dirigiu Quarto do desassossego. A animação sobre a mulher debruçada na janela e o homem que circula em seu quarto de bicicleta trata da solidão, além do embate entre lucidez e saúde psíquica vivido por um casal isolado na pandemia. O filme será lançado nesta quarta-feira (11).

Outros destaques do Curtas de quarentena são a cearense Bárbara Cabeça, com Nebulosa; os paulistas Caetano Gotardo, com Contos na multidão, e Gustavo Vinagre, com Cartas pandêmicas; a carioca Milena Manfredini, com Desapegamentos; e o paraense Gabriel Tantacoisa, com Todos os dias, no intenso vermelho que toma meu quarto, eu deito e ardo em febre.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

CURTAS DE QUARENTENA
Promoção da plataforma Sesc Cultura Convida! Programação disponível no canal do Youtube do Sesc


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